VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 127

Samuel recebeu uma mensagem de Lívia no WhatsApp quando já tinha voltado para a Residência Horizonte Azul.

Sobre a mesa, estava um dossiê ainda mais detalhado sobre Mauro, registando os infortúnios que ele causou a diversas mulheres ao longo dos anos.

Voluntária ou involuntariamente, a lista era tão extensa quanto um livro.

Havia até um caso de morte que ocorreu há dois anos.

Samuel tinha um olhar sombrio, incapaz de imaginar o que teria acontecido naquela noite se não fosse pela reação rápida de Lívia.

Uma silenciosa intenção assassina se espalhava até que ouviu a notificação da mensagem no WhatsApp na mesa.

O olhar do homem varreu a tela, e aquela aura letal aos poucos se dissipou. Ele mandou o dossiê para o lixo e ordenou com voz grave.

"Vai, mas deixai-o com vida."

Era o mesmo que viver de uma forma pior que a morte.

"Sim." Diante da mesa, estava uma figura imponente, Ivan.

Ele entendeu o recado, acenou com a cabeça e saiu para cumprir a ordem.

Foi só então que Samuel pegou no telefone e abriu o WhatsApp.

Vendo que aquela mulher não só o tinha retirado da lista negra como também marcara um encontro com ele no café para o dia seguinte, o frio nos olhos de Samuel se dissipou completamente, refletindo pensamentos profundos.

Nesse momento, Laura bateu à porta.

"Senhor, Sr.Hélder chegou."

Samuel virou o telefone na mesa e disse: "Leve-o para a sala de atividades."

Quando Samuel chegou lá, Hélder Paiva já o esperava.

"Irmão Samuel a chamar-me a esta hora, será que é para treinarmos juntos?"

Ele apontou para os equipamentos de ginástica, visivelmente confuso.

Samuel não respondeu, caminhou até ao suporte, pegou num par de luvas de boxe e atirou-as para Hélder.

Ele também pegou num par e colocou-as lentamente.

Hélder ficou ligeiramente surpreso, mas logo sorriu, tirou o casaco, colocou as luvas e assumiu uma postura de luta, desafiando com um aceno de cabeça.

Samuel ainda estava de pé, olhando para Hélder com indiferença: "Não foi tão tolo."

Hélder se sentou, tocou no sítio ferido: "Ai, Irmão Samuel, você foi duro, foi Líria quem me pediu para não contar."

"Ela pede você não conta,você não fala, ela é a sua ancestral?" Samuel zombou friamente.

Hélder se sentiu injustiçado e perguntou: "Mas ela não é como uma “pequena ancestral”?"

Quando eram crianças e ele discutia com Lívia, independentemente de quem estivesse certo, Irmão Samuel o repreendia-o sempre severamente.

Ele nunca imaginou que, depois de tantos anos, ainda seria o mesmo.

Na verdade, agora que Lívia se casou com Irmão Samuel, Irmão Samuel se tornou ainda mais protetor, adorando-a ainda mais.

Ele não sabia como é que as suas palavras tinham irritado Samuel novamente, pois o olhar do homem se tornou ainda mais penetrante.

"Ela é a minha esposa! A minha esposa passou por isso, e vocês dois me escondem, o que pretendem?"

Hélder também se sentia um pouco culpado, coçando a ponte do nariz: "Irmão Samuel, não fique chateado, a pequena Lívia não tem medo de que o Irmão Samuel pense demais ou que não confie no Irmão Samuel. É por causa daquele ano, ela se importa tanto com você que teme que, ao saber, você faça algo irracional..."

Samuel riu friamente: "Eu deveria agradecer por vocês pensarem tanto em mim?"