VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 141

No dia seguinte.

Lívia Cabral estava a ensaiar na sala de dança, mas o seu telefone ao lado não parava de tocar. Lívia parou, enxugou o suor e pegou no telefone.

Era Soraia ligando. Lívia e Samuel Paiva já tinham assinado o acordo de divórcio, então, para Lívia, Soraia já não era sua sogra há muito tempo.

Ela não queria atender e atirou o telefone para o lado, continuando a dançar.

No entanto, o telefone tocava sem parar, como se fosse uma urgência.

Lívia franziu a testa e, finalmente, atendeu.

"Lívia, você precisa vir imediatamente para o Jardim das Oliveiras buscar sua mãe!"

A voz irritada de Soraia soou, sem dar oportunidade para Lívia perguntar detalhes, ela desligou.

O Jardim das Oliveiras não era a antiga casa da Família Paiva, mas sim a residência de Salomão Paiva e Soraia, localizada no centro da cidade.

Ao chegar no Jardim das Oliveiras e entrar, Lívia viu Soraia sentada no sofá, com a face tensa, enquanto Neva Vargas estava ao seu lado, a falar baixinho com ela.

As duas pareciam mais próximas do que uma sogra e nora deveriam ser.

Lívia se aproximou: "O que aconteceu..."

Ela não terminou a pergunta, pois Soraia se levantou abruptamente e jogou o chá que estava diante dela no rosto de Lívia.

O chá estava morno e encharcou Lívia, com algumas folhas de chá grudando no seu rosto, deixando-a numa situação embaraçosa.

"Você acha que a Família Paiva lhe deve algo? Como permitimos que uma pessoa como você entre em nossa casa e só nos traga vergonha?"

Lívia baixou os olhos, com os cílios molhados, incapaz de abrir os olhos.

Os empregados ali eram todos leais a Soraia, e ninguém se aproximou para oferecer uma toalha para Lívia.

Neva observava, com um leve sorriso nos lábios.

"Deixe-me ajudá-la."

Mas, em frente a Soraia, ela ainda mantinha uma aparência de bondade. Pegou um lenço de papel, levantou-se e se aproximou de Lívia.

Lívia, no entanto, pegou outra xícara de chá na mesa e atirou em Neva: "Não preciso da sua falsa bondade!"

Lívia não acreditava que a fúria de Soraia não tivesse a mão de Neva por trás. E com Margarida causando confusão, provavelmente era tudo obra de Neva.

"Samuel, o que você está a fazer? Solte-me!" Soraia se debatia, furiosa.

"O que a senhora está a fazer, mãe?"

Samuel franziu a testa, seus olhos passaram rapidamente pelo cabelo e rosto molhados de Lívia. Vendo que ela não estava gravemente ferida, ele finalmente soltou Soraia.

Soraia, impedida pelo próprio filho, estava ainda mais irritada. Ela apontou para Lívia.

"Você nem viu o que ela fez! Hoje eu convidei a Sra. Lacerda, a Sra. Dias e outras para fazer arranjos de flores, e ela, veja só, chamou aquela mãe vampira dela para causar um escândalo em nossa casa!"

Logo à porta de casa, a chorar e a gritar que não tinha mais dinheiro, a minha filha não lhe dava atenção, dizia ela que não tinha mais como viver! Eu, sua mãe, nunca passei por tal humilhação em toda a minha vida! Se não fosse Neva ao meu lado, com o seu cuidado a consolar-me e a aconselhar-me, eu já estaria com pressão alta na sala de emergência!

Lívia já tinha levantado a mão para enxugar as lágrimas, olhando friamente para Soraia.

“Não fui eu quem a trouxe aqui. Se a senhora acha essa parenta uma vergonha, poderia ter pedido ao segurança para expulsá-la.”

Soraia não fez isso, permitindo assim que Margarida encontrasse a porta de sua casa.

Quanto ao motivo de Soraia não ter pedido ao segurança para expulsá-la, era apenas porque não queria perder a face, preocupada que as pessoas falassem mal dela por não ser generosa, por não reconhecer parentes pobres e coisas do tipo.