VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 145

Aquela voz era tão familiar.

Mas como poderia ser possível? Aquele homem deveria estar cuidando de Neva neste momento..

Lívia achou ridículo estar ouvindo e imaginando coisas naquele momento.

"Lívia! Era você quem se exibia, agora por que se faz de frágil e digna de pena?"

No entanto, a voz masculina soou novamente acima dela.

Lentamente, Lívia levantou a cabeça, e foi só então que Samuel percebeu que os olhos dela estavam anormalmente vermelhos.

Especialmente o direito, como se estivesse cheio de sangue e lágrimas.

"O que aconteceu com os seus olhos?"

Samuel franzia a testa, agachou-se para tocar a face de Lívia.

Mas a mulher, que até então parecia absorta, de repente voltou a si e com um movimento brusco, afastou a mão do homem.

Plac!

Um som nítido atingiu o dorso da mão de Samuel.

"Afasta-se! Não preciso da sua ajuda!"

Lívia baixou a cabeça, tentando se levantar com dificuldade.

Ela não queria mais se expor naquela situação humilhante diante de Samuel.

Mas sua resistência e rejeição apenas apertaram o coração de Samuel, fazendo sua expressão mudar várias vezes.

Desde quando ela deixou de depender dele, começando a afastá-lo?

Ele só sabia que detestava essa sensação, um sentimento de perda de controle e pânico crescia lentamente em seu coração.

"Fazendo um escândalo, e agora se faz de vítima! Não se mexa!"

Com uma voz fria, Samuel passou os braços por baixo dos joelhos de Lívia e a levantou.

Subitamente erguida do chão, Lívia mal conseguia abrir os olhos por causa da dor, e o medo a fez instintivamente passar os braços ao redor do pescoço dele, pressionando seu corpo frio contra o dele.

Samuel, com uma expressão levemente mais quente, a colocou no carro.

Ela estava desamparada.

Molhada da cabeça aos pés, suja, com jeans rasgados nos joelhos revelando marcas de sangue.

Sob seus cabelos emaranhados, seu rosto pálido contrastava com os olhos inchados e vermelhos, uma mistura de obstinação e fragilidade.

"Para o hospital."

Samuel ordenou com voz grave.

O carro imediatamente disparou, e o divisor se levantou em silêncio.

A familiar e quente presença de Samuel se aproximou, e um beijo suave, reconfortante e cheio de piedade tocou a testa de Lívia.

Ela congelou novamente, Samuel encostou a testa na dela, suspirando levemente.

O hálito dele tocava a ponta do nariz de Lívia, fazendo cócegas, ele disse.

"O irmão errei, não fique chateada comigo. Você está machucada, deixe-me ver, sim?"

Lívia não sabia se era a dor nos olhos ou o desconforto no coração.

Lágrimas, como se uma barragem tivesse se rompido, começaram a cair de seus olhos fechados, uma a uma, sobre a mão de Samuel que tocava sua bochecha.

Ardentes, a garganta de Samuel se movia, sentindo que seu coração estava sendo esmagado pelos soluços dela.

"Tudo bem, deixe-me ver."

Ele levantou seu queixo, e Lívia não se esquivou mais.

O irmão era sua fraqueza, ela não conseguia recusar o conforto que ele oferecia.

Ele era tão terrível... ela pensava, com uma sensação amarga e expansiva no coração, enquanto ele se aproximava cuidadosamente.

Com o polegar pressionando a pálpebra inferior e o dedo indicador levantando a superior, ele gentilmente abriu as pálpebras dela.

Ao se aproximar para examinar, Lívia, através de suas lágrimas, começou a ver claramente o rosto bonito que se ampliava diante de seus olhos.