VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 612

Olívia foi auxiliada pelos criados a se levantar, ainda queria argumentar, mas Martim ergueu a mão detendo-a.

"Senhorita Duarte, as palavras que você disse há pouco, eu gravei todas. Foi por boa fé ou intenção de provocar? Devo levar para o Senhor Paiva ouvir e deixar que ele decida?"

Olívia parou, olhou para o celular nas mãos de Martim com uma expressão abatida.

De volta ao quarto do hospital, Martim serviu um copo d'água para Lívia, observou as bordas de seus olhos, ligeiramente vermelhas, e aconselhou.

"Seu corpo ainda está se recuperando, não deve chorar."

Lívia deu um pequeno gole, "Martim, eu sei, vou me controlar."

Martim não insistiu mais, mudou de assunto e conversou brevemente com Lívia. Ele mencionou Larissa e a possibilidade de estudar no exterior, perguntando a Lívia sobre seus planos futuros.

"Lívia, a professora Larissa já concluiu sua turnê mundial e voltou a lecionar, vocês devem ter mantido contato, certo?"

Lívia realmente mantinha contato com a professora Larissa, frequentemente enviava vídeos de suas danças para o e-mail de Larissa. Larissa respondia ocasionalmente com comentários e dizia estar ansiosa para vê-la estudando lá.

Lívia tinha planos de retomar seus estudos no exterior quando o bebê crescesse um pouco, mas agora, com a perda repentina de seu filho, ela não conseguia se recuperar emocionalmente para pensar no futuro.

"Lívia, considere estudar no exterior, mudar de ares. Isso pode ajudar a esquecer tudo sobre Cidade A, seu palco será muito maior. Se decidir, posso organizar tudo..."

Ele falou com cuidado, mas Lívia o interrompeu.

"Martim, agradeço sua gentileza, vou pensar a respeito."

Mas, na verdade, ela não tinha ânimo para isso. Ela sentia como se seu Dani ainda estivesse aqui. Por alguma razão, ela não queria sair do país agora, deixar Cidade A parecia apagar todos os vestígios de Dani.

Martim provavelmente não esperava sua resistência à ideia, pausando enquanto descascava uma lichia. Ele olhou para ela, seus olhos complexos escondidos atrás do reflexo dos óculos. Ele queria a perguntar se sua hesitação em partir era por causa daquele homem.

Lívia foi auxiliada a descer, e de fato, uma van chegou e parou na entrada do hospital.

O motorista desceu, pegou a mala das mãos da enfermeira e disse: "Senhorita Cabral, por favor, entre no carro."

A enfermeira ajudou Lívia a descer os degraus até o veículo, o motorista abriu a porta, e Lívia, de cabeça baixa, entrou no carro.

A porta foi fechada, o motorista voltou ao volante e iniciou a viagem.

Lívia, encostada no assento, fechou os olhos e suspirou lentamente, mas então, sentiu um aroma vagamente familiar dentro do carro.

Ela abruptamente abriu os olhos e olhou para o banco de trás, a voz grave de um homem soou atrás dela.

"Lívia, para onde você pensa em ir agora?"