VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 64

Lívia vestia uma simples camisa branca e jeans, sem mostrar um centímetro de pele, mas essa simplicidade no seu vestuário ganhava um charme diferente nela, tornando-se elegante.

Passou-lhe pela mente a imagem dela na água, com uma cauda de sereia de um dourado suave, a pele imaculada como a neve, deslizando graciosamente, como uma verdadeira princesa sereia do oceano profundo, sedutora, pura e encantadora.

Se não visse com os seus próprios olhos, seria difícil imaginar que sob aquela camisa larga se escondia um corpo tão esbelto e atraente, e as longas pernas de uma mulher, antes envoltas em uma cauda de peixe, agora revelavam o seu movimento flexível e ágil na água, abraçadas à cintura de um homem, provocando uma sensação indescritivelmente tentadora.

"Saia da frente!"

O olhar do homem era demasiado intenso, fazendo com que Lívia se irritasse.

O gerente franzia a teste e disse: "Como você se atreve a falar assim com o Sr. Barreto..."

Mauro Barreto sorriu, com um gesto de cavalheirismo se afastou, segurando o gerente pelo braço em sinal de que não se importava.

Lívia se afastou, e Mauro, observando-a até que ela desaparecesse de vista, finalmente desviou o olhar, batendo levemente no ombro do gerente.

"É assim que tem que ser, ardente, para saborear o verdadeiro gosto. Mande-me o horário dela aqui no restaurante."

Lívia saiu do Restaurante Sereia, ainda a sentir aquela sensação desagradável de estar a ser observada.

Ela estava indignada e irritada, pensando que talvez não durasse muito tempo nesse trabalho.

Mas os problemas pareciam acumular-se, pois foi justamente nesse momento que o telefone de Margarida tocou.

Lívia atendeu, e a voz chorosa e estridente de Margarida a alcançou.

"Menina irresponsável, onde você se meteu? Seu irmão Lázaro e eu estamos prestes a ser expulsos do hospital, se você não aparecer logo, eu e seu irmão Lázaro vamos morrer juntos!"

Lívia apanhou um táxi às pressas e ligou para Susana.

Ao ouvir sobre o problema com Lázaro Cabral, Susana tentou acalmar Lívia e também correu para o hospital.

Elas se encontraram logo na entrada.

Chegando à porta do quarto de Lázaro, viram que o caos estava instaurado, com Margarida discutindo com duas enfermeiras.

Ao ver Lívia, Margarida correu até ela, agarrando-a.

"Lívia, por que o hospital quer nos expulsar? Este hospital não é controlado pela Família Paiva? Eu te digo, sou a sogra do honrado diretor do hospital!"

Ela repreendeu as enfermeiras e, em seguida, empurrou Lívia: "Sua inútil, do que está à espera? Ligue para o Samuel agora!"

A voz de Margarida era alta, e todos olhavam para Lívia com olhares estranhos.

Provavelmente a pensar de que buraco essa Sra. Paiva tinha saído.

Susana simplesmente não conseguia entender. Embora Margarida não fosse considerada uma boa mãe, no passado, ela sempre defendeu Neva e Tadeu quando discutiam.

Será que, só porque Lívia foi adotada aos seis anos de idade, não havia nenhum laço afetivo, que ela simplesmente ignoraria sua própria filha?

Margarida, confrontada por Susana, ficou pálida, com uma expressão embaraçada olhando para Lívia.

"Lívia, a mãe estava apenas excessivamente preocupada com o seu irmão Lázaro. Você também deve estar preocupada, não é? Melhor perguntar ao Samuel o que se está a passar."

O estado de saúde de Lázaro dependia da manutenção de equipamentos hospitalares, e Lívia tinha planos de enviar seu irmão Lázaro ao exterior para tratamento. Era absolutamente essencial que nada acontecesse a irmão Lázaro antes que a esperança surgisse.

Lívia queria falar com Martim Faria para resolver a situação, mas uma enfermeira informou que Martim tinha ido a um evento de ajuda médica e só retornaria em duas semanas.

Lembrando-se de que Samuel já tinha sugerido substituir Martim, Lívia ficou ainda mais convencida de que este era um ato de Samuel.

Ela pegou no telefone, os dedos frios ao discar para Samuel.

Samuel sabia muito bem que, no coração dela, Lázaro era o seu único parente de sangue, mas ainda assim ele usava a vida de Lázaro para manipulá-la.

Ele estava a tentar forçá-la a voltar?

Ou era uma forma de se vingar por Neva?