VOCÊ COSTUMAVA SER MEU MUNDO romance Capítulo 733

O olhar do homem se abaixou para os lábios vermelhos e cheios dela, com uma voz rouca disse:

"Já que queremos calcular o custo do serviço de lavar roupas, vamos calcular tudo. Não é a primeira vez que te ajudo com isso, não é? Você não quer calcular também o custo das vezes anteriores?"

Lívia ficou surpresa por um momento, "Quando foi que você também lavou..."

Ela queria dizer que ele estava falando bobagem, mas, ao relembrar, percebeu que realmente Samuel tinha lavado suas roupas antes.

Inclusive suas peças íntimas.

Foi quando ela tinha pouco mais de oito anos e caiu durante a aula de educação física na escola, machucando gravemente a mão.

Suas roupas eram lavadas pelos empregados, mas ela sentia vergonha de pedir para eles lavarem suas peças íntimas, então sempre fazia isso por conta própria.

Com a mão machucada, ela deixou as peças íntimas acumularem por dois dias e, se não lavasse logo, elas começariam a cheirar mal. Então, ela tentou lavá-las com apenas uma mão.

Quando Samuel voltou e abriu a porta do banheiro, viu que ela tinha molhado toda a parte da frente do seu corpo.

Ele franziu a testa, tentou chamar um empregado, mas Lívia, com uma expressão de quem implorava, insistiu que poderia fazer sozinha.

Naquela época, ela tinha chegado à Família Paiva há apenas seis meses e não era considerada uma senhorita de fato na frente dos empregados.

Além disso, ela já tinha começado a lavar, e chamar um empregado pareceria que ela estava se queixando para Samuel pelas suas costas.

A menina era teimosa e voltou teimosamente para a pia para continuar, de maneira desajeitada e, eventualmente, Samuel, irritado, a puxou para longe.

Depois disso, como um irmão mais velho, ele acabou lavando suas peças íntimas por quase meio mês, até que a crosta de sangue na sua mão se soltou.

Lembrando disso, Lívia se sentiu um pouco desorientada.

Parecia algo de uma vida passada, e ela percebeu que fazia muito tempo que não pensava naqueles dias.

Agora, lembrando-se do passado, não conseguia explicar o que sentia.

"Parece que você se lembra." Samuel disse, observando sua expressão confusa e complexa, com uma voz suave.

O tom era leve, como um suspiro de satisfação.

Lívia se recuperou, as lembranças e as emoções que elas despertaram pareciam grandes bolhas se dissipando diante de seus olhos.

"Vamos."

O segurança seguiu Lívia por alguns passos, e Samuel mais uma vez se juntou a ela lado a lado.

Quando ela olhou para o segurança, o homem, como se soubesse o que ela ia dizer, falou primeiro.

"Eu cuidei da vigilância."

Lívia realmente queria que o segurança cuidasse da vigilância, afinal, Olivia ainda estava deitada no banheiro.

Mais tarde, quando as pessoas da Família Duarte viessem procurar, Lívia não queria deixar problemas para serem resolvidos.

Ela olhou para Samuel, seus lábios se moveram.

Samuel balançou o dinheiro na mão, "Quer me agradecer novamente?"

As palavras de cortesia que Lívia estava prestes a dizer foram engolidas, e ela simplesmente olhou para frente, acelerando seus passos.