Você é meu, Ômega romance Capítulo 148

Allison franziu a testa para Ryan quando o ouviu.

Ela enviou a Teresa para ele? Quando?

Allison percebeu que sua melhor amiga havia tentado resolver o conflito que existia entre eles, o que agora era impossível. Ela não pôde deixar de se sentir miserável.

Por que você disse essas coisas a ele, Teresa? Você me deu sua palavra de que não contaria a mais ninguém. Nos últimos dois anos, mantive tudo isso em segredo. Ela pensou e suspirou.

— Quando você percebe que não tem mais chance, você conseguiu fazer com que ela falasse comigo. — Ryan disse com um tom frio.

— Pare de me acusar de tudo. Eu não a enviei para você.

— Mesmo? Então por que ela veio até mim?

— Eu não sei.

Ryan zombou dela e soltou o braço dela.

— Saia.

Allison lhe lançou um olhar zangado e disse:

— Escute, eu não disse a ninguém para vir até você e falar sobre mim. E eu vou sair desta sala, mas quero as respostas para as minhas perguntas. Por que você me curou na noite em que fomos ao clube? Foi você quem me machucou. Se você queria me machucar, por que removeu minha dor? Como você conseguiu entrar na minha casa? — Allison bombardeou-o com uma infinidade de perguntas de uma só vez. Ela prestou muita atenção às expressões em seu rosto.

Mas ele estava indiferente.

— Acabou? Agora saia.

— Eu ainda não obtive minha resposta. Não vou sair desta sala antes de receber sua resposta.

— Vá se foder com suas respostas.

Ele então comentou antes de virar as costas e se dirigir ao armário, onde estava procurando algo.

Allison o observou tirar uma camiseta preta do armário. Ele estava prestes a vesti-la quando ela correu até ele e o impediu segurando a camiseta.

— O que você está fazendo? — Ele perguntou.

— Você está machucado. Como pode vestir isso sem aplicar algo? Sua pele já está inchada. Se você não usar nenhum tônico, vai acabar com bolhas.

Ele soltou a camiseta e ela permaneceu em sua mão. Allison aproveitou a chance e foi até o banheiro. Ela encontrou a caixa de primeiros socorros e voltou. Ela o viu sentado no sofá segurando um arquivo.

Quando ele sentiu que ela se aproximava, ele a olhou.

— Eu te disse que quero tratar isso? — Ele perguntou.

Ela olhou para o peito dele na área ferida. A linha vermelha em seu peito se destacava e ficava de um tom vermelho mais escuro.

Ela sabia que ele era um homem teimoso, e também sabia que não podia ver esse homem sentir dor. Portanto, ela reuniu coragem e sentou ao lado dele.

Allison sabia que ele poderia insultá-la novamente, mas decidiu ignorar desta vez.

Ele jogou seu arquivo na mesa, e ela se assustou. Ele a encarou quando a viu abrindo a caixa e tirando uma pomada.

Ela fechou os olhos e murmurou para si mesma.

— Só desta vez.

Ela os abriu e olhou nos olhos penetrantes dele.

— Ele nunca se machuca. — Ela respondeu enquanto olhava nos olhos dele.

— Como ele poderia? Ele nunca vai para a guerra como eu. Você sabe quantas feridas tenho que curar sozinho?

— Quantas? — Sua voz saiu como um sussurro.

— Você nem pode contar. Não é um filme onde você vai para a guerra e sai sem ferimentos, como um herói. Na realidade, o alvo de cada lobo é o Alfa principal. Eles vão pular em você juntos. Mas serão suas habilidades que determinarão se você sobrevive ou não.

Enquanto ela tentava entender o significado de suas palavras, ela piscou os olhos. Seus pensamentos voltaram às batalhas que ela havia visto retratadas no cinema. Ela não tinha experiência em combate. Como a matilha nunca havia sido atacada por ninguém, ela estava alheia à situação. No entanto, depois de passar pelo treinamento, ela sabia que a guerra não era um passeio no parque. Era algo desastroso. A passagem do tempo permitia que as pessoas seguissem em frente com suas vidas, mas aqueles que haviam sofrido a perda de membros de suas famílias só podiam viver com arrependimento.

Ela sentiu o rosto dele se aproximando, e a uma distância de um centímetro, ele parou e disse:

— Eu poderia curar cada ferida em meu corpo. Mas há uma ferida que ainda não curei. Está crua, e alguém esfrega sal diariamente sobre ela. Você sabe que ferida estou falando?

— Q-Que ferida?

— A ferida que você me deu há dois anos.

Ouvindo-o, seus olhos se arregalaram como se estivesse perdida nos olhos dele, mas tivesse recuperado a consciência agora.

Ela imediatamente se levantou do sofá e olhou para todos os lugares, exceto para ele.

— A-As coisas que Teresa lhe disse, isso não é n-nada. Ninguém me forçou ou algo assim. Não leve a sério e deixe para lá. — Ela disse, enquanto tentava remover a animosidade em relação a seu pai de sua cabeça, para mantê-lo seguro.

Ele ficou em silêncio depois de ouvi-la. Então ela estava prestes a caminhar em direção à porta para sair da sala. Mas antes disso, ele se levantou e segurou sua mão. Ryan a virou para ele, e seu corpo pressionou contra o dele.

— Você acha que sou um tolo? Eu não te perguntei quem estava te chantageando naquela noite? Eu sabia que aquele homem criaria problemas um dia. Meus amigos até me disseram para te tirar à força desta matilha. Mas sabes o que senti naquela noite? Percebi o quão fraca você é. Não conseguiu ficar ao lado de um homem que os teus pais não gostavam. Não conseguiu ficar ao lado de um homem que te amava, mais do que aos seus próprios pais. Você falhou em ficar ao lado de um homem que não era poderoso como o Alfa líder. Naquela noite, senti que não merecia ser a minha Lua.