Você é meu, Ômega romance Capítulo 266

— Everett, me diga a verdade. Você gosta dela?

A avó examinou a expressão de Everett. Como se estivesse queimando em fogo, ele parecia furioso.

— Se você não gosta, então por que a deixou ficar com você? Você até mostrou a ela o seu lobo? Quem já viu o seu lobo nunca voltou vivo. Então o que há de tão especial nela que fez você mudar de ideia?

— Você está falando demais, velha. Esqueceu quem eu sou? Ou está me confundindo com seu outro neto?

A voz fria de Everett ecoou por toda a sala.

A avó riu.

— Menino bobo. Quem é você? O que pensa de si mesmo?

— Fera.

A avó balançou a cabeça.

— Pare de se chamar de fera. Você é apenas de uma categoria diferente dos outros, não uma fera.

— Por quê? Os outros não chamaram seu filho do mesmo? Uma fera?

A avó desviou o olhar dele. Uma lágrima rolou por sua bochecha.

— Você ainda está pensando nele?

— Quer que eu o esqueça?

A avó balançou a cabeça e enxugou suas lágrimas. Sua mão chamou a atenção de Everett. Alguns coágulos de sangue eram visíveis em sua pele.

— O que aconteceu com sua mão? — Ele perguntou a ela.

— Não sei. — Ela respondeu enquanto massageava a palma sobre aquela área.

— Não posso acreditar.

— O quê?

— Suas autoridades reais nem conseguem administrar um bom médico.

— O que você está dizendo? Ele é o médico da nossa família. Ele até tratou seu avô. Agora ele trata apenas da nossa família real.

— Entendi.

Ele murmurou e perguntou se ela estava tendo algum problema em ficar lá.

Enquanto isso, Delilah estava andando no longo corredor do palácio. A decoração real chamou sua atenção. Ela tentou se concentrar naquilo. Quando saiu do quarto da avó, estava em lágrimas, mas ela as enxugou e evitou sua tristeza.

Ele estava certo. Ela não era uma princesa, mas uma garota comum.

Uma Ômega abandonada.

Seus padrastos sempre diziam aos outros que a tinham abandonado.

Ela não conseguia esquecer como os aldeões sempre a chamavam de “Ômega abandonada”.

Toda vez que pensava nisso, parecia um pesadelo. Aliás, onde ela estava agora também não era um belo sonho para ela. Se apaixonar por um Licano foi uma decisão ruim que ela nem conseguia se arrepender agora.

— Ei! Você! Para onde está indo?

Delilah parou e se virou. Havia algumas senhoras. Elas estavam em uniformes de empregadas. Ela entendeu que eram empregadas reais.

— Sim?

Delilah perguntou suavemente.

Aquelas empregadas a encararam. Seu nariz vermelho e olhos vermelhos eram visíveis para os outros.

— Como você entrou em nosso palácio? Quem é você? — Uma delas perguntou.

— Acho que ela é uma ladra. — Outra disse.

Delilah balançou a cabeça.

— Vocês estão me confundindo. Eu não sou uma ladra.

— Ah? Não é uma ladra? Então quem é você? Uma mendiga?

— Sim, olhe para suas roupas. Tão baratas! Ela deve ser um dos membros da família de nossos guardas. Mas não acho que sejam tão pobres a ponto de não poderem comprar um bom vestido para sua família.

Delilah ouviu e olhou para seu vestido. Era um vestido colorido. Ela sabia que não era um vestido caro, mas como poderiam insultá-la assim? Ela estava muito chateada para responder a eles. O que ela diria? Ela não era uma mendiga, mas uma escrava.

Seria a resposta mais sem vergonha.

— Este palácio real e suas empregadas são realmente inúteis.

Uma voz veio de trás de Delilah.

Delilah se virou e aquelas empregadas espiaram o homem. Seus olhos se arregalaram, quando sentiram seus corações começarem a bater rápido.

— PRÍNCIPE!

Todas as empregadas se ajoelharam no chão.

Everett olhou para Delilah e depois para aquelas empregadas. Ele foi até Delilah e perguntou:

— Terminou de passear?

Delilah olhou para longe e assentiu. Everett a encarou por alguns segundos, depois olhou feio para aquelas empregadas.

— Ela está comigo. Então fiquem longe dela.

Aquelas empregadas pareciam assustadas. Precisavam curvar a cabeça para o chão, o que surpreendeu Delilah.

— Vamos.