VOCE É MINHA SEMPRE FOI... romance Capítulo 6

"Não leve a vida a sério, você não sairá vivo dela!"

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O olhar de Louis caiu sobre a enfermeira que se aproximou cautelosamente, uma aflição o atingiu, pois sabia ter uma possível chance de uma notícia ruim ser entregue a ele.

— Boa noite, senhor LeBlanc, trouxe notícias do seu filho. O pequeno Jav agora se encontra bem e te adianto, ele tem os olhos mais lindo que já vi na vida, os mesmos são de um azul muito encantador.

Louis sorriu para a mulher na sua frente. Admirei a felicidade o preenchendo gradativamente e o mesmo se permitiu ser dominado por esse sentimento, se colocou de pé, inclinando o corpo para frente puxou a enfermeira consigo e a abraçou alegremente — Seu choro é bem forte, meus parabéns ele é muito bonito.

— Que ótima notícia! — agradeceu sincero, por saber que o filho se encontra bem — Meu Jav! Meu Herdeiro.

Soprei um vento frio o trazendo para a realidade de modo que ele se lembre de perguntar por sua amada.

— ... Minha Janaína? — se dando conta que a feição da enfermeira mudou bruscamente, Louis cambaleou para trás até encontrar a cadeira e quando suas pernas encostaram na mesma e seu corpo cedeu de encontro a ela.

Mesmo sem a resposta concreta de que perdeu a mulher da sua vida, a realidade lhe atingiu com força total, visto que tratei de deixar o sentimento da perda lhe dominar. Ainda que eu estivesse distante consegui sentir o coração dele acelerado, nunca tive o prazer de constatar essa sensação, pois não temo a perda, na verdade, não temo nada, visto que sou totalmente imune a esses sentimentos, porém sei exatamente todos os sintomas.

O temor libera adrenalina levando o coração bombear mais sangue que o normal, as pílulas dilatam e uma camada fina de suor lhe sobe a pele tão rápido que quando o vento lhe atinge, traz aquela sensação de pavor. O medo lhe consome e o pressentimento de que o pior acontecerá ou já se sucedeu toma seus sentidos.

Paralisado com a sensação de que o pior já aconteceu, Louis liberou as compotas da alma e seu choro saiu alto seguido de um soluço. — O vazio preencheu seu peito e ele sabia que sua amada o deixou sozinho com um filho para criar.

— Sentimos muito Sr. Louis, a paciente Janaína se encontrava com a pressão extremamente alta e até agora não sabemos explicar como sua mulher resistiu até o último momento, pois o que aconteceu dentro daquela sala de parto não foi coerente com a realidade... — mortificada relatou.

O silêncio caiu sobre eles por um longo tempo. Ela parou para refletir tudo que vivenciou, e Louis deu início ao seu processo de luto. Aquele que muitos não fazem ideia do que é. Bom, tentarei explicar! — É aquele momento de aceitação, quando você sabe que a pessoa morreu, mas não acredita, a pior fase para qualquer ser humano passou ou vai passar é aquele momento em que entra em negação e se recusa a aceitar que a pessoa que ama nunca mais voltará. É a péssima realidade de que não se declarou o suficiente ou que não beijou com a intensidade que deveria, entre outros gestos que nunca serão o bastante para aqueles que se dão conta de que chegou o ponto final para alguém especial.

Admirei entrar naquela negação dolorosa onde a pergunta condicionada lhe atinge. — E se eu não tivesse saindo de perto dela ou tivesse fugido para o México e vivido ao máximo esse amor.

Era o que gritava em sua cabeça! Permiti que as lembranças boas o confortassem. Louis estava tentando acreditar que a mulher da sua vida não voltaria mais para casa e que seu pequeno filho dependeria somente dele. Decidi não manipular, mas os seus sentimentos e vi se fechou em seu mundo paralelo da dor.

— Sei que é doloroso, mas quero que saiba que sua mulher foi forte até o último momento, os longos minutos que passei juntos a ela, tive uma experiência que a ciência não pode explicar Sr. LeBlanc! Digamos que ela aguentou até o último minuto para que o bebê sobrevivesse. — repousou a mão sobre o ombro dele lhe ofertando um acalento que nunca será o suficiente para a tamanha dor emocional que está sentindo.

— O que aconteceu? Me conte por favor — exigiu explicações.

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