Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 172

Elsa usava um avental com estampa de morangos e delicados babados, que havia sido entregue por um serviço de entregas. Seus cabelos levemente ondulados estavam presos por uma faixa, com uma franja longa caindo ao lado do rosto, conferindo-lhe uma serenidade de dona de casa dedicada.

Félix, guiado pelo aroma, entrou na cozinha e se deparou com essa cena.

Seus olhos brilharam por um instante, o coração batendo forte, como se algo tivesse o atingido.

Apesar do zumbido do exaustor preenchendo o ambiente, para ele, o mundo de repente ficou em silêncio.

Elsa não fazia ideia de que alguém estava atrás dela. Seguia as instruções do celular, tentando preparar alguns pratos caseiros.

Para evitar que ela tentasse fugir novamente em tão pouco tempo, não era preciso pensar muito: só o número de seguranças na Mansão Serra já havia dobrado.

Embora Félix dissesse repetidamente que não restringiria sua liberdade durante esse período, as novas câmeras de segurança instaladas na entrada a atingiram em cheio.

Entediada, ela só pôde recorrer a receitas para passar o tempo.

Alice estava sentada na cadeirinha de bebê, presente da antiga proprietária do apartamento onde haviam ficado antes. Seus olhos brilhavam como pequenas estrelas.

"Alice ainda é pequena. Quando crescer, a mamãe faz pra você."

Elsa acariciou a cabeça de Alice, sorrindo com ternura.

Alice balbuciou algumas sílabas, obediente, assentindo com a cabeça.

Depois de colocar na mesa dois pratos apetitosos e coloridos, Elsa massageou a cintura e tirou o avental.

O olhar de Félix pousou sobre a mesa.

Ali estava um prato simples de ovos mexidos com tomate e outro de carne de porco desfiada ao molho agridoce.

Eram pratos caseiros muito comuns, mas o aroma que exalavam fazia seu estômago reclamar.

O olhar de Félix se aprofundou, fixando-se no rosto da mulher.

Ela pegou o garfo, provou um pedaço e seus olhos brilharam, surpresa com sua própria habilidade culinária.

No entanto, não comeu muito; seu ritmo logo diminuiu.

Ainda havia mais da metade do arroz no prato, mas ela o afastou, evidente que perdera o apetite.

Sem perceber nenhum outro olhar ao redor, Elsa sentiu que não precisava manter a pose. Suspirou profundamente, os ombros caindo.

Ela parecia uma muda de planta prestes a murchar.

Os olhos de Félix ficaram ainda mais escuros.

Ficar na Mansão Serra, ao lado dele, era algo tão doloroso assim?

Piscou duas vezes, o olhar carregado de melancolia.

Depois de um longo momento, o som claro de louça sendo recolhida ecoou nos ouvidos.

Elsa pegou a tigela, mas uma grande mão apareceu, cobrindo a dela.

Félix, com naturalidade e destreza, pegou o prato de arroz que ela mal tocara e, usando o mesmo garfo, começou a comer.

Elsa tentou recuar alguns passos e tirar o prato de volta, mas não conseguiu mover nem um centímetro.

O homem, com gestos elegantes, ainda bateu de leve na mesa com os nós dos dedos, indicando para ela se sentar.

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