Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 176

Os lábios de Félix se moveram levemente, mas todas as palavras ficaram presas em sua garganta, sendo engolidas de volta em silêncio.

Karina escondeu rapidamente o brilho de satisfação em seus olhos e, ao levantar o rosto, voltou a exibir uma expressão de nervosismo e preocupação.

Inquieta, ela puxou a manga da camisa de Félix: "Félix, acho que a irmã ficou chateada. O que restou eu te conto amanhã, vai lá ver como ela está."

Apesar do que dizia, os olhos úmidos de Karina estavam cheios de um desejo retido, como se implorasse para que ele ficasse.

Mas Félix já não era mais o mesmo de antes, já não se deixava tocar. Seu olhar permanecia fixo na direção por onde Elsa havia saído.

Vendo-se ignorada, Karina não pôde evitar morder os lábios de raiva.

"Tá bom."

Diferente de outras vezes, desta vez Félix não ficou. Respondeu em voz baixa e apagou a luz do escritório.

Quando a escuridão tomou conta do ambiente, o semblante paralisado de Karina também desapareceu.

"Pode voltar para o seu quarto."

O único vestígio que ficou foi o perfume frio e distante do homem, junto aos passos que se afastavam, deixando uma frase quase inaudível no ar.

Só quando tudo ao redor mergulhou no silêncio absoluto, Karina se deu conta, atônita—Félix realmente a havia deixado sozinha!

Seus olhos se arregalaram de surpresa enquanto encarava o breu, sem ação.

Sem a orientação de Félix, ela mordeu os lábios, resignada, apenas observando enquanto ele caminhava em direção ao quarto de Elsa.

No mesmo instante em que o portão principal da Mansão Serra se fechava, Félix bateu à porta do quarto de Elsa.

Sabendo que Alice provavelmente já dormia, Félix bateu com extrema delicadeza.

Elsa também não queria acordar Alice e, mesmo contrariada, foi abrir a porta.

Ela olhou para Félix com frieza, os olhos indagando claramente o motivo de sua visita.

"O Grupo Duarte está passando por uma crise. Agora, a única forma de provar a inocência da empresa é conseguir, das mãos de Natan, o projeto original que ele desenhou há um ano."

"Ele se recusa a entregar, a não ser que te veja."

Félix repetiu, sem perder a paciência, sua voz grave transmitindo seriedade.

O olhar de Elsa pousou no rosto dele. As linhas esculpidas de Félix eram iluminadas apenas pela fraca luz amarelada do abajur; o rosto sempre rígido parecia, naquele momento, suavizado.

Ela olhou nos olhos escuros de Félix, saiu do quarto e fechou a porta atrás de si.

Olhou para trás, para Félix que permanecia parado, e murmurou, baixando ainda mais a voz: "Vamos conversar lá fora."

Alice dormia no quarto. Não queria que qualquer barulho a acordasse.

O coração de Félix disparou e ele a seguiu imediatamente.

Mas, do lado de fora, frente a frente, a expressão fria de Elsa logo jogou um balde de água gelada em Félix.

"Considere o acordo de divórcio."

Antes que Félix dissesse qualquer coisa, Elsa se adiantou.

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