Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 225

Ela suspeitava que aquela pessoa certamente tinha algum apoio por trás, mas ali era a Cidade Paz – e o maior protetor não era justamente o homem à sua frente?

"Você não está curiosa para saber quem o enviou? Quero seguir e investigar."

"De jeito nenhum!"

Assim que Elsa terminou de falar, Félix a interrompeu de forma categórica.

Seu rosto estava tão fechado que parecia prestes a escorrer tinta: "Já mandei alguém seguir. Assim que houver qualquer novidade, entraremos em contato com a polícia imediatamente. Agora você vai comigo para casa, e não quero que pense mais nada sobre isso."

Elsa apertou os lábios.

Félix a encarava diretamente, como se, caso ela dissesse um "não", ele a carregaria de volta imediatamente.

Sem ter alternativa, Elsa cedeu.

Sob o brilho das estrelas, os dois voltaram para a mansão na calada da noite.

No entanto, não esperavam encontrar uma silhueta esperando no sofá, tão cansada que adormeceu ali.

Elsa acendeu a luz e reconheceu o rosto de Karina.

Ela franziu a testa, incomodada, e acabou soltando uma risada irônica.

Aquela hora da noite, Karina na Mansão Serra? Ela não acreditava nem por um segundo que Karina estava ali preocupada com ela.

Elsa lançou um olhar para Félix, sem vontade de dizer uma só palavra, e seguiu direto para o quarto com Alice nos braços.

Félix quis explicar algo, mas a mulher já tinha se afastado, fechando a porta com um estrondo.

O barulho acordou Karina, que estava no sofá.

Com o olhar sonolento, ela esfregou os olhos e, ao ver Félix diante de si, levantou-se de repente, surpresa e feliz: "Félix, você voltou!"

Logo depois, ela trocou a expressão por uma de ressentimento: "Esperei por tanto tempo, onde você estava? Perguntei ao Sr. Paiva e ele sumiu também, parecia ter evaporado."

De relance, ela olhou discretamente para a porta fechada do quarto de Elsa.

Félix lançou um olhar e passou a mão pela testa: "Quem foi que abriu a porta para você?"

Karina ficou confusa, não esperava que essa fosse a primeira coisa que ele dissesse.

Forçou um sorriso tenso: "O que houve? Fiquei preocupada por não te achar, então pedi ao porteiro…"

"Vou trocar o plantonista desta noite."

Félix levantou a mão para interrompê-la, seu olhar frio pousando no rosto de Karina, cujo sorriso não conseguiu mais se sustentar: "Sem a minha permissão, não venha à Mansão Serra."

"Por quê?"

Karina falou apressada, mas logo percebeu o tom exagerado e tentou se corrigir: "Félix! O que Karina fez de errado? Por que está me mandando embora?"

Ela tentou segurar a manga da camisa de Félix, mas ele se esquivou.

A mão de Karina ficou suspensa no ar, surpresa ao encarar o semblante frio de Félix, e a recolheu, frustrada.

Toda a sua aura pareceu se apagar.

"Você é apenas minha funcionária, no máximo tem uma ligação a mais com Elsa, por serem irmãs. E a Mansão Serra é minha residência particular, não é adequado, nem pessoalmente nem profissionalmente."

Quando a porta se abriu e Félix percebeu que era Karina, ela também entendeu pelo olhar dele – por que ela ainda não tinha ido embora?

O sorriso de Karina vacilou.

"Félix, preciso conversar com você sobre um assunto importante."

Félix então demonstrou um pouco mais de paciência: "Fale."

"O departamento de comunicação queria usar o nosso ‘relacionamento’ para abafar o assunto da minha irmã e da criança… Ontem já anunciei publicamente que vou adotar uma criança de um orfanato, o responsável entrou em contato e a diretora estará disponível amanhã."

Karina despejou tudo de uma vez, então olhou para Félix, ansiosa.

Mas Félix não pareceu satisfeito.

Ir ao orfanato com Karina para adotar uma criança?

Fazer caridade, tudo bem, mas isso – quem teve essa ideia absurda?

A atmosfera ao redor de Félix ficou ainda mais fria.

Ele sempre soube das especulações sobre ele e Karina, mas acreditava que a verdade prevaleceria, então nunca deu muita atenção. Só não esperava que fossem longe a esse ponto.

Félix apertou os lábios, o olhar frio sobre Karina a deixou desconcertada.

"Se quiser fazer caridade, use os fundos da empresa. ‘Adoção’ está fora de cogitação, deixe que o departamento de comunicação resolva isso. Está claro?"

O rosto de Karina se contorceu, ela tentou argumentar ao ver a expressão cada vez mais fria de Félix: "Mas…"

Ela se calou, encarando o rosto inexpressivo de Félix a poucos passos, como se uma muralha de gelo se erguesse entre eles.