Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 262

Yasmin e Ivonete se assustaram, mas logo se refizeram e lançaram a Enrique um olhar severo: "Quando os mais velhos falam, não é lugar para os mais novos se meterem!"

No entanto, assim que as palavras saíram, elas se arrependeram em silêncio.

Embora o Diretor Duarte fosse o homem mais rico de Cidade Paz, aquele estranho ali certamente não tinha uma posição à altura, mas, sendo alguém que podia entrar e sair livremente da Mansão Serra, sua relação com o Diretor Duarte não devia ser comum.

Elas lançaram um olhar cauteloso para Félix, tentando captar sua reação.

Ao ver o olhar dele, gélido como se tivesse congelado num instante, ouviram-no dizer: "Bastardo? — Foram vocês que disseram isso?"

A voz do homem era grave e fria, carregada de uma estranha severidade.

Yasmin e Ivonete tremeram visivelmente. Trocaram um olhar, mas foi Yasmin quem, reunindo coragem, respondeu: "Ivonete é mimada pela família, às vezes fala sem pensar. Diretor Duarte, por favor, não leve a mal. Por Karina, pedimos que o senhor a perdoe desta vez."

Vinda de uma família tradicional, ela sabia muito bem como se portar diante das situações.

Imediatamente, adotou uma postura humilde.

Mesmo assim, não conseguia se conformar: o filho de Elsa era mesmo um bastardo, a frase era apenas desagradável ao ouvido, mas, no fundo, estavam defendendo Félix!

"Se a senhora quiser passar mais tempo com a Karina, posso providenciar para que aluguem um apartamento perto do dela."

Félix franziu o cenho, não respondeu, apenas mudou de assunto.

Mas aquilo já era, de certo modo, uma resposta.

Karina ficou paralisada, levantando o olhar, incrédula, para Félix.

Elsa não tratava bem nem a ela, nem aos mais velhos, o próprio Félix era alvo de sua hostilidade, então por que ele não parecia incomodado, e ainda queria afastar Yasmin e Ivonete só por uma palavra desagradável que ouviram da tia?

Obviamente, Yasmin e Ivonete também não esperavam aquela reação.

Enrique se recostou novamente na parede. Diferente de antes, agora trazia um leve sorriso nos lábios, embora seu olhar fosse hostil, fixo nas mulheres.

Parecia um tigre sorridente, sempre com uma aura fria e ameaçadora.

Sentindo o ambiente gelar subitamente, as mulheres desviaram o olhar do canto da parede.

Como podia o sobrinho de Félix ter uma presença tão intimidadora?

Félix olhou o relógio, massageou as têmporas e se preparou para sair. Antes de ir, lançou um último olhar para a porta fechada do quarto de Elsa, depois virou-se para Luís e ordenou: "Se as senhoras quiserem procurar um apartamento, providencie para elas e depois acerte as contas com o Bruno."

Dito isso, saiu decidido, com passos largos.

O que deixou Karina ainda mais frustrada foi que, do início ao fim, Félix não lhe dirigiu mais que três olhares!

Sentia uma inquietação crescente no peito, uma sensação incômoda que não conseguia explicar.

Tinha certeza de que algo havia acontecido entre Elsa e Félix, algo que desconhecia. Mesmo que agora parecessem água e fogo, prontos para explodir a qualquer momento... E se esse muro fosse derrubado?

Karina não se atrevia a pensar nisso.

"Vamos embora."

Depois de muito tempo, afastou-se em silêncio.

Elsa não fazia ideia da angústia e confusão do lado de fora. Acabara de fazer Alice dormir quando apareceu uma mensagem de Natan no celular.

Só então percebeu que, desde o último encontro, não tinha mais notícias dele há dias.

A mensagem de Natan era direta: "Elsa, talvez eu precise da sua ajuda."

No táxi.

Elsa deixou instruções à babá para trocar as fraldas e alimentar Alice nos horários certos, e saiu.

As mensagens de Natan chegavam uma após a outra, explicando a situação.

"O laboratório está enfrentando alguns problemas. Tive que voltar à matriz no exterior para resolver certas questões, mas ainda há um problema delicado sem solução."

Elsa entendeu.

Por isso não o vira nos últimos dias, ele estava fora, lidando com assuntos urgentes.

"Pode falar."

Ela ligou para ele.

A voz de Natan continuava calma, com aquela lógica e serenidade típicas de um intelectual: "Na verdade, é uma questão corriqueira. Nosso instituto tem concorrentes, mas não imaginei que chegariam ao ponto de roubar relatórios e resultados para lançar uma pesquisa antes de nós. Trabalhamos nesse projeto por mais de seis meses, é prioridade do instituto. Ontem, na matriz, consegui finalizar o design aprimorado, mas agora o mais urgente é levar o caso à justiça."