Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 317

Ele tentou usar as datas de aniversário de Elsa e dele mesmo, mas sem sucesso. Quando já estava prestes a pedir para Bruno procurar um técnico, de repente teve uma ideia e tentou o aniversário de Alice.

Foi assim que conseguiu desbloquear.

Félix verificou os e‑mails de Elsa, certificando-se de que ninguém havia enviado nada suspeito antes de bloquear a tela novamente.

Ele ainda se lembrava do estado de colapso de Elsa naquela época; se alguém mal-intencionado mandasse aquelas fotos tiradas dela, temia que ela desmoronasse mais uma vez.

A mão de Félix vacilou por um instante, e ele chamou a enfermeira que acabara de sair.

A enfermeira se assustou, quase chorando ao se virar.

Ela tinha acabado de presenciar a cena chocante em que o Diretor Duarte foi esbofeteado pela esposa. Será que o Diretor iria demiti-la?

Tremendo de nervosismo, sentiu um celular ser colocado em suas mãos.

"Quando ela dormir, coloque no armário. Não deixe que ela veja."

Só quando o vento da capa soprada por Félix passou por ela, a enfermeira percebeu o que havia acontecido. "Hã?"

Ela olhou, atônita, para o celular em suas mãos.

Nada demais...

Ao mesmo tempo, Natan e Vanessa haviam marcado em um restaurante discreto, quase sem clientes.

"No primeiro julgamento, alguém lhe pediu para fazer algo?"

Ele foi direto ao ponto, fitando os olhos de Vanessa, tentando captar qualquer mudança em suas emoções.

No entanto, Vanessa respondeu com uma calma inesperada: "Sim."

A franqueza a fez Natan hesitar por um momento.

"Conte em detalhes."

Ele se endireitou na cadeira.

Vanessa não se esquivou, mostrando total colaboração.

Embora já tivesse saído do Primeiro Tribunal, ela continuava acompanhando o caso de Natan e Wagner, e soube imediatamente da derrota de Natan.

Com as provas do primeiro julgamento, perder era praticamente impossível.

A menos que houvesse algo oculto.

Ela já estava intrigada, até que Natan a procurou; Vanessa, então, foi ao encontro dele sem hesitar.

Afinal, não estava mais presa ao tribunal, não tinha motivos para se preocupar.

Natan ouviu tudo e deu um soco na mesa, fazendo as xícaras de chá tremerem.

Vanessa, porém, manteve-se serena.

"Foi por isso que você foi demitida?"

Vanessa tomou um gole de chá, sem confirmar nem negar.

Natan levantou-se; os pratos recém-servidos ainda estavam intactos, mas ele não tinha a menor intenção de permanecer.

"Vou te ajudar."

Natan falou com seriedade.

Vanessa continuou impassível: "E a Elsa?"

Ela pousou a xícara, demonstrando finalmente alguma emoção.

Natan contou brevemente o que tinha acontecido com Elsa.

Quando Félix voltou à sala da presidência, seu rosto estava sombrio.

Os técnicos que o acompanhavam não ousavam sequer respirar alto, olhando cautelosos para Bruno.

O ambiente era tenso; Bruno suava frio na testa, mas foi obrigado a se adiantar e relatar:

"Diretor Duarte, a ‘Tia’ de quem a Srta. Alice fala provavelmente é a babá responsável por ela na Mansão Serra."

Ele entregou o tablet, mostrando imagens da babá nas câmeras de segurança. Ela olhava ao redor, desconfiada, e logo aparecia uma pessoa "totalmente encapuzada", impossível de identificar, com quem parecia conversar. Em seguida, deram uma grande quantia de dinheiro à babá.

Félix pegou o tablet, e a temperatura ao seu redor pareceu cair ainda mais: "E minha irmã?"

Bruno balançou a cabeça: "Ainda não temos pistas."

Seu olhar ficou fixo na tela do tablet.

Ouviu-se um "clique".

Quase imperceptível, mas, no silêncio absoluto do escritório, foi impossível ignorar.

Félix jogou a caneta quebrada no lixo. Um gesto corriqueiro, mas carregado de tensão.

"Há gravações da babá alimentando ou maltratando Alice?"

Bruno respondeu negativamente: "Desde que a senhora voltou, todas as câmeras da mansão foram desligadas."

Félix massageou as têmporas.

"Trim-trim—"

De repente, o telefone tocou.

Félix atendeu. Era da recepção: "Diretor Duarte, uma senhora chamada ‘Vanessa’ deseja vê-lo."