Do lado de fora, o céu já estava completamente escuro, nuvens densas pairavam baixas, como se pressionassem o coração confuso de Elsa.
Não demorou muito para Elsa entrar apressada, segurando a filha nos braços, empurrando a porta com ansiedade. Dentro, as luzes estavam todas acesas.
O remédio infantil para febre, que Elsa havia pedido antecipadamente pelo aplicativo, estava nas mãos de Yara. Assim que viu Elsa, Yara endireitou a postura e disse:
"Elsa, por que você comprou esse remédio pra febre? Comprou errado, esse é em cápsulas, você tinha que ter comprado o ibuprofeno próprio pra criança, aquele com conta-gotas. O entregador bateu na porta e você não estava, então eu peguei pra você. Alice está com febre?"
Enquanto falava, ela olhou para o bebê enrolado nos cobertores e, ao ver o rosto de Alice, soltou um grito agudo:
"Meu Deus do céu! Alice está mesmo com febre alta?"
Yara bateu a mão na coxa:
"Quando cheguei e não vi vocês, fiquei pensando por que ainda não tinham voltado, imaginei que talvez estivessem presas no trânsito por causa da chuva forte, mas agora vejo que foi por causa da febre da Alice, vocês foram pro hospital... Mas espera, por que você comprou remédio se estavam no hospital?"
A voz de Yara era naturalmente forte e, quando ela se exaltava, ficava ainda mais alta. Ao ouvi-la, Elsa imediatamente ficou com os olhos marejados.
Ela não queria relembrar o que se passara no hospital.
"Não dá tempo de explicar, Yara, me ajuda! Você já cuidou de criança antes, o que eu faço agora?"
Elsa colocou Alice sobre o sofá, os olhos cheios de lágrimas, tão desesperada que quase se ajoelhou.
Yara, assustada, apressou-se em segurá-la:
"Não faz isso! Somos vizinhas, colegas de trabalho, é claro que vou te ajudar! Olha, vai buscar uma bacia de água morna, eu vou chamar mais gente pra ajudar."
"Mas não se desespera!"
Elsa, com lágrimas nos olhos, assentiu e correu atrapalhada para pegar a bacia.
Yara foi bater de porta em porta nas vizinhas mais próximas e, em pouco tempo, um grupo se reuniu ao redor da cama de Alice.
"Meu Deus, uma criança tão pequena com febre alta assim, tomara que não deixe sequelas!"
"Na família da minha tia, teve uma criança assim, ficou com febre e nunca mais foi a mesma..."
"Poxa! Não fala essas coisas na frente da Elsa!"
Se não fosse pelas vizinhas, ela realmente não saberia o que fazer.
Um grupo de desconhecidas se dedicara tanto à Alice, enquanto o próprio pai quase negou à filha a chance de sobreviver!
Um brilho sombrio passou pelos olhos de Elsa, cheia de amargura e ironia por dentro.
Nesse momento, Alice começou a abrir os olhos, grandes e brilhantes como jabuticabas maduras.
Depois de tomar a mamadeira e a febre ter baixado, voltou a ter energia, esticando as mãozinhas para brincar, murmurando baixinho.
Pelo visto, a febre não tinha deixado grandes consequências em Alice.
Elsa respirou aliviada, mas ainda com o coração apertado, decidindo que, na manhã seguinte, levaria a filha a um hospital público mais distante para um exame mais detalhado.
"Olha só essa menina, acabou de sair de uma febre alta e já tá cheia de energia, é uma criança de muita sorte!"
Apesar de ter feito tanto esforço, Yara ainda estava cheia de disposição. Mal descansou e já se levantou para brincar com Alice.
Elsa olhou para Yara com gratidão, o nariz ardendo de emoção, e o olhar fixo na pequena Alice.
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