Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 382

Vanessa contou a Elsa todas as informações que acabara de arrancar da recepção do hotel.

Naquele momento, Elsa acabara de fazer Alice adormecer e sentou-se à escrivaninha.

Ao ouvir a voz do outro lado da linha, o olhar de Elsa se tornou frio.

Quatro meses antes, Susana já tinha chegado à Cidade Paz. Ela não teria nenhum motivo para ficar sozinha ali, o que significava que Elvis também estava por perto nesse período.

Todos os anos, ele costumava vir à Cidade Paz algumas vezes e sempre ficava mais de meia quinzena.

Um sorriso gelado se formou no canto dos lábios de Elsa.

Ela jamais imaginou que Elvis pudesse ser tão ousado, mantendo uma amante supostamente morta, às claras, em um hotel no centro da cidade.

Ele se atrevia a ser tão descarado porque acreditava que seus passos eram invisíveis, ou achava que ela e Yasmin eram ingênuas e cegas?

"Enviei tudo para o seu e-mail."

Antes de desligar, Vanessa fez questão de acrescentar.

Elsa afastou os pensamentos e abriu o computador para checar.

Ao reconhecer o rosto de Susana, o sorriso em seus lábios se ampliou, mas seus olhos pareciam endurecidos como gelo.

Aquela que, mais de dez anos atrás, deveria ter morrido ao pé do penhasco, estava viva e confortável esse tempo todo, e ainda conseguira, como desejava, colocar sua filha ilegítima dentro da Família Neves.

Que jogada astuta.

Elsa apertou o punho com força.

De repente, ela semicerrrou os olhos, o olhar se estreitando.

Aquilo era...

Diante da janela panorâmica, uma pequena figura tropeçava e engatinhava pelo chão.

As pupilas de Elsa se dilataram.

Era uma criança!

Filho de Susana?!

Quando ele se levantou e ficou de pé, seu rosto ficou evidente na imagem de alta definição.

Aquele rosto tinha traços de Susana e Elvis, pálido e sem expressão.

Um sentimento indefinível de fúria tomou conta de Elsa.

Os dois haviam chegado ao ponto de terem outro filho ilegítimo!

Seu corpo tremia levemente, e a raiva quase explodia de dentro dela.

Após diversas respirações profundas, ela conseguiu, com esforço, conter as emoções.

"Yara, preciso voltar à empresa."

Yara, que havia voltado apressada para a Mansão Serra, ficou ao lado de Elsa, cuidadosa, observando a transição de sua fúria para a calma. Interrompeu rapidamente qualquer comentário exagerado sobre a falta de vergonha de Elvis e correu para providenciar o motorista.

Seguindo o GPS, o motorista levou Elsa até um prédio simples, mas imponente.

"Srta. Neves."

Elsa pediu para ele retornar e subiu determinada.

O que encontrou foi um ambiente limpo e impecável, com paredes brancas onde não se via nem sinal de poeira.

O olhar de Elsa percorreu o local, tomada por uma sensação de irrealidade.

Era o novo edifício comercial que ela havia adquirido recentemente.

Ela decidira comprar o Grupo Neves e, não querendo mais pisar naquele lugar repulsivo, pensou em criar um novo espaço para si.

"Elsa."

Enrique, talvez por ter ouvido algum barulho, surgiu repentinamente de um canto desconhecido.

O homem era alto e imediatamente projetou uma sombra sobre Elsa. Mas seus olhos, grandes e brilhantes, úmidos, lembravam um cãozinho abanando o rabo. O contraste só aumentava seu charme.

"Obrigada pela ajuda."

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