Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 406

Karina ficou surpresa, claramente não esperava que Yasmin perguntasse dessa forma.

Ela levantou a cabeça, um pouco nervosa, e encontrou o olhar confuso e franzido de Yasmin.

Karina apressou-se a disfarçar com uma risada forçada: "Como poderia não ser sua mãe? Eu teria outra mãe?"

"Você é minha mãe única."

Yasmin sorriu sem responder, seu olhar deslizando suavemente sobre Karina.

Karina ficou tensa, sentindo que havia algo estranho na pessoa à sua frente, embora não soubesse exatamente o quê. O único sentimento claro era o daqueles olhos. Antes, sempre tinham uma clareza diferente da idade dela, ou talvez uma certa ingenuidade — agora, estavam límpidos, como se tivessem acabado de ser iluminados por uma santa.

"Mamãe, como o papai te contou que eu estava aqui? Eu pedi especialmente pra ele não dizer nada."

Karina rapidamente procurou um assunto para mudar de foco, forçando um sorriso desconfortável.

"Karina, por que você está na penitenciária de Cidade Paz?"

Yasmin perguntou mesmo já sabendo a resposta, e o rosto de Karina alternava entre o pálido e o avermelhado, abrindo a boca e fechando de novo.

"Eu... eu..."

Depois de sua performance, Karina percebeu que Yasmin ainda a olhava com aquele sorriso enigmático, o que a deixou ainda mais inquieta.

Por que ela estava tão estranha hoje? Será que descobriu alguma coisa?

O pensamento apertou o peito de Karina.

Enquanto ela se enchia de ansiedade, Yasmin sorriu com gentileza, os olhos semicerrados transmitindo uma serenidade acolhedora.

"Mãe, agora não é hora de falar disso. Você pode dar um jeito de me tirar daqui?"

Karina agarrou-se à oportunidade.

Ela sabia que Yasmin era filha da Família Jardim, uma das mais influentes da Cidade Aurora. Elvis e Susana, quando a visitavam, tinham de falar com ela através de um vidro espesso e isolado, mas Yasmin tinha acesso direto ao interior da prisão.

Como dizem, mesmo um cavalo magro ainda é maior que um burro; mesmo Yasmin tendo anunciado que saiu da Família Jardim, as pessoas ainda lhe deviam certo respeito.

"Não posso."

Yasmin balançou a cabeça.

O coração de Karina afundou instantaneamente.

Ela perdeu as forças e se jogou de volta na cama de ferro, dura como uma chapa de aço, encolhendo-se em desespero.

"Pode ir embora."

A voz abafada da mulher soou lá de dentro.

Yasmin ficou olhando para ela pela pequena janela da porta, os olhos frios, como se estivessem cheios de gelo.

Afinal, a filha que criara por tantos anos era, na verdade, filha de Susana.

Os dedos de Yasmin tremiam, mas ela conseguiu controlar o impulso.

Os saltos altos ecoaram à medida que se afastava, e Karina levantou a cabeça, sentindo uma inquietação ainda maior no peito.

Ela franziu a testa, olhando para a janela já vazia, e apertou o peito com a mão, onde o coração batia tão rápido que parecia fugir do controle.

Karina mordeu os lábios, lembrando-se de que Elvis tinha prometido tentar alguma coisa — já haviam se passado dois dias.

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