Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 437

"Entre."

Félix pousou a caneta e entrelaçou as mãos, olhando para a porta.

Enrique apareceu vestindo um macacão de motociclista vermelho, trazendo um toque de cor diferente ao escritório decorado de maneira minimalista e sóbria, quase todo em preto.

Enrique puxou uma cadeira sem cerimônia e sentou-se, cruzando uma perna com um ar despreocupado.

"Tio, você ligou especialmente para a Família Teixeira pedindo que eu voltasse, só porque não quer me ver perto da Elsa, não é?"

As palavras saíram afiadas, fazendo com que o olhar de Félix se tornasse imediatamente frio.

Enrique, porém, agiu como se não notasse, girando a cadeira com indiferença.

Ele fixou Félix com um sorriso: "Aposto que alguém aí já perdeu a chance de estar ao lado dela há muito tempo. Está com ciúmes, né?"

De repente, Enrique puxou a cadeira para mais perto, aproximando-se de Félix.

Os olhares dos dois se cruzaram no ar: um frio e sombrio como o gelo, o outro intenso e livre como o fogo.

Bruno, ouvindo as palavras ousadas de Enrique, ficou tão chocado que quase deixou os olhos caírem.

Meu Deus, o Sr. Teixeira enlouqueceu? Como ele ousava falar assim com o Diretor Duarte...

Mas Enrique apenas sorriu, levantando a sobrancelha com um ar provocador nos olhos.

"Enrique, você acha que só porque ela permite que você fique por perto, você já tem uma chance?"

Os olhos de Enrique se apertaram, lançando um brilho cortante como uma lâmina.

Bruno ficou pasmo ao ouvir essas palavras.

Ele mexeu as orelhas para ter certeza de que não ouvira errado.

O que o Diretor Duarte acabara de dizer? O mundo ficou de cabeça para baixo?

No instante em que o Sr. Teixeira disse algo tão insolente, o Diretor Duarte não apenas deixou de negar, como respondeu à altura.

Enrique riu: "Ainda é melhor do que alguém aí que nem sequer tem chance de se aproximar."

Bruno, testemunhando o embate elétrico entre os dois, sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha.

O rosto de Félix se tornara assustadoramente sombrio.

Mas Enrique bateu de repente na mesa.

Félix franziu o cenho e olhou para ele.

"Você forçou a Família Teixeira a me chamar de volta, mas sabe muito bem que, se eu não quiser voltar, ninguém pode me obrigar." Enrique deu de ombros, exibindo sua confiança irreverente.

"E então?"

A voz de Félix era fria, baixa e rouca, carregando uma ameaça que fazia qualquer um estremecer.

"Eu posso voltar por vontade própria, mas preciso que o senhor faça algo por mim, tio."

Enrique sorriu.

Embora estivesse pedindo um favor, sua postura era relaxada e confiante, como se tivesse certeza de que Félix não recusaria.

No instante seguinte, Félix soltou um riso frio: "Enrique, você se acha importante demais. Tenho muitos outros meios de fazer você voltar, por que desperdiçar um favor à toa?"