Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 466

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Ele mordeu o lábio, o rosto claramente um pouco pálido.

Elsa, porém, o olhava com indiferença, sem demonstrar arrependimento algum pelas palavras que acabara de dizer.

"Meus pais se mudaram." Luciano acabou respondendo em voz baixa, com a cabeça baixa.

"Se mudaram?" Vanessa, ao ouvir isso, deixou que a raiva tomasse conta de seu rosto e bateu com força na mesa. "Como podem existir pais tão irresponsáveis assim? Você ainda é tão pequeno, se mudaram, por que não te levaram junto?"

"Não!"

Luciano se levantou de repente.

Seu peito subia e descia violentamente, as mãos apertadas ao lado das pernas, como se apenas a dor dos dedos cravados nas palmas pudesse lhe devolver um pouco de lucidez.

Desde que seus pais haviam partido, muitos colegas riram dele, dizendo que era um órfão abandonado pela família. Mas ele sabia que as coisas não eram bem assim...

O movimento brusco fez com que várias pessoas olhassem em sua direção; com o rosto completamente vermelho, ele se apressou em sentar de novo, fitando os olhos de Vanessa com seriedade: "Mana, meus pais não são pessoas irresponsáveis. Eles tinham seus motivos!"

"Motivos?" Elsa soltou um riso frio. "Que motivo pode ser tão forte a ponto de fazê-los abandonar o próprio filho?"

Diante do olhar sarcástico de Elsa, Luciano sentiu como se uma bofetada humilhante tivesse atingido seu rosto.

Ele mordeu o lábio com força, o corpo tremendo.

Vanessa então passou a mão em suas costas, como se o consolasse, mas disse: "Você ainda é pequeno, por isso acha que todo mundo é bom. Seus pais não são dignos de serem pais! Só tenho pena de você..."

"Não sou digno de pena!"

Luciano explodiu de repente, como se todas as emoções reprimidas na escola viessem à tona naquele instante.

Parecia um pequeno animal acuado prestes a atacar, os ombros tensos, os olhos lançando olhares ferozes para Elsa e Vanessa: "Meus pais são os melhores pais do mundo! Eles não me levaram quando saíram de Cidade Harmonia para me proteger, vocês não sabem de nada! Não permito que difamem eles!"

Elsa sorriu de canto, fria: "Eu também sou mãe. Não importa a situação, nunca deixaria meu filho sozinho."

Luciano respondeu, exaltado: "É porque você nunca passou por uma situação de ameaça, por isso pode julgar tão facilmente!"

Vanessa mudou de expressão de imediato, agachando-se e segurando a mão de Luciano: "Filho, o que você quer dizer com ameaça? Alguém ameaçou seus pais? Se tiver algo a dizer, fale para a mana aqui, vou te ajudar."

Diante da expressão gentil de Vanessa, a raiva e a mágoa de Luciano pareciam ser envoltas por uma mão suave.

Ele ficou ali parado, tremendo por inteiro.

Algum tempo atrás, sua família viveu um pesadelo.

Um grupo invadiu sua casa, destruindo e atirando tudo por todo lado; sua mãe, ao tentar intervir, foi empurrada ao chão.

O líder do grupo tinha o rosto coberto, impossível ver quem era: "Chame o Leandro!"

Seu pai, que deveria estar trabalhando normalmente na madeireira, foi chamado às pressas pela mãe, que explicou tudo pelo telefone.

Quando o pai chegou, vinha furioso, mas ao ver o grupo, seu semblante mudou drasticamente.

"E então, já decidiu?"

O homem mais corpulento parou diante de seu pai.