Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 8

Não sabia por que, claramente tudo parecia igual aos olhos dela.

"Ela procurou por isso. Karina Neves, há um ano e meio, naquele caso financeiro, você apresentou os documentos jurídicos que derrotaram o renomado advogado da Família Azevedo. Você é um gênio na advocacia! O Grupo Duarte se tornou ainda mais forte com você."

"Quanto a ela..."

Félix parou, pegou uma garrafa d’água, abriu e levou à boca. Só quando o gosto amargo foi dissipado, suas sobrancelhas se suavizaram levemente, mas o canto apertado de seus lábios só fazia transparecer uma ironia ainda mais intensa.

"É só uma ex-presidiária, não há por que se importar."

O relógio elegante em seu pulso refletia uma luz fria. Ao terminar de falar, seus lábios continuaram firmemente cerrados.

"Mas Elsa foi minha mentora, afinal. Quando comecei como advogada estagiária no Grupo Duarte, foi ela quem me abriu as portas."

Karina suspirou, como se estivesse realmente preocupada com a tal Elsa de quem falava.

"Se não fosse por ela, você não teria ficado presa tanto tempo como estagiária. Ela invejava seu talento e habilidade, e depois se aproveitou dos discursos que você preparou com tanto esforço para subir rapidamente."

"Ela sempre foi tão mal-intencionada, mas você é boa demais."

Félix lançou a Karina um sorriso suave, nos olhos apenas desprezo e repulsa pela pessoa de quem falavam.

Ao ver isso, Karina soltou um suspiro discreto de alívio.

E, como se fosse sem querer, murmurou:

"Pois é, quem diria que Elsa seria capaz de trair os interesses da empresa? Sabia bem que o representante da Família Azevedo era seu rival mortal, mesmo assim quis conspirar com ele, forçando você a depender dela…"

Enquanto falava, Karina parecia ainda assustada, pousando a mão no joelho de Félix.

"Sim, ainda bem que eu tenho você."

Félix deu um tapinha de leve sobre a mão dela, seu pensamento vagando sem querer.

Aquela mulher, onde estaria agora?

Não era ela quem mais desejava o título de Sra. Duarte?

Na noite anterior, de fato, não voltou para casa. Será que dormiu mesmo na rua? Procurou comida no lixo?

Ou estaria tramando algum novo golpe?

Ao pensar nisso, um frio percorreu o canto da boca de Félix.

No clima de ambiguidade, Karina corou levemente.

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