Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 81

Elsa apoiou as mãos no peito dele, e a primeira frase que saiu de sua boca foi.

Félix sentiu um frio súbito percorrer seu corpo e, de repente, levantou os olhos e lançou um olhar cortante para Karina, que estava ao lado.

Karina, percebendo a situação, murmurou em tom de mágoa:

"Se a irmã não quer me pedir desculpas, tudo bem, não precisa. Mas insistiu em se ajoelhar sozinha, dizendo que ficaria de joelhos por duas horas. Eu tentei impedi-la, mas não adiantou. Agora vejo que era só pra Félix ver mesmo."

Com suas palavras, ela transferia toda a responsabilidade para Elsa, insinuando que estava fazendo um teatro de autopiedade.

Elsa arregalou os olhos, como se estivesse diante de uma desconhecida.

Aquela era a garota que ela, no passado, tinha tratado como irmã de sangue.

"Bruno!" Félix disse apenas uma palavra.

Bruno se adiantou naturalmente para explicar toda a situação.

"Foi a Srta. Karina..."

Com uma única frase, ele desmascarou a mentira de Karina.

Karina ficou parada, o rosto lívido, tentando justificar-se apressadamente: "Sr. Paiva e Elsa estão juntos..."

Mas ao encontrar o olhar de Félix, frio como gelo, calou-se imediatamente.

"Félix, eu..."

Félix então se aproximou de Elsa, disposto a explicar.

Aquilo não era sua intenção. Ele só queria que ela e Karina reconhecessem seus erros, como forma de conter o orgulho dela, para que ela aprendesse a ser menos desobediente...

Mal começou a falar, Elsa o interrompeu.

"Fora daqui!"

Elsa sentiu as pernas prestes a ceder e cambaleou algumas vezes antes de se firmar. Mas ao ver Félix se aproximando, encontrou forças não sabe de onde e o empurrou com violência!

Félix foi lançado para trás, dando um passo em falso.

"Já chega desse teatro, pode parar?"

A voz da mulher era rouca e seca, carregada de uma ironia desesperada.

"Orgulho? Eu ainda tenho?"

Ou não foi você quem o destruiu, pedaço por pedaço?

Elsa ergueu o rosto, e sua palidez destacava a cicatriz rosada na pele.

O olhar de Félix tremeu, ele quis dizer algo, mas parecia que uma mão invisível apertava sua garganta: "Você..."

"O pedido de desculpas que queriam, eu já paguei de joelhos."

Elsa lançou um olhar enviesado para Karina, que estava num canto, o rosto branco como papel, e então escorregou, exausta, apoiando-se em Félix: "Então agora, lembre-se do que prometeu."

"Deixe-o em paz."

A voz dele era gelada e profunda.

O couro cabeludo de Karina formigou.

Além da pressão esmagadora de Félix, inúmeros olhares curiosos e penetrantes pareciam perfurar sua pele.

"Félix..."

A voz de Karina era quase um sussurro, impregnada de súplica.

Félix permaneceu impassível. Bruno, preocupado com a repercussão, correu para dispersar a multidão.

Por um momento, o Grupo Duarte ficou envolto numa nuvem espessa de tensão. Todos andavam pisando em ovos.

Só Karina, no centro, mantinha a cabeça baixa, sem coragem de levantar o rosto.

E, diante dela, o coração de Félix já vagava por lugares distantes...

...

Lá fora, o sol ardente atenuava a dor lancinante nas pernas de Elsa.

Ela não fazia ideia do que acontecia após sua saída; caminhava mecanicamente pela rua.

Ao chegar à esquina onde podia chamar um táxi, recebeu uma ligação do hospital.

"Srta. Neves, o Sr. Zanetti acordou."