Você É o Meu Paraíso romance Capítulo 92

Ouviu-se atrás um cumprimento respeitoso. Nelson, que já estava com a visão meio turva pelo álcool, despertou no mesmo instante, meio sóbrio, e suas costas ficaram imediatamente rígidas.

O Diretor Lessa estava sentado em sua cadeira de rodas, incapaz de se levantar, mas mesmo assim, curvou-se educadamente em sinal de cortesia.

Félix, por sua vez, ignorou completamente a mão estendida a ele, recostando-se na cadeira com o corpo relaxado, mas exalando uma aura de nobreza: "O mais rápido possível."

Diante da indiferença de Félix, o Diretor Lessa não demonstrou aborrecimento algum. Fez um gesto para que a secretária trouxesse os documentos: "Amanda."

Embora ainda estivessem no bar, o clima repentinamente sério transformou o local em uma espécie de escritório sofisticado.

A conversa que ocorria à frente tornou-se, naquele instante, uma espécie de canção de ninar. As costas tensas de Nelson relaxaram, e seu olhar voltou a vagar em direção às garrafas sobre a mesa.

Aparentemente, ele já estava embriagado.

A última crise de alergia ao álcool, causada por excesso, deveria ter servido de lição, mas daquela vez, ao experimentar novamente, sentiu um prazer inusitado.

Entorpecimento.

A sensação era de que podia deixar as preocupações para trás.

A dor no estômago se misturava com uma espécie de libertação psicológica, e ele se entregava a isso de forma quase doentia.

Talvez pela presença de Félix, os pensamentos de Nelson se voltaram, incessantemente, para as conversas recentes com Bruno.

Reconhecia sua própria mesquinhez.

Todas as palavras que dissera haviam sido cuidadosamente elaboradas para convencer os outros de que tinha uma relação especial com Elsa.

Mas, na verdade, eles apenas mantinham uma amizade comum, ambos se controlando e respeitando limites.

Tudo aquilo vinha de seu egoísmo.

Na verdade, não estava totalmente sem pistas sobre a partida de Elsa. Porém... sentia-se envergonhado demais, sem coragem de encará-la novamente.

Se ela quisesse ir embora, talvez fosse melhor assim.

Os pensamentos de Nelson se espalhavam sem controle, e, de repente, ele bebeu mais um gole generoso.

Ele nunca fora bom com bebidas.

Ainda assim, agora havia uma mesa cheia de garrafas vazias diante dele.

Por fim, seu pescoço já estava completamente avermelhado, o corpo começando a esquentar.

Nelson achou que era apenas uma reação normal à embriaguez e engoliu mais um copo de uma vez.

Foi nesse momento que Elsa entrou.

Instintivamente, ela procurou por alguém suspeito.

E o primeiro que notou foi o homem de postura imponente no centro do salão.

O homem estava sentado de maneira ostensiva, apoiando-se nas mãos e olhando friamente para a frente; sua presença nobre destoava completamente daquele ambiente.

Chamava atenção demais.

O que Félix fazia ali?

Os olhos de Elsa brilharam por um instante, mas ela logo abaixou a cabeça, tentando diminuir sua presença.

No entanto, ao passar o olhar, franziu as sobrancelhas de repente.

Seu olhar se fixou próximo a Félix.

Nelson?

Por que ele estava com Félix?

O coração de Elsa apertou subitamente.

O que Félix pretendia?

Essa foi sua primeira reação.

Ela involuntariamente prendeu a respiração, tentando se esconder ainda mais no canto.

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