Você é o remédio que sustenta a minha vida romance Capítulo 868

Ele a seguiu e viu quando ela entrou, parando diante da porta, olhando com um olhar perdido para as pessoas dentro do quarto do hospital.

Era um quarto coletivo para três pacientes; através da janela de vidro, era possível ver que cada paciente estava magro como um esqueleto, deitado na cama, sobrevivendo graças ao respirador.

No outro quarto, vários pacientes estavam sentados juntos, assistindo a um vídeo de aula de inglês na parede, fazendo anotações e estudando com seriedade.

Halina caminhou até outro quarto, onde havia o paciente mais jovem e uma senhora idosa.

A senhora tinha idade semelhante à de sua própria avó, enquanto o menino tinha apenas treze anos.

O rosto do menino estava pálido, seu corpo tão magro que parecia restar apenas uma fina camada de pele.

No entanto, seus olhos estavam cheios de esperança, e com as mãos frágeis ele descascava uma maçã, contando histórias para a vovó doente ao lado, de vez em quando oferecendo um pequeno pedaço de fruta para ela.

Halina não era estranha a pacientes com câncer. Desde que Junior Azevedo foi hospitalizado, sempre que ela ia visitá-lo, via pessoas atormentadas pela dor e pela doença.

Sempre caminhava apressada, evitando olhar demais, com receio de se sentir mal.

A cena diante de seus olhos a fez lembrar da avó.

Durante o período em que a avó esteve internada, também sofreu muito com as dores da doença.

"O remédio anticâncer desenvolvido pelo Doutor Freitas já está em fase de testes clínicos, com resultados bastante promissores. Se realmente chegar ao mercado, será uma esperança para essas pessoas."

Ele estava ao lado dela, falando em voz baixa.

"Você sabia que, quanto mais a pessoa sente a proximidade da morte, mais forte é o desejo de viver? Aquele fio de esperança pode salvar toda uma vida."

"Viver mais um dia já é bom. Mesmo que hoje seja o último, todos querem que esse dia tenha significado."

Os olhos de Elvis estavam turvos, como se falasse com emoção, ou talvez estivesse expressando seus próprios sentimentos.

Por um instante, Halina quase acreditou que ele também experimentava o mesmo desespero, a mesma dor, e o mesmo desejo de viver.