Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 162

Na manhã seguinte, Ophélia se levantou antes mesmo do despertador tocar.

Dominada pelo cansaço, com reflexos lentos, ela saiu do quarto, pronta para acordar Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano.

Quando ele viu o homem do lado de fora da porta, pensou que ainda estava sonhando.

Gregório estava encostado na parede, com o olhar perdido no vazio, absorto em seus pensamentos.

Ele ainda usava as roupas do dia anterior e, entre os dedos alongados, segurava um cigarro que queimava lentamente, envolvendo-o em uma fumaça espectral.

A quietude da madrugada ainda envolvia o hotel, e a escuridão da noite caía sobre seus ombros, trazendo um ar de solidão.

Por instinto, Ophélia checou o celular.

Eram quatro e meia da manhã.

Ela olhou novamente para Gregório, ainda confusa.

Ao vê-la, Gregório imediatamente apagou o cigarro.

Seus olhos eram mais profundos que a noite lá fora, talvez pelo cigarro, ou por não ter dormido, sua voz estava rouca, como se tivesse sido lixada por areia.

"Bom dia."

Ophélia não esperava essa saudação e respondeu quase por reflexo: "...Bom dia".

Ela queria perguntar por que ele estava ali, sem dormir, mas a pergunta morreu antes de ela sair.

Ela também não havia dormido bem.

Embora tentasse não pensar, Gregório facilmente bagunçava seus pensamentos.

Como uma pedra jogada em uma lagoa, mesmo que ele não quisesse causar ondas, as ondulações se espalharam e levaram muito tempo para se acalmar.

Eles se olharam, envoltos em um breve silêncio.

Gregório começou a falar com uma voz rouca: "Ophélia..."

Neste momento, Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano saíram de seus quartos, parecendo zumbis de tão cansadas.

Ao ver Gregório, Tarsila, lutando para manter os olhos abertos, virou-se para Clorinda e disse: "Morde ele."

Com um bocejo, Clorinda abriu a boca, mas então a fechou, resignada: "Não vale a pena. Nós só temos uma vida."

"Vamos" - disse Ophélia, passando direto por Gregório.