Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 37

Tarsila Fagundes guardou o celular e, cruzando os braços, encostou-se à porta para avaliar a mulher de cima a baixo: "Quem é você?"

Clorinda Serrano também a olhou de soslaio: "E você, quem é?"

Com um movimento rápido da cabeça, Tarsila jogou os cabelos para trás: "Eu sou a esposa dela."

"Ah, tá!" Clorinda expressou seu desprezo com uma careta eloquente. "Você é a esposa dela? Você diz que seu nome é João..."

Ela não conseguiu terminar a frase, pois um biscoito foi enfiado em sua boca, bloqueando as palavras seguintes.

Ophelia interrompeu: "Cala a boca. Volta para o quarto. Senão, da próxima vez, não tem morfina para sua dor."

Clorinda Serrano, pela primeira vez em sua vida, sentiu-se totalmente dominada, e teve de se render, pois a dor nos olhos era realmente insuportável!

Ophelia sempre dizia que não podia usar o medicamento em excesso. Somente quando Clorinda estava desesperada, implorando como uma criança, é que Ophelia, com um gesto de misericórdia, lhe concedia uma dose.

Clorinda Serrano fechou a boca com raiva: "Se você não quer responder, não precisa, por que revelar segredos pessoais!"

Como Tarsila estava à toa, e viu que Rute não se atrevia a intervir, ela foi até atrás da cadeira de rodas de Clorinda e a girou cento e oitenta graus.

"Em qual quarto ela está? Eu ajudo a levá-la de volta."

Rute, grata, respondeu: "Quarto 23!"

"Solta! Você me ouviu?" Clorinda gritou enquanto era empurrada para fora do escritório, furiosa. "Se não soltar, quer apostar como eu te dou um tapa?"

"Vamos ver quem vai dar um tapa em quem." As duas fizeram barulho o caminho todo até o quarto. Tarsila tentava colocar Clorinda na cama, mas ela resistia, agarrando-se à cadeira de rodas. Tarsila, sem cerimônia, puxou Clorinda com força para a cama.

Clorinda estava quase explodindo de raiva.

"Eu só queria perguntar por que ela se casou com o Gregório! Isso é tão curioso! Ela é linda e talentosa, por que não escolheu um bom homem? Gregório, um homem lixo, não é digno dela!"

Tarsila parou bruscamente suas ações, apontou para Clorinda com o dedo indicador e, com uma expressão de admiração no rosto, acenou com a cabeça em aprovação.

Então puxou uma cadeira para perto e se sentou.

"Vamos conversar sobre isso!"

"A única pessoa na Família Pascoal que tem um pouco de consciência é a avó dela. Ouvi dizer que ela é cristão, talvez seja um pouco mais bondosa."

Tarsila Fagundes balançou a cabeça misteriosamente, com uma expressão de quem sabe mais do que mostra: "É verdade que ela segue o espiritismo, mas isso não a torna uma santa."

"Minha avó é muito boa para mim, não fale dela pelas costas," a voz de Ophelia interrompeu a conversa fofoqueira dos dois.

Ambos viraram-se ao mesmo tempo e viram Ophelia, que não parecia irritada, parada na porta chamando Tarsila Fagundes: "Já acabaram o papo? Vamos embora."

"Ei, ei, ei, não vá ainda!" Clorinda Serrano parecia uma telespectadora frustrada quando o episódio de uma novela é interrompido bem no clímax: "Ainda não terminamos!"

Tarsila Fagundes também sentia que ainda havia muito o que falar, afinal, como única defensora de Ophelia, ela lutava sozinha há anos e finalmente tinha encontrado uma aliada em Clorinda Serrano, não querendo perder a oportunidade de aprofundar sua conspiração.

"Hehe, vamos conversar um pouco mais."

Ophelia perguntou: "Você não ia comer? Não está com fome?"

Tarsila Fagundes, que normalmente seria a primeira a correr para o almoço, respondeu desinteressadamente: "Não tem problema, pular uma refeição não vai me matar."