Os sapatos de Ophélia tocaram o chão, e ela falou baixinho um agradecimento.
No topo da escada,o Gregório pegou um guarda-chuva preto das mãos de alguém ao lado e o abriu, descendo para recebê-la.
Ela vestia um vestido simples, mas que era realçado ao máximo em seu corpo, com uma cor azul-água de baixa saturação que se espalhava sobre o tecido de seda pura, a cintura bem ajustada, e as curvas delicadas descendo, com várias camadas de pregas que lembravam ondulações na superfície da água.
Uma elegância etérea e imaculada.
O guarda-chuva cobriu a cabeça de Ophélia, protegendo ela completamente da chuva.
O jantar já havia começado, num salão admirável e adornado, onde as bebidas e conversas se entrelaçavam.
O garçom, com muito respeito, abriu a porta, e o vento trouxe consigo gotas de chuva que evaporavam ao se misturar com o aroma quente e acolhedor do vinho.
Todas as pessoas presentes eram membros da Fortaleza Finanças S.A. e da Horizonte, que ao verem Gregório conduzindo a Ophélia para dentro, compartilharam sorrisos de cumplicidade.
Várias pessoas vieram cumprimentar eles, e Gregório, com facilidade, a guiou pelo circuito de saudações, enquanto Ophélia permanecia ao seu lado, conversando e apertando mãos com tranquilidade.
Um acionista da Horizonte, de cerca de quarenta anos, aproximou-se com uma taça de vinho, sorrindo e lisonjeando: "Que prazer conhecê-la. Já tinha ouvido falar que você era bonita, mas hoje, ao ver ela pessoalmente, é ainda mais impressionante. Sr. Gregório é realmente um homem de sorte."
Ophélia não levava esse tipo de elogio a sério, apenas respondia educadamente: "Prazer."
Ela estava prestes a retribuir o cumprimento.
O Gregório, calmo e digno, levantou a sua mão nobre para um breve aperto e, de forma evasiva, soltou-a: "Não tenha inveja. Você não conseguiria."
O homem sorriu envergonhado, tentou puxar assunto mais um pouco, mas, percebendo o desinteresse, soube se afastar.
"Por que fez isso?" perguntou Ophélia, confusa com a repentina falta de cortesia dele.
Era um velho pervertido, com uma vida pessoal questionável. Gregório não queria sujar os ouvidos dela com aquelas histórias e falou uma desculpa qualquer: "Ele comeu coxinha e não lavou as mãos."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....