Leandro estava chegando na fazenda com o cavalo de Luíza amarrado ao seu e um discurso preparado fazer a moça se derreter de amores por ele. Chegou a humilde fazenda e logo topou com Saulo saindo para levar alguns porcos até a cidade.
– Bom dia rapaz. – Saulo cumprimentou Leandro com um aperto de mão.
– Bom dia senhor, procuro por Luíza. Será que ela já está de pé?
– Ela está lá dentro com a mãe, amarre seu cavalo e vá até lá falar com ela.
Saulo estava preocupado com o futuro da filha, depois do que havia acontecido com a Gabriel tudo o que ele mais queria é Luíza tivesse um destino diferente e fosse feliz no amor.
Leandro bateu na porta, Margareth atendeu a porta e ficou surpresa ao ver aquele moço bem vestido.
– Bom dia senhora, Luíza está em casa? – Leandro questionou retirando o chapéu.
Ela deu uma boa olhada no rapaz, era mais do que justificável que a filha estivesse suspirando por ele desde que o viu.
– Bom dia, entre e sente-se, já vou chamá-la. – Margareth sorriu ao limpar as mãos no avental velho e saiu quase correndo para chamar a filha, que estava na cozinha.
– O primo de Atílio está na nossa sala e veio te ver.
Luíza sentiu mil borboletas no estômago com a frase da mãe, já estava envolvida com aquele belo jovem ainda que não quisesse isso. Tirou o avental que usava e foi até a sala, assim que a viu chegar ele se levantou e retirou o chapéu, como todos os cavalheiros faziam em sinal de respeito a uma dama.
– Perdoe-me por vir tão cedo é que trazer seu cavalo de volta, foi a única desculpa que pude inventar para te ver de novo.
Ela sorriu timidamente para Leandro.
– Fico feliz que tenha vindo aqui até a minha casa, mesmo as custas de uma desculpa.
– Vocês têm uma grande propriedade! – Ele olhou ao seu redor, era pobre, mas muito extensa.
– Humilde sim, mas bem extensa...mamãe, sei que está nos ouvindo. – Luíza sorriu revelando o atrevimento da mão ao ouvir a conversa dos dois.
Margareth apareceu envergonhada.
– Leandro e eu vamos dar uma volta, aqui por perto é claro.
– Sim filha, mas não demorem ou seu pai pode voltar.
Leandro adorou a iniciativa dela, estava mesmo querendo por ficar a sós. Andaram perto das cercas e pararam para ver o gado pastar.
– Sabe que, nunca imaginei que aqui nesse lugar eu encontraria mulheres tão lindas, assim como você. – Leandro falou olhando para o rosto dela que corou com o elogio.
– Você fala no plural.
– Sim, como você e Guadalupe.
– Todos sempre nos compararam a vida inteira e isso me irrita ás vezes Leandro. Lupe sempre foi a mais bela e mimada por todos, no entanto é e sempre vai ser uma cega.
– Não acho que ela seja mais formosa que você, são duas belezas diferentes! Mas não vim aqui para falar dela, vim para falar de nós dois e do que estou sentindo.
Leandro
Minha habilidade em mentir surpreendia até a mim mesmo.
– E o que tem a dizer sobre nós então? Senhor Leandro?
– Que eu estou completamente apaixonado por você, não consigo te tirar do pensamento desde que pus os meus olhos em seu belo rosto.
Ele segurou a mão dela delicadamente, Luíza sorriu.
– Eu também gostei muito de você, mas sei que não estou a sua altura. Você é um rapaz rico e estudado e eu, uma moça pobre e ignorante.
– E quem te disse isso bela? Não estou procurando uma fortuna, já tenho a minha.
– E então?
Ele a puxou forte e os dois se beijaram, nem o medo de ser vista pela mãe a impediu de se entregar por completo aquele sentimento. Voltou a si e se afastou...
– Não devia ter feito isso, é melhor que eu volte para casa.
Antes que ela corresse, ele a puxou e deu outro beijo, com direito a uma carícia no seio dela.
– Vá amanhã de manhã até a casa de Atílio, te espero para darmos um passeio juntos. – Leandro pediu e tinha certeza de que conseguiria que ela fosse.
Ela puxou a mão de volta e correu para casa, ainda sorrindo e tremendo.
– Essa vai ser muito fácil do que eu imaginava, tola e manipulável como toda mulher é!
Sorrindo ele soltou o cavalo que estava amarrado a árvore e saiu assoviando pelo caminho de volta.
Guadalupe
Joguei milho para as galinhas, senti Atílio me agarrar pela cintura e falar rente ao meu ouvido.
– Acho que podemos dar um passeio, o que você acha?
– Sim eu adoraria!
Atílio montou e me ajudou a montar também, cavalgamos enquanto eu me aconchegava por trás dele. Era tão bom ficar agarrada a ele e sentir o cheiro do seu corpo, enquanto o vento agitava meus cabelos e de repente Atílio puxou as rédeas e o cavalo foi mais devagar.
– É Leandro e está voltando. – Atílio anunciou para a esposa.
– Vão dar uma volta? Realmente o dia está lindo.
– Sim Leandro, acho que iremos hoje até o rio.
– Então, tenham um bom passeio. – Leandro desejou ao olhar os dois partirem.
– Até mais ver. – Atílio disse ao se afastarem.
Atílio e Guadalupe continuaram seu caminho, Leandro decidiu espionar aquele passeio e foi bem mais devagar seguindo as pegadas do cavalo.
Ele desceu do cavalo e ajudou a esposa, e aos beijos foram se deitando no mato à margem do rio. Os beijos eram ardentes e estalados e as mãos de Atílio percorriam todo o corpo dela, até chegarem no laço de seu decote, desfazendo-o lentamente.
Atílio foi descendo os beijos por entre os seios dela ainda dentro do vestido, até levantar seu vestido e adentrar suas pernas. Sua mão direita apertava o seio dela enquanto sua língua a desbrava por baixo...as expressões faciais de Guadalupe e seus gemidos fizeram Leandro ficar muito excitado assistindo aquela cena, mesmo que não pudesse ver o corpo dela ainda coberto pelo longo vestido que se movia ao ritmo do beijo íntimo que Atílio dava.
– Não posso aguentar mais...hmmm – Guadalupe se contorcia de prazer ao anunciar seu prazer.
Leandro ejaculou, não pode resistir ao vê-la se realizar assim. Ficou com medo de que Atílio o flagrasse escondido entre os arbustos, correu dali e montou seu cavalo rapidamente.
Atílio já subia dando um beijo na boca dela...Lupe segurou seu rosto de repente.
– Ouviu isso? – Guadalupe ficou assustada e perguntou.
– O quê, meu amor?
– Não sei Atílio, pensei ter ouvido algo.
– Tudo o que quero ouvir aqui são os seus gemidos.
Os dois seguiram fazendo mais amor naquele lugar...
Leandro chegou em casa e tinha pressa para se lavar.
– E aí filho, conversou com Luíza? – Amélia perguntou entrando na frente dele, mas Leandro tinha pressa.
– Depois eu te conto tudo Amélia, agora preciso de um banho, é que o dia está muito quente.
Longe dali...
Jamile tentava chamar a atenção de Gabriel, mas sem sucesso algum. A avó da moça tentava fazer com ele a visse como mulher, mas ele não tinha olhos para ninguém. Pois seu coração ainda era de Guadalupe, mesmo que seja uma mulher proibida.
– Gabriel nunca irá olhar para mim, vó! – Jamile estava triste e desacreditada no amor.
– Tenha paciência filha.
– Não é questão de paciência e sim de aceitar a verdade.
Dona Esmeralda retirou uma urna pequena e antiga.
– Chegou a hora de saber quem você é, minha neta.
Ela abriu e mostrou a neta uma joia de ouro e bela que parecia ser de família.
– Isso aqui era do seu pai, você é muito rica filha e deve ir atrás dele.
Ela começou a chorar, a avó nunca falava sobre seu passado.
– Por que a senhora só me contou isso agora?
– Por que você agora é uma mulher feita e pode cuidar da sua vida. Decidir se quer ou não trazer de volta seu passado e as pessoas que nele estavam.
Jamile ficou com aquele escapulário nas mãos, nele havia o nome de seu pai. Saiu correndo e Gabriel a viu chorando e desesperada.
– O que aconteceu? Por que está chorando desse jeito?
– Minha avó me revelou algo sobre o passado e eu não sei o que fazer com isso Gabriel.
– Me diga e quem sabe eu possa te ajudar de alguma maneira.
– Ela me deu uma joia de família e nela há o nome do meu pai, disse que ele é um homem muito rico.
– Rico? Se é assim, você precisa ir atrás dele e logo.
– Tenho medo do que vou encontrar lá, ele é um desconhecido e nem sei se ainda está vivo.
– Eu posso te ajudar a encontrá-lo se quiser Jamile.
– Faria isso por mim? De verdade Gabriel?
– Claro, mesmo que não acredite eu gosto muito de você loirinha.
Jamile sorriu e o abraçou bem forte, tudo o que mais queria nessa vida era estar perto dele nem que fosse para procurar o que perdeu no passado.
– Vou dizer a minha vó que sim, iremos juntos procurar o meu pai.
Ela voltou para a casa e Gabriel para seu pequeno quarto e falava sozinho...
– Jamile vai me dar o que eu mais quero nessa vida, me tornar um homem rico e poderoso a ponto de tirar Lupe das mãos daquele crápula.
Jamile chegou no quarto da avó, pegou nas mãos enrugadas dela e olhou em seus olhos.
– Gabriel prometeu me ajudar a encontrar o meu pai, acha que devo confiar nele?
– Sim, mas deixe que eu falarei com ele...certo? – Esmeralda não era estúpida e queria deixar a neta com garantias.
– Sim, eu te amo muito vovó!
– Eu também te amo minha pequena.
Guadalupe
Atílio e eu voltávamos para casa, molhados do banho que tomamos no rio eu estava com frio.
– Leandro já procurou a tal casa que pretendia comprar? – Perguntei esperando sua resposta com ansiedade.
– Ainda não, por que? – Atílio respondeu.
– Acho que se ele realmente pretende constituir família por aqui é a primeira coisa que deve fazer.
– Concordo princesa e falarei para que ele apresse as coisas, quero muito que Luíza e ele se acertem de uma vez, mas quem irá sofrer com isso é Sebastião.
– Ele a ama? – Eu já havia escutado rumores de que ele sentia algo por minha amiga, mas nunca se atreveu a dizer isso a alguém.
– A cara que o pobre fez ao ver Leandro levar o cavalo para poder cortejar ela, era de dar pena princesa.
– Vou falar com ele!
– Deve ser doloroso ver o seu grande amor ser levado por outra pessoa, eu nem quero imaginar algo assim.
– E nem precisa imaginar Atílio, eu te amo e meu lugar é onde você estiver.
Atílio
Chegamos em casa Sebastião nos recebeu, ajudei Lupe a descer e dei as rédeas do cavalo para ele. A peguei no colo e entramos sorrindo em casa, Amélia já estava acostumada a nos ver assim o tempo todo.
Enquanto isso...
No andar de cima Leandro os observava naquele clima de lua de mel, deu uma bela revirada de olhos. Ficou a se lembrar de todos os momentos daquele dia, do beijo em Luíza da visão de Lupe ao ter um orgasmo até o momento de se ver ali parado em frente a janela observando a lua e as terras daquela enorme fazenda.
Se sentia sozinho e não podia negar que gostaria de ter uma mulher ao seu lado, uma que o fizesse feliz como Atílio parecia ser. Em seu quarto Leandro pensava...
– Deixe de pensar tamanhas idiotices, Luíza vai ser minha amanhã e essa inútil sensação de solidão irá sumir de vez dos meus pensamentos. Espero que Celina tenha recebido meu telegrama e apresse sua vinda para cá!
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