O Labirinto de Amor romance Capítulo 10

Guilherme, que estava assistindo a esta cena ao lado, entrou e disse a Lúcia:

- Por que você não está descansando?

Para Lúcia, o aparecimento de Guilherme parecia súbito. Ela ficou toda carinhosa quando o viu chegando. Ela o puxou pela camisa e o sentou na beirada da cama, disse enquanto o abraçava:

- Dormi tanto de dia que não consigo dormir agora. Por que você veio?

- Eu vim te ver!- Enquanto ele falava, Guilherme me olhava atravessado. Ele olhou para o dorso de minha mão e disse, sério:

- Trate isso.

A voz fria não mostrou nenhuma compaixão ou preocupação.

Lúcia ainda o abraçava, pedia desculpas e admitia a culpa:

- Não tomei cuidado e queimei a Kaira.

Guilherme alisou seus longos cabelos, parecendo tão inocente.

Eu senti como se eu tivesse sido empurrada de um penhasco. Me doía tanto o meu coração que eu não conseguia respirar, aos poucos fui saindo do quarto.

De fato, eu sabia, desde o início, que eu iria perder essa aposta com Lúcia, mas, mesmo assim, sinto um lampejo de esperança. Se Guilherme tivesse dito ao menos “Machucou?”, seria o suficiente para eu persistir.

Mas, no fim das contas, não consegui pena, nem mesmo simpatia.

No corredor, eu fui bloqueada por um grande peito. Eu olhei para cima e vi Vinícius, com uma expressão séria, mas linda. Ele estava me olhando de uma forma curiosa.

Eu não sei por que, olhei para ele e disse:

- Dr. Vinícius!

Ele ficou olhando para mim por um tempo e, de repente, disse:

- Dói?

Meu coração ficou abalado. Plim! Uma pequena gota de lágrima caiu no chão. O vento assobiou pelo corredor, fazendo aquele corredor frio e solitário ainda mais vazio e silencioso.

Alguém que vi algumas vezes perguntou se “Dói”. Alguém que ficou comigo por dois anos não se importou com isso!

Ele pegou minha mão e eu não soube o que fazer, tentei retirar a mão dele.

- Eu sou um médico! - Vinícius disse. Quer dizer, ele é um médico e eu não poderia recusar a ajuda, nem ele poderia ignorar meu machucado.

Sei que ele não gosta de se meter onde não é chamado, ele só tinha feito isso porque eu era a esposa de Guilherme.

Fui com Vinícius até a sala de cirurgia. Ele conversou com a enfermeira e me disse:

- Obedeça a ela para colocar um curativo aí.

Concordei e disse:

- Obrigada!

Vinícius saiu. A enfermeira limpou o dorso da minha mão queimada. Ela olhou para as bolhas brancas na minha mão e disse, com seriedade:

- Essa queimadura é um pouco grave, pode ser que deixe cicatrizes.

- Está tudo bem! - Fica como uma lição.

As bolhas, normalmente, precisam ser picadas para limpar o pus nesse tipo de ferida.

Temendo que eu não aguentasse, a enfermeira disse:

- Vai doer, então você precisa aguentar.

- Tudo bem!

Isso dói, mas não tanto. A dor em meu coração já é dolorosa o suficiente.

A enfermeira me explicou algumas coisas após limpar a ferida. Logo eu estava pronta a voltar ao quarto de Lúcia. Ouvi um leve murmúrio quando passei pela escada, acabei parando para ouvir melhor.

- Rodrigo se foi, quando você planeja se divorciar dela? - Era a voz de Vinícius?

- Kaira? - O homem falou. A voz era baixa e fria. Era muito familiar. Era de Guilherme.

Ao chegar mais perto das escadas, vi Guilherme de relance, com suas mãos nos bolsos e encostado no corrimão. Vinícius se apoiava na parede, com um cigarro entre os dedos, já pela metade.

Vinícius bateu a cinza do cigarro, olhou para Guilherme com seu olhos calmos e disse:

- Você sabe que ela não fez nada, e ela sofreu tudo só porque te ama.

Guilherme levantou a cabeça, olhou friamente para Vinícius e disse:

- Desde quando você se importa com ela?

Ouvindo isso, Vinícius franziu a testa e falou:

- Você pensa demais, só estou te avisando para não se arrepender depois. Mesmo que receba o amor que é profundo, mas este podia ser pegado de volta um dia.

- Heh! - Guilherme riu:

- Eu nunca me importei com o amor dela...

Eu parei de ouvir a conversa deles. Era o suficiente para saber os pensamentos alheios na mente. Mas se ainda quiser ouvir as palavras para confirmar, só podia ser magoada.

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