O Labirinto de Amor romance Capítulo 9

Eu não sabia o que ele estava pensando e acenei com a cabeça.

Às vezes, as pessoas são humildes sem nenhum motivo. Já estou acostumada aos pedidos de Guilherme, acabo obedecendo mesmo quando me sinto muito relutante.

O carro foi para o centro. Eu pensei que Guilherme me levaria na direção da mansão, mas ele me levou diretamente ao hospital.

O cheiro de desinfectante espalhado em cada esquina do hospital era algo que eu não gostava, mas eu tinha que ir com o Guilherme até o quarto de Lúcia.

Lúcia estava recebendo uma transfusão, estava doente e fraca. Deitada numa cama branca, seus olhos claros lhe davam um ar de delicadeza.

Quando ela me viu entrando com Guilherme, me olhou com frieza e disse, depois de um tempo:

- Não quero vê-la!

Toda a delicadeza se tornou a frieza e ódio, graças à perda do bebê.

Guilherme foi até ela e a levantou da cama, acariciando seu rosto:

- Deixe ela cuidar de você por alguns dias. Ela leva jeito para isso.

Toda aquela intimidade e carinho deixou o meu coração doer.

Lúcia queria falar sobre outra coisa, mas resolveu não dizer, olhou para Guilherme e disse com um leve sorriso:

- Certo, farei como quiser!

Com algumas palavras, eles decidiram se eu ficaria ou iria embora.

Que absurdo, eu não disse nada e obedeci ao combinado deles.

Guilherme era muito ocupado. Ele não apareceu no funeral de Rodrigo, mas ele era um membro dos Aguiar. Ele tinha muitos assuntos para tratar já que estava no controle do grande Grupo Nexia. Portanto, ele não tinha muito tempo para ficar no hospital com Lúcia.

Eu era a única que poderia ficar e cuidar de Lúcia.

Lúcia havia dormido muito durante o dia, eram 2 da manhã e ela não conseguia pegar no sono. Não havia nenhuma cama extra no hospital, me restou sentar na cadeira próxima à cama.

Ao ver que eu não tinha dormido, me olhou e disse:

- Kaira, você é uma pessoa muito humilde.

Não soube o que responder a princípio, olhei para o anel em meus dedos e disse a ela:

- Não é isso que é o amor?

Ela riu bastante antes de perguntar:

- Você está cansada?

Eu acenei, dizendo que sim. A vida passa muito rápido, o que não é cansativo? Apenas me apaixonei por alguém.

- Você pode pegar um copo de água pra mim? - Ela falou enquanto se levantava.

Disse que sim e fui servir a água.

- Não precisa colocar água fria, pode ser quente! - Ela disse, sem demonstrar muita emoção.

Entreguei o copo a ela. Ela não o pegou, disse:

- Tenho pena de você, mas te acho patética. Meu aborto não foi sua culpa, mas, mesmo assim, sinto raiva de você.

Eu não tinha certeza do que ela queria dizer com isso. Eu a entreguei o copo:

- Cuidado, está quente!

Ela pegou o copo de água e me puxou com força. Por instinto, eu teria tirado a minha mão. Ela olhou para mim com seus olhos escuros e disse:

- Faça sua aposta, vamos ver se ele vai se preocupar com você ou não.

Eu vi o homem de pé em frente à porta e me perguntei quando ele teria chegado. Lúcia me olhou com cara calma, e perguntou:

- Quer apostar?

Eu não disse nada e deixei que ela derramasse água quente no dorso da minha mão. Doeu muito, como se milhares de formigas estivessem me mordendo.

De forma velada, isso fechava a aposta.

Lúcia largou o copo de água. Ela disse, com uma cara inocente:

- Desculpe, não foi minha intenção. Derramei a água quente sem querer, você está bem?

Que hipocrisia.

Eu retirei a mão e disse, suportando a dor:

- Está tudo bem!

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