O Labirinto de Amor romance Capítulo 31

Acabei não conseguindo aguentar.

Eu me senti enjoada, corri para o banheiro e vomitei tudo o que tinha acabado de comer, o que fez meu estômago piorar.

- Não é bom?

Me assustei com a voz fria de Guilherme atrás de mim, encostado na porta.

Eu sacudi a cabeça:

- Não, acho que passei mal por ter passado fome o dia todo e ter comido algo de repente, então meu estômago não aguentou.

Fiquei um pouco confusa quando ele me levantou e me carregou para o segundo piso.

- Qual é o seu problema?

Ele tirou o terno que estava vestindo, trocou de roupa casual e me fez uma proposta:

- Troque de roupa, vamos comer o que quiser fora!

Fiquei um pouco hesitante, disse:

- Não estou com fome agora. Não quero ir, não vou conseguir comer nada.

Ele me ignorou, fingiu não ouvir minha reclamação:

- Vou esperar por você lá fora!

De verdade, eu não estava com fome, mas...

Depois de ponderar, no final, troquei de roupa e saí com ele.

Eram dezanove ou vinte horas na Cidade de Rio, e a multidão estava bastante animada. Guilherme, dirigindo, me perguntou:

- O que você gostaria de comer?

Pensei sobre isso e disse:

- Quero algo mais leve!

Talvez eu estivesse com nojo de comidas muito fortes por causa da gravidez.

Ele acenou levemente. Fiquei olhando os olhos e sobrancelhas bonitos. Percebi que desde que nos casamos, este havia sido o melhor dia que nos damos bem.

Por um momento, imaginei como nossa vida poderia continuar assim, feliz, para sempre. Uma família, nós três.

Ele estacionou o carro em frente a Vignoli Norte, eu saí e fui direto escolher uma mesa. Talvez, por causa do horário, não havia muitas pessoas lá.

Assim que me sentei, o garçom me entregou o menu. Guilherme já havia comido, e não tinha apetite. Só pedi uns petiscos e uma sopa de legumes.

Para minha surpresa, depois que Guilherme estacionou o carro, ele entrou com duas pessoas ao seu lado, eram Lúcia e Pietro.

Coincidência? Ou compromisso?

Vendo que eu já estava sentada, os três vieram até a minha mesa e se sentaram. Ao me ver, o rosto de Lúcia mudou, mas ela não disse muito. Aquela mesa podia acomodar quatro pessoas.

Porque eu me sentei primeiro, Lúcia me viu e ultrapassou Guilherme, sentando-se ao meu lado. Ela olhou para mim e disse com uma voz delicada:

- Kaira, não faz mal se eu me sentar ao seu lado, né?

Eu podia dizer que não?

Não!

Então não respondi.

- O que você pediu?

Guilherme falou, pegando o menu do garçom e olhando para mim.

- Uns petiscos e uma sopa. -

Respondi.

Ele acenou e fez o seu pedido. Pietro disse com desprezo:

- Não quero comer. Não estou com fome.

Ele devolveu o menu ao garçom.

A seguir, os três começaram a conversar, mas eu não pude interferir na conversa deles, então fiquei calada.

O garçom trouxe a sopa de legumes. Assim que esta foi colocada sobre a mesa, Guilherme a colocou na frente de Lúcia. Disse, em um tom provocador:

- É para você, coma para aquecer seu corpo.

Lúcia sorriu com alegria:

- Eu sei que Guilherme me conhece bem e sabe que eu gosto muito da sopa de legumes!

Me senti devastada ao presenciar essa cena.

Ele conhecia tanto sobre ela. Isso era um mimo tenro que eu nunca poderia ter em minha vida.

- Kaira, que prato você pediu? Que tal comermos juntos! Esta sopa é excelente. No passado, Guilherme costumava me trazer para aqui.

Enquanto ela falava, Lúcia colocou sua sopa na minha frente.

Sacudi a cabeça, empurrei a sopa de volta e sorri:

- Eu também pedi a mesma que vai estar pronto logo.

Vendo isto, ela não disse mais nada e continuou conversando com os dois homens sobre assuntos que eu não conhecia.

Não demorou muito para que os petiscos e a sopa de legumes fossem servidos. Quando eu também pedi a sopa de legumes, Lúcia disse, com um sorriso inocente:

- Kaira, você também gosta de sopa de legumes. Então, vou te contar um segredo,Guilherme sabe muito bem como cozinhar essa sopa!

Ela se aproximou demais de mim, com sua boca ao lado de minha orelha. Eu detesto quando as pessoas fazem isso comigo, então me afastei um pouco.

- Ai!

Sem saber porquê, a sopa na minha frente foi tudo derramada sobre meu corpo.

Como estava quente, me levantei por susto, mas não esperava que antingisse Lúcia. Ela soltou um grito de dor.

Não pude pedir desculpas a tempo. Peguei um guardanapo para limpar a sopa. Como tinha sido apressada por Guilherme quando saí, eu estava apenas de um vestido fino, e minha pele ficou um pouco queimada.

Eu tinha limpado a maior parte da sopa de meu corpo antes de ver Guilherme ajoelhado na frente de Lúcia para limpar o nariz dela, com bastante cuidado.

Acho que me levantei muito rápido e bati com o nariz de Lúcia, então...

Pietro pegou um guardanapo e o entregou a Guilherme, olhando para mim, de mau humor:

- A Sra. Sanches esqueceu os óculos hoje?

Eu não soube como responder.

Lúcia estava com os olhos vermelhos de chorar, parecia que seu nariz sangrava um pouco. Eu suprimi todo o ódio em meu coração e disse:

- Srta. Lúcia, me desculpe!

Não foi minha culpa. Era certo que ela derramou a sopa para mim quando se aproximou. Só ela faria algo chato assim comigo.

- De nada, Kaira, tenha mais cuidado.

Com isso, Lúcia olhou para Guilherme com expectativa:

- Guilherme, não quero mais comer essa sopa que derramou. Vamos dar uma volta?

Guilherme ficou chateado ao ver os petiscos ainda na mesa, disse:

- Coma algo antes de sair!

Ninguém prestou atenção em mim, nem notaram que eu estava com a sopa derramada em mim.

Me senti ridícula quando me levantei.

- Vou embora agora! - Eu saí do restaurante logo em seguida. Senti como se eu tivesse sido apunhalada pela adaga mais cruel.

Deus não é tão justo. Enquanto dá alegrias a alguns, causa dor e sofrimento a outros.

- Kaira!

Com uma voz baixa e furiosa, alguém me chamou. Era o Guilherme me seguindo.

Franziu a testa, ele parecia tentar conter sua raiva:

- O que você está fazendo?!

O que eu estava fazendo? Ele estava me culpando por ter esbarrado em Lúcia?

- Não consigo comer e quero voltar para casa.

Evitei explicar mais para não explodir de raiva.

Anda na direção de mim, ele não parecia satisfeito com isso:

- Kaira, essa é a sua educação?

Surpresa com esse comentário, eu retruquei, olhando para o seu rosto sombrio e frio:

- Educação, Guilherme? A educação que está falando é que um homem casado cuida de outra mulher na frente da sua própria esposa e ignorando os sentimentos dela?

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