O Labirinto de Amor romance Capítulo 32

Ignorando seu rosto sombrio, continuei a debochar.

- Você acha que Lúcia é bem educada? Pois, o que eu entendo por boa educação é uma coisa bem diferente!

- Kaira!

Seus dedos apertaram minha mão com mais força. Com as veias da testa exaltadas e os dentes rangidos, disse em um tom de voz muito baixo:

- Você deveria se alegrar pelo fato de eu não bater em mulheres.

Ri e aguentei a dor em meu pulso, que parecia prestes a ser esmagado. Olhando pare ele, retruquei:

- Presidente Guilherme, é realmente muito generoso. Mas, poderia soltar a minha mão, por favor? Apertar a mão de uma mulher dessa maneira é a mesma coisa que bater nela.

Guilherme estava tão furioso, que as veias em sua testa pareciam querer saltar. Meneando minha mão, ele disse em um tom de voz gélido:

- Quem você pensa que é para julgar a Lúcia? Você não merece!

Virou-me as costas, indiferente.

- Não mereço? - Estava furiosa com seu comentário grosseiro. Sorrindo, me aproximei e disse olhando para ele com firmeza:

- Sim, eu não chego aos pés de Lúcia! De fato, eu não chego nem perto da hipocrisia dela! Pelo menos, eu não fico fazendo truques às costas, como vocês!

Dito isso, ignorei sua raiva e voltei para o restaurante, onde Lúcia e Pietro permaneciam sentados no mesmo lugar.

- Kaira! - Exclamou Lúcia, sorrindo de forma falsa ao me ver entrar.

Lançei um olhar frio para ela, peguei os pesticos e a sopa que estava sobre a mesa e, sem hesitar, derramei tudo lentamente pela sua cabeça.

Sem esperar por sua reação, eu disse-lhe:

- Lúcia, não sei como você foi educada, gosta tanto de roubar coisas dos outros e se fingir de simpática e implora por atenção. Mas, uma coisa vou lhe dizer: quem faz coisas erradas, um dia terá que pagar por elas!

- Como gosta tanto de coisas usadas, pode ficar com Guilherme. É certo que eu gosto muito dele, mas já estou cansada de um homem que não dá valor ao que tem. Vocês me dão nojo! Fique com ele; vocês se merecem!

- Kaira! Uma voz com fúria veio da entrada do restaurante.

Nem olhei para Guilherme. Não me importei com sua raiva. Em comparação com as facas invisíveis deles, pelo menos, eu era uma pessoa franca e direita.

Dito isto, saí do restaurante, mas ele barrou a minha passagem, segurando meu pulso com firmeza. Fui irritada, abaixei a cabeça e dei-lhe uma mordida.

Pensei que iria me largar, mas ele me carregava e me jogou de uma forma violenta para dentro do carro e ligou o carro.

Como se fossemos caçados, dirigiu em alta vecolcidae. Estava ficando nauseada com os solavancos.

Pelo menos, não demorou muito tempo. Não tive tempo para ser feliz e depois fui levada para a mansão.

Ele estava furioso e andou depressa. Me levou diretamente para o quarto.

Fechou a porta com tanta força, como se as paredes da casa fossem tremendo.

- Deixe-me ir, Guilherme, você não é homem ! - Estava em pânico e disse a primeira coisa que me veio à mente.

Ele cobriu a minha boca e disse de forma zombeteira:

- Não sou homem? Não dou valor ao que tenho? Faço você sentir nojo?

Sua força se intensificou, seus olhos escuros se estreitaram e ele falou com uma voz fria:

- Kaira, você me surpreende.

Eu mal conseguia respirar, mas chutei sua canela com toda a força. Preferia morrer a me render facilmente!

Nossos olhares se cruzaram como se houvesse uma batalha silenciosa.

Fiquei sem respirar por tanto tempo, que já nem conseguia mais pensar. Um momento de vertigem me atingiu e eu tive uma sensação momentânea de que ele queria me estrangular!

Finalmente ele me soltou. Mas assim que pudesse voltar a respirar, ele se inclinou e beijou na minha boca.

Nessa altura eu já não consegui me mexer e meu coração estava cheio de ódio.

- Guilherme, subjugar uma mulher dessa forma não é herói.

Ele zombou, e seus olhos escuros tinham um olhar sedento de sangue.

Fiquei olhando para ele com pânico e falei em voz trêmula:

- Você não pode fazer isso comigo!

Ele me segurou com força e foi baixando os lábios em minha direção.

Franzi a testa de dor, receosa e confusa.

- Guilherme, você vai se arrepender disso!

Ele fez uma breve pausa e sussurrou em voz rouca:

- Seja boazinha e eu serei gentil.

Filho da puta!

Fiquei completamente sem ação por um momento. De repente, toda a mágoa acumulada explodiu de forma intensa.

As lágrimas caíram como chuva forte, desde os pequenos soluços até choro, sem nenhuma consideração pelo sentimento de Guilherme.

Ele se deteve e tentou me confortar com uma voz suave. Quanto mais ele falava, mais alto eu chorava.

Por fim, ele não teve alternativa, além de me abraçar gentilmente. Mas, nada seria capaz de me acalmar naquele momento.

Por um longo tempo, ele ficou ali me abraçando, enquanto eu chorava sem conseguir me conter.

Finalmente, minhas lágrimas secaram e eu fui me acalmando.

- Já chorou o suficiente? Sussurrou ele.

Não respondi. Meus olhos ardiam e eu mal conseguia abri-los. Só queria ficar ali, quieta em seus braços.

- Quatro anos atrás, - Ele falou de forma inesperada, - acompanhei meu avô à fronteira sudoeste, em uma visita ao seu antigo companheiro do Exército. No caminho, encontramos um grupo de bandidos.- Sua voz era cheia de tristeza e melancolia, como eu nunca havia visto.

Não tinha a menor ideia do que ele iria falar, e achei melhor ficar quieta.

- A região é muito pobre e há muitas guerras com países vizinhos. Sem suprimentos, vários países fronteiriços estavam em guerra. Aqueles desesperados em busca de abrigo, invadiram a casa de seu antigo companheiro do Exército, tentando ameaçar-nos para trazê-los para o país. A situação era urgente, o país não permitia a entrada de pessoas sem documentos. O avô era um velho guerreiro, guardava o país por décadas, naturalmente conhecia a lei. Então imediatamente ameaçou morrer em vez de ceder. Eles eram pessoas desesperadas. Vendo que o avô não concordava, eles queriam nos matar. Para nos proteger, o velho amigo do avô se sacrificou.

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