2 - Reclamada Por Dois romance Capítulo 47

Alexandre sentia um novo alento, a esperança voltando quando seu irmão lhe liga a dizer que encontraram Ângela, mas em trabalho de parto. Ele sabia que algo estava mal, ele sentia a dor aumentar em seu peito, ela estava em perigo.

Sem sequer ouvir mais uma palavra ele solta o celular se desmaterializando até ao sitio onde sentia Ângela . Mesmo que tivesse algumas queimaduras solares , não se importaria desde que chegasse a tempo de ajudar sua fêmea e seus filhos na hora em que viriam ao mundo. Por sorte o sol já não estava alto, o entardecer chegaria em segundos, o ardor da pele começa no momento em que surge se materializando mesmo do lado de Ângela, mas ele não se importava de sofrer dez vezes mais por ela.

A imagem de seu filho nos braços de Vasco o emocionou de tal maneira que ficou sem ar. Mas Ângela não estava bem, precisava de ajuda que chegou em forma de uma mulher. Cassandra corre no momento em que o jipe todo o terreno pára , Ulisses trazia sua companheira na busca aquando da mensagem de Marco e Rafael.

__ Meu Deus...- Cassandra se ajoelha tirando da maleta as luvas de latex e  algumas tesouras cirúrgicas para cortar o cordão umbilical que ainda estava preso ao menino de olhos arregalados com tons de amarelo  .__ Ela perdeu muito sangue.

__ Lhe darei do meu .- Alexandre rapidamente leva o pulso a boca, quando Ângela  perde os sentidos .

__ Não vai dar!- Cassandra encara Alexandre e Vasco com preocupação.__ Preciso fazer uma cesariana,  a pulsação está ...fraca, o bebé ...está em sofrimento. A palidez em ambos os homens  fez Cassandra se mover rapidamente para  preparar tudo. __ Teu sangue só fará com que a ferida feche rápido impedindo o nascimento. - Ela olha para Alexandre com simpatia , sabia que seria duro para ele não poder fazer nada naquela situação,já que a tinha salvo a ela . Encarando  Ulisses seu companheiro, rapidamente desabotoa a camiseta  dele , o que  a faz receber um olhar  confuso. __ Preciso dela ...

Apesar da situação Cassandra manteria a dignidade de Ângela perante todos aqueles lobos , cobrindo suas coxas  com a camiseta levanta  o vestido somente até revelar a parte que teria que cortar. Aplicando uma anestesia local que trazia sempre na sua maleta medica ela começa o procedimento, apesar de a anestesia não fazer efeito assim tão rápido aproveitaria que Ângela estava sem sentidos para cortar . Respirando fundo ela pega no bisturi, olhando Vasco que simplesmente acaricia o  rosto de Ângela  completamente derrotado por ter chegado tarde demais.

__ Eu posso lhe dar o meu, não posso? - As lágrimas de Vasco dançavam em seus olhos ameaçando cair enquanto implorava por uma resposta positiva de Cassandra.

__ Sim...- Cassandra observa o rosto pálido de Ângela. __ Na verdade  penso que é uma excelente ideia, teu sangue é forte pode lhe dar a força que necessita para passar por tudo isto.

Sem demoras Vasco leva o pulso à boca de seu irmão, que com suas presas e sem hesitar  rasga a carne. Vasco de imediato presenteia Ângela com as gotas milagrosas que lhe dariam vida e energia  . Mesmo sem mover seus lábios  nota-se que engole devagar, sua consciência não estava totalmente apagada o que era muito bom sinal.

Alexandre não sabia para onde olhar se para o rosto de sua companheira por algum sinal de vida ou para seu ventre esperando que seu outro filho mostrasse que também estaria bem. Rapidamente um piscar de olhos lhe chama atenção, Ângela recobrava a consciência, seus olhares se cruzam mas logo uma expressão de dor  surge em seu rosto.

__ Nosso outro filho ....-  Simplesmente sinto algo na minha boca quente , doce  , me dando um novo animo em meu corpo . Mas rapidamente a lembrança surge ao  dar com o olhar carinhoso e preocupado de Alexandre. Sentindo a dormência em minha cintura afasto o braço de Vasco que continuava a partilhar seu sangue precioso, notava se a palidez a começar a surgir , e sabia que não pararia mesmo que significasse ficar inconsciente. Olhando sobre minha barriga verifico que  Cassandra estava concentrada  na tarefa de fazer meu filho vir ao mundo. Suas mãos cobertas com luvas de latex  se mostravam vermelhas de sangue o que me levou a entrar em pânico. __ Oh não...não!!!!!- A dor no meu peito surge surge quando um corpo inerte é arrancado de dentro de meu útero, o bebe não se mexia, sua cor arroxeada me dizia que todos os meus receios se tornavam realidade, as lágrimas surgem de imediato, como a cascata   de uma nascente de agua sem fim. _Me digam que ele está bem. -Não tenho coragem de olhar para Vasco , nem para Alexandre que segurava minha mão tremendo. Cassandra deita  o bebé em minha barriga, fazendo respiração boca a boca. Me fixo em seus  olhos fechados, não dando atenção ao silencio sombrio que se instalava no lugar. Levo  o meu dedo á sua mão pequenina estendida em meu peito e acaricio a pele tão suave e fria.__ Meu filho...- Entre soluços sussurro. __Volta para mim... por favor…

Na mesma hora sinto um aperto em meu dedo, seus olhos se abrem,  arregalados, brilhantes, negros como seu pai. Não conseguia conter a minhas lágrimas , mas dessa vez era de alegria.  Uma exalação em grupo se fez ouvir no silencio da noite naquela floresta. Vasco simplesmente balançou a cabeça, me beijando, ele não tinha palavras assim como Alexandre que segurava a minha outra mão com força .

__ Parabéns...é uma menina...- A voz de Cassandra treme quando encara Ângela. Sua emoção era visível quando as lágrimas descem por seu rosto também, de imediato seu companheiro Ulisses estava do seu lado a abraçando pela cintura, a apoiando naquele momento cheio de tensão, emoção.

__ Obrigada... muito obrigada Cassandra ...- Não conseguia conter a minha alegria ao ver  que ambas as crianças estavam bem. Me recostando ao peito de Vasco suspiro profundamente , meu corpo formiga como se estivesse completamente se desligando, sabia que precisava de cuidados médicos em circunstancias melhores ,mas meus bebés estavam bem e só isso importava. Tento pegar na menina que não deixava de me fitar, mas sem sucesso, Alexandre rapidamente pega nela com o braço livre, visto que o outro já estava ocupado com seu outro filho.

Seus olhos eram iguais aos de Alexandre que agora estava plenamente transformado pela emoção de ser pai,  pelos vistos era ela que necessitava muito de meu sangue, e era a ela que seu irmão mais velho protegia tanto de nossos olhares. Um lobo com toda a certeza com tal possessividade e proteção por sua irmã.

Olhando Alexandre fico emocionada, as lágrimas marcavam um caminho reto em seu rosto,  nunca antes o vira chorar . Ele pega  neles com cautela em seus braços, roçando o nariz em cada um deles , sussurrando palavras carinhosas , Vasco acariciava o meu cabelo , sorrindo como um bobo para os dois bebés nos braços do irmão. Tudo estava bem, finalmente tudo estava perfeito.

Poderia pensar isso  até ao momento em que Vasco faz  sinal a  Alexandre  que rapidamente passa cada um dos gémeos para os braços de Marco e Rafael, amigos  de confiança.

__ Espera... - Franzi o sobrolho um pouco desconfiada quando Alexandre me pega no colo e Vasco beija meus  lábios de leve. __ Onde vais ?

__ Me dá  só cinco minutos...- O olhar de Vasco muda para amarelo lupino, sua expressão começava a ser de raiva e ameaça, dando as costas à sua companheira, rosna baixo ao ir ao encontro de alguns lobos ao longe.

__ Vamos !- Alexandre inspira profundamente , seu semblante sombrio quando segue em direção ao jipe  que Cassandra e Ulisses tinham usado para vir até eles. __ Precisas descansar e te alimentar .

__ Mas ...e o Vasco ...- Eu ofego tentando olhar na direção do meu macho lupino, mas de imediato arregalo os olhos , sustentando a respiração ao imaginar o que Vasco iria fazer quando vejo que meu sequestrador ainda estava vivo e me  encarava como se quisesse me pegar... de novo.

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