Enquanto conduzia a camioneta para a pousada, Sara pensava em como Gaspar era um mistério. Havia algo nele que não batia certo, sempre que o via, sentia um aperto no estômago e o modo como ele a olhava metia medo. Vendo a pousada ao longe , decide nesse mesmo segundo não falar nada a Rafael, nem a Marco sobre aquele encontro casual. Afinal era normal ver muitas pessoas quando visitamos a cidade.
Logo que abre a porta de entrada avisa Berta que tinha chegado, levando as cartas para o escritório, coloca todas em cima da mesa , menos uma, que mesmo sem remetente, era destinada a ela.
Franzindo o sobrolho, sem hesitar rasga o envelope indo em direção de seu quarto. Subindo as escadas logo congela num dos degraus quando descobre que era de seus pais. Alarmada, de imediato devora as palavras ali escritas, ela sempre lhes telefonava uma vez por semana para dar notícias e saber como estavam, não havia necessidade de uma carta.
Logo que as primeiras linhas soam na sua mente seu corpo cai, sem forças até se sentar num dos degraus. As lágrimas surgem sem aviso deslizando por sua face assim como os soluços baixos que saíam de sua garganta da emoção que tomava seu espirito.
Quando Sara sentiu a porta da frente abrir-se, rapidamente se levanta dando costas a quem quer que fosse, avançando de imediato para o refugio de seu quarto .
__ Sara! - Rafael encara apreensivo a fêmea que o destino lhe tinha presenteado. Mesmo antes de entrarem, ele e seu irmão já sentiam sua tristeza , mas vendo suas lágrimas, era como se o coração dele se rasgasse em dois. __ Passa-se alguma coisa? - Ele queria que ela o usasse como porto seguro, mas quando ela não responde e tenta fugir dele de novo, sua voz se torna mais autoritária . __ SARA!!!!
__ Sim.. - Sara congela com a voz dominante de Rafael. Sua voz treme , mas tenta segurar as lágrimas respondendo sem se virar.
__ Podes chegar aqui, por favor! –Rafael fala suavemente dessa vez._- Preciso falar contigo!
__ Sim...mas..... -Sara tenta soar firme,já estava tão perto do ultimo degrau.__ Vou só ao banheiro e já volto.
__ É só por um minuto. - Rafael insiste de forma firme e dominante novamente.
__ Rafael...-Sara fez uma longa pausa, como podia Rafael a fazer sentir como se devesse obedece-lo. Respirando fundo, tenta limpar as lágrimas do rosto. __ Agora não... - Ela implora num sussurro avançando de imediato para o topo das escadas, mas em segundos é arrebatada bruscamente por dois braços fortes .
__ Sara ...- Rafael quando vê suas lágrimas, de imediato a abraça forte contra o seu peito. __ Chora tudo o que precisares .- Rafael tinha o coração apertado por ver Sara tão vulnerável. __ Já não estás mais sozinha.- Ela encosta seu rosto ao ombro dele e de imediato começa a soluçar.
__ Se pudermos ajudar em algo...- Marco se aproxima do corrimão encarando seu irmão com preocupação.
__ Queres nos contar o que se passou? - Rafael pergunta ansiosamente, seus dedos deslizam pelo cabelo dela em pequenos movimentos para que ficasse mais calma, mas só depois de um longo momento é que sente que já não soluçava e que tinha parado de chorar. Com os olhos inchados e vermelhos, Sara finalmente olhou para ele, encarando Marco depois , que a observava apreensivo .
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