A ama e o pai alfa romance Capítulo 270

Ella

A luz do sol filtrando pela janela do meu escritório banhava a mesa de mogno com um suave tom dourado. Enquanto eu examinava os documentos à minha frente, o peso das minhas circunstâncias atuais pressionava-me como um manto indesejado.

Eu podia sentir meu lobo também ficando alerta para a situação.

Como eu me envolvi com a máfia e, mais importante, como posso me livrar disso sem causar complicações adicionais?

"De jeito nenhum", eu disse, balançando a cabeça. "Eu não irei a um evento familiar com você. Não tão... cedo."

Os olhos azuis de Logan se estreitaram. "Infelizmente, isso não está realmente em debate", ele disse, cruzando os braços sobre o peito. "Você achou que apenas você se beneficiaria do acordo?"

"Bem, não, mas..."

"Mas nada", interrompeu Logan. Sua voz era firme, mas não estava com raiva. "Desculpe, Ella, mas você precisa vir. Não estou pedindo. Estou dizendo que temos que ir. Além disso, eu já concordei em seu nome."

Não pude deixar de franzir a testa. Comparecer a um jantar familiar com o clã de Logan me deixava nervosa, não apenas pela minha segurança física, mas pelas implicações. Se meus pais descobrissem, nunca me perdoariam.

"Tudo bem", finalmente disse, soltando um suspiro profundo enquanto abaixava o olhar para os documentos espalhados diante de mim. "Vamos apenas... trabalhar."

Nas próximas duas horas, mergulhamos fundo nas complexidades do caso. Para minha surpresa, Logan estava preparado. Ele entregou evidências após evidências, tornando mais fácil construir uma defesa formidável.

"Você esteve ocupado", comentei, impressionada apesar das minhas reservas.

"Eu sempre me certifico de estar preparado, especialmente ao lidar com pessoas como o Sr. Henderson."

Olhei os documentos mais uma vez e percebi que o caso era muito mais simples do que eu havia antecipado.

"Está bem, Logan", disse depois de alguma contemplação, levantando-me e juntando os papéis em uma pilha arrumada. "Volte na próxima semana. Vamos finalizar tudo e, depois disso, podemos nos encontrar com a parte contrária para negociar. Isso deve ser resolvido rapidamente."

Ele piscou surpreso. "Tão rápido?"

Eu sorri, ajeitando uma mecha solta de cabelo atrás da orelha. "É um caso simples, acredite ou não. Eu sei que você provavelmente pensou que poderia me manter ocupada com assuntos legais por um tempo, mas parece que você precisará me arrumar mais casos se esse era seu objetivo."

Um sorriso curvou seus lábios, seu olhar suavizando. "Você é uma verdadeira profissional, Ella. Encantadora também, à sua maneira legalista."

Rindo, recolhi os documentos, colocando-os cuidadosamente em uma pasta. "Bem, nossa reunião acabou. Você pode ir agora."

Ele franziu levemente a testa. "Eu ia buscá-la mais tarde."

Levantei uma sobrancelha, curiosa. "Por quê?" perguntei. "Você sabe que não precisamos nos ver durante nosso tempo livre, certo?"

Logan sorriu maliciosamente, seu olhar percorrendo minha roupa, um toque de travessura em seus olhos.

"Eu estava pensando em levá-la para fazer compras de algo mais... adequado para o encontro familiar. Você está bonita com o que está vestindo agora, mas não é exatamente..."

Ele pausou.

Não pude deixar de rir, o som ecoando na sala espaçosa. "Logan, você está insinuando que eu me visto como uma Ômega?"

Ele se mexeu desconfortavelmente, um leve tom de rosa tingindo suas bochechas. "É apenas uma sugestão. Talvez."

O resto do dia passou em uma enxurrada de atividades. Quando me acomodei novamente e fiz minhas rondas pelo escritório, o sol no céu havia mudado de um branco brilhante para um suave tom dourado. Não havia mais nada para eu fazer, nenhum trabalho extra, nenhuma tarefa adicional.

"Acho que você deveria experimentá-lo", sugeriu Logan, sua voz tão suave quanto a seda em minhas mãos.

"Por que não?" concordei, mais para me permitir um breve devaneio do que com qualquer intenção real de compra.

No provador, enquanto eu vestia o vestido sobre a minha cabeça, ele parecia um luxo líquido escorrendo pelo meu corpo. Ele abraçava minha figura nos lugares certos, realçando as curvas da minha cintura e quadris.

O decote em formato de coração, como previsto, valorizava meus ossos do colo e pescoço, me fazendo ficar mais alta e orgulhosa. O vestido me fazia sentir transformada - não mais apenas Ella, a advogada, mas Ella, a encantadora.

Ao sair para me olhar no espelho, pude ver que a transformação não estava apenas na minha cabeça. O tom esmeralda fazia meus olhos castanhos-esverdeados se destacarem, e os bordados brilhavam de uma maneira que chamava a atenção para minha cintura estreita.

Até minha postura havia mudado, o vestido exigindo uma elegância que eu não sabia possuir.

Ele parecia perfeito. Isso é, até meus olhos encontrarem a etiqueta de preço discretamente presa ao lado do vestido. O número era assustador. Meu coração afundou e um nó se formou na minha garganta.

Eu não podia pagar por aquilo, não agora, e não me rebaixaria a pedir dinheiro ao meu pai para comprar um vestido bonito, mesmo sabendo que ele faria isso num piscar de olhos. Toquei suavemente a seda pela última vez, tentando guardar a sensação na memória, antes de relutantemente voltar para o provador.

Assim que tirei o vestido e voltei a vestir minhas próprias roupas, me aproximei do cabide para devolver a obra-prima. A seda estava fria nas minhas mãos, quase como se lamentasse por ser devolvida. Justo quando eu estava prestes a pendurá-lo de volta, Logan estendeu a mão, rapidamente pegando o vestido das minhas mãos.

"Ella," ele começou, segurando o vestido contra a luz e admirando sua beleza, "você não vai embora sem isso."

Franzi a testa, abrindo a boca para protestar, mas o olhar resoluto nos olhos dele me silenciou. O homem estava acostumado a conseguir o que queria, e naquele momento, era evidente que ele tinha colocado seus olhos no vestido esmeralda que havia transformado brevemente o meu mundo.

Enquanto a atendente passava o cartão de Logan e dobrava gentilmente o meu vestido, colocando-o em uma caixa forrada de papel de seda, a voz de Logan, baixa e sedutora, sussurrou no meu ouvido.

"Regra número um da máfia: nunca deixamos nossa garota pagar suas contas."