A ama e o pai alfa romance Capítulo 358

Ella

Eu tive que resistir à vontade de rir quando o rosto de Logan ficou sem cor.

"Cachorros", ele disse. A ironia não passou despercebida por mim. Cachorros? Esse homem, que podia se transformar em um lobo, tinha medo de cachorros?

Ele me lançou um olhar de soslaio, como se estivesse sentindo a incredulidade irradiando do meu corpo. "Eu sei o que você está pensando, Ella. Mas por favor, não diga."

"Dizer o quê?" perguntei, reprimindo o desejo de sorrir. Era cruel da minha parte, eu sabia disso, mas era tão... inesperado.

Logan suspirou e beliscou a ponte do nariz exasperadamente. "Eu sei. Como eu posso ser um lobisomem e ainda ter medo de cachorros. Mas é diferente, entende?"

Inclinei a cabeça, genuinamente intrigada. "Diferente como?"

Logan ficou em silêncio por alguns momentos, claramente debatendo se deveria ou não dizer algo antes de finalmente soltar um suspiro profundo e encontrar meus olhos. "São os pequenos que eu tenho especialmente medo."

Eu não consegui mais segurar. Uma risada escapou da minha boca antes que eu tivesse a chance de contê-la, fazendo imediatamente o rosto de Logan ficar vermelho brilhante. Mas eu não conseguia mais me controlar; esse homem, com mais de um metro e oitenta de altura, um Alfa, e filho de um chefe da máfia, tinha medo de cachorros pequenos?

"Pode rir à vontade", ele disse, balançando a cabeça. "É engraçado para você, mas não para mim."

Engoli em seco e limpei as lágrimas dos meus olhos, tentando me recompor ao máximo pelo bem de Logan. "Desculpe", finalmente disse. "Mas cachorros pequenos? Quão pequenos estamos falando? Tipo... chihuahuas?"

Sua testa se franziu, mas ele não conseguiu esconder a vergonha colorindo suas bochechas. "Sim, tipo chihuahuas. Eu sei como soa, mas tenho um bom motivo. Fui atacado por um quando era criança."

Nesse ponto, eu estava beirando a histeria, mas consegui esconder bem e disfarçar com preocupação. "Você foi atacado por um chihuahua?"

"Eu sei como soa, Ella." Ele suspirou, desviando o olhar azul, evitando o meu.

Sentindo-me culpada, respirei fundo, tentando sufocar as risadas que ainda ameaçavam escapar. "Desculpe", finalmente disse. "Eu sei que não deveria rir. Tenho certeza de que foi traumático."

Os olhos de Logan encontraram os meus. Por um momento, havia algo além de irritação em seu olhar. Vulnerabilidade, talvez? A persona de homem durão do mafioso estava se desfazendo, mesmo que apenas um pouco?

"Como foi, se você não se importa que eu pergunte?" me peguei dizendo, como se meio copo de vinho estivesse me enchendo de um senso de coragem recém-descoberta.

Logan pausou por alguns momentos, então suspirou. "Na verdade, ele rasgou meu rosto bastante. Eu estava brincando no quintal e acho que ele escapou da coleira. Veio para cima de mim como um animal selvagem. Sangue por toda parte, e eu tive que levar pontos. Olha isso."

Quando ele terminou de falar, ele apontou para uma cicatriz acima do olho. Eu não tinha notado antes, mas agora que ele tinha apontado, era claro como o dia. Uma pequena linha irregular atravessando sua sobrancelha, fazendo com que os pelos ali se dividissem.

"Eu estou te dizendo, essas coisas são viciosas", disse Logan, estremecendo ligeiramente. "Eu não me importo tanto com cachorros grandes. Eles são mais parecidos com lobos, sabe? Mas cachorros pequenos? Ugh..."

"Não, na verdade", disse lentamente. "Não é voar. Meu maior medo é algo acontecer com a minha família, especialmente com minha irmãzinha Daisy."

Parei, respirando com dificuldade enquanto as palavras saíam da minha boca. Logan ficou em silêncio, claramente intrigado.

"Quando eu era criança", continuei, "minha madrasta Moana quase foi morta pelo meu avô - do lado do meu pai. Ele queria matá-la porque ela é a Loba Dourada. Ele via a existência dela como uma ameaça aos seus modos manipuladores. Saber que minha família poderia ser prejudicada por causa do que eles representam... esse é o meu maior medo."

Logan olhou para mim, seus olhos mais suaves, mais compreensivos. "Isso parece ter sido realmente difícil", ele disse, uma preocupação genuína lavando seu rosto. "Você já se sentiu ofuscado por viver na sombra do Lobo Dourado? Ou do seu pai, já que ele é um CEO de destaque?"

Senti uma súbita onda de defensividade, mas ela desapareceu rapidamente. Nunca tinha pensado nisso dessa forma. "Não, não me sinto ofuscado. Eu amo meus pais. Eles são a razão de eu ser quem sou hoje."

Enquanto eu dizia isso, minha mão instintivamente foi para o meu pato de pelúcia, segurando-o firmemente. Olhei para baixo, sentindo um calor se espalhar por mim. De repente, senti como se tivesse oito anos novamente. Ainda conseguia imaginar minha madrasta naquele dia.

Quando olhei para cima, Logan estava sorrindo suavemente para mim, um sorriso genuíno e sincero que fez meu interior se contorcer. Lá estava de novo, aquela atração. Mas desviei o olhar rapidamente, incapaz de manter contato visual por mais tempo.

Logan percebeu a mudança. Seus olhos deixaram os meus e ele silenciosamente voltou a ler. Meu coração batia forte no peito, como um tambor ecoando a tensão palpável entre nós.

E então, em meio ao silêncio, com o calor do vinho finalmente se instalando, minhas pálpebras ficaram pesadas. Encontrei minha cabeça inclinando-se para o lado, gradualmente, até encontrar um lugar de descanso no ombro de Logan.

Finalmente, me permiti relaxar, embalado por um sono vulnerável, porém reconfortante, evitando e ao mesmo tempo cedendo à atração que sentia desde que embarcamos no avião.