A ama e o pai alfa romance Capítulo 393

Ella

No momento em que meus olhos encontraram meus pais entrando no grande salão, senti como se pudesse respirar um pouco mais aliviada.

Sacudindo o braço de Logan, eu me enfiava entre a multidão de socialites e mafiosos, até alcançá-los.

"Pai, mãe", cumprimentei, meus braços envolvendo-os em um abraço fugaz que fez todas as minhas preocupações desaparecerem, mesmo que por apenas um momento.

"Ella, você está linda", disse Moana, se afastando para me estudar. Seus olhos carregavam uma mistura de orgulho e preocupação. Típico de mãe.

Meu pai, junto com ela, me observou atentamente. "Você está bem, Ella? Parece um pouco tensa."

Antes que eu pudesse responder, uma sombra imponente desceu sobre nosso círculo íntimo. Leonard. Ele era como um abutre circulando uma carniça prestes a morrer, apenas esperando e aguardando o último suspiro.

"Ah, Sr. e Sra. Morgan, presumo", ele disse, entrando com aquela confiança que apenas aumentava minhas ansiedades. "Leonard Barrett. Muito prazer em conhecer os estimados pais da minha futura nora."

"Igualmente", respondeu meu pai, apertando a mão de Leonard com firmeza. Uma batalha silenciosa de vontades parecia acontecer naquele momento, e me vi prendendo a respiração.

"Um evento extraordinário, Sr. Barrett", minha mãe acrescentou, sua voz uma mistura perfeita de graça e charme, como sempre.

Leonard sorriu. "Bem, obrigado. Afinal, é a festa de noivado do meu filho. Espero que seja uma noite para ser lembrada."

Seu olhar se voltou para mim, por um breve momento, antes de retornar ao meu pai. E mesmo naquele segundo, eu pude sentir - a tensão subjacente, uma cobra à espreita sob a fachada de cortesias.

Leonard estava avaliando meu pai, e Edrick, com suas décadas de experiência nos negócios, estava fazendo exatamente o mesmo.

Depois de mais alguns momentos de cortesias, Leonard se desculpou e ficamos sozinhos novamente. Meu pai olhou ao redor, aparentemente impassível com a companhia que tinha.

Eu o observei, maravilhada com o quão bem ele se comportava apesar do ar sombrio que dominava o ambiente. Ele ria com alguns estranhos, até mesmo brindando com um copo de uísque com um homem que reconheci de uma das festas anteriores como um dos mafiosos mais notórios da cidade.

Minha mãe e eu conseguimos roubar um momento a sós, ficando de lado, em meio a uma pequena floresta de plantas em vasos que pareciam mais caras do que deveriam.

"Ella, querida, você parece um pouco distraída. Está tudo bem?", a voz de Moana estava tingida com uma intuição materna da qual eu nunca conseguia escapar.

"Só estou preocupada com o papai", eu disse, meus olhos percorrendo a multidão até encontrarem Edrick. "Ele é bom em fingir, mas está sendo bombardeado com propostas de negócios de todos os lados."

Minha mãe riu. "Oh, querida, seu pai está no mundo dos negócios há tempo suficiente para lidar com muito mais do que isso. A única diferença entre nossos galas habituais e este é a lista de convidados. E acredite em mim..." Ela se aproximou, abaixando a voz para um sussurro conspiratório. "Às vezes, não há muita diferença entre mafiosos e homens de negócios."

Eu ri suavemente, a tensão aliviando meus ombros. "Então, você está dizendo que eu não deveria me preocupar?"

"Nunca se preocupe com um leão em uma sala cheia de gatos", ela disse, seus olhos brilhando com aquele fogo inextinguível que eu sempre admirei.

Sentindo-me significativamente mais leve, abracei minha mãe com força, sussurrando meu agradecimento em seu ouvido. "Obrigada por me acalmar."

Moana me abraçou de volta, seu calor me envolvendo como um escudo protetor. "Para isso servem as mães, meu amor."

Ao nos soltarmos do abraço, olhei para o outro lado da sala e avistei Logan. Nossos olhares se encontraram e, por um breve segundo, permiti-me fantasiar que essa farsa era real.

"Isso deveria me confortar?" Não consegui evitar o tom de desconfiança em minha voz. "Saber que enganei todos que me importam?"

"É um mal necessário", murmurou ele, seus olhos buscando os meus. "Além disso, meu pai está tão impressionado com Edrick que tenho quase certeza de que ele me nomeará seu herdeiro depois de hoje. Você não precisará 'enganar' ninguém por muito mais tempo."

Ouvir aquelas palavras - que estava quase "acabado" - quase me deixou doente. Mas engoli esse sentimento, decidindo guardá-lo para lidar mais tarde, provavelmente na privacidade da minha própria casa com uma garrafa de vinho.

"E o que acontece quando nós 'terminamos'? Como você vai manter sua posição então?" Eu retruquei, como se estivesse tentando encontrar falhas em sua fachada.

"Isso não é da sua conta. Você fez a sua parte." O olhar nos olhos dele me disse que ele queria dizer mais, mas se conteve.

Eu queria discutir, liberar o redemoinho de emoções que estava sentindo. Mas eu também me contive. Em vez disso, meus pensamentos se voltaram para dentro, para o meu lobo que havia ficado estranhamente quieto desde que Logan e eu nos envolvemos. Sentia falta da voz dela, da sua perspicácia. Me sentia sozinha nisso.

A música cresceu até um clímax, e Logan executou um mergulho perfeito, me abaixando até ficar paralela ao chão.

O mundo virou de cabeça para baixo, e meus olhos se fixaram nos dele. Naquele momento, senti uma lágrima se formar no canto do meu olho. A complexidade de tudo isso - de Logan, de mim, dessa situação toda confusa - ameaçava me sobrecarregar.

Com uma quantidade inesperada de graça, Logan me trouxe de volta, e nossos rostos estavam tão próximos que eu poderia beijá-lo. Sua voz era baixa e rouca quando ele falou. "Ella, eu..."

"Eu tenho que ir", o interrompi, dando um passo para trás e me desvencilhando de seus braços. Era a única maneira de manter minha compostura, de manter a ilusão de que eu não estava afetada.

"Ella, espera..." ele começou, mas eu já estava indo embora, as lágrimas nos meus olhos se tornando demais para lidar.