A ama e o pai alfa romance Capítulo 407

Ella

Mais uma vez, caímos em um padrão confortável. A presença de Logan na minha cama se tornou familiar, nossos limites permanecendo firmes. Mas havia algo mais: Logan saía da cama e desaparecia pelo menos uma vez por semana, apenas para reaparecer pela manhã.

Em uma noite, enquanto eu estava deitada lá, olhando para o teto e me perguntando para onde ele tinha ido dessa vez, ouvi a porta da frente se abrir silenciosamente.

"Ele voltou", disse Ema, chamando minha atenção. "E... Esse cheiro..."

Me mexi na cama, os lençóis enrolados em minhas pernas de uma maneira que me fazia sentir muito restrita em meu estado atual.

O relógio digital na minha mesa de cabeceira piscava um brilhante 3:07 da manhã. Através dos meus olhos meio abertos, eu podia distinguir a silhueta de Logan enquanto ele se movia silenciosamente pelo quarto. Ele achava que eu estava dormindo e parou por um momento, seus olhos me estudando.

Fiquei quieta e em silêncio, fingindo estar profundamente dormindo, mas na verdade estava atenta a cada movimento dele enquanto ele se aproximava lentamente da cama...

"Um cheiro?" perguntei ao meu lobo, confusa. Mas então, antes que ela pudesse responder, eu senti o cheiro conforme Logan se aproximava da cama.

Perfume, e não o barato. Perfume misturado com... algo mais. Algo que eu não conseguia identificar. O que era? Cheirava tão familiar e ao mesmo tempo tão estranho e distante.

Logan se deitou na cama com uma silenciosa prática, seus movimentos nem mesmo perturbaram o colchão. Ema se agitou dentro de mim, agitada pelo estranho cheiro que emanava dele.

"Você não está com ciúmes?" ela perguntou. "E se ele estiver vendo alguém?"

Fiquei olhando para a forma de Logan na escuridão por um longo tempo, seus ombros uma linha nítida contra a fraca luz do quarto. Eu estava com ciúmes? Se ele estivesse vendo alguém, eu tinha o direito de ficar com ciúmes?

"Não", finalmente disse, virando-me. "Eu não posso ficar com ciúmes. Não estamos juntos."

E ainda assim, nas próximas estadias, o mesmo perfume parecia grudar nele toda vez que ele voltava de suas excursões noturnas. Eu não disse nada, focando em vez disso na imagem maior: fazê-lo perder a herança de seu pai. Mas Ema estava inquieta, agitada pelo cheiro estrangeiro.

"Você merece saber se ele está se envolvendo com outras mulheres e voltando para a sua cama", ela disse, claramente irritada. "Você deveria conversar com ele. Fazer ele saber que você sabe o que ele está fazendo."

"E o que isso mudaria?" respondi enquanto tomava meu café da manhã. "Não estamos juntos. Não somos nada. Se ele estiver vendo alguém, isso é com ele. Além disso, 'trair' só faria meu plano funcionar ainda melhor, não é?"

Ema rosnou indignada. "Não finja que você não está com ciúmes, Ella."

Lá estava aquela palavra novamente: ciúmes.

"Eu não estou com ciúmes!" disse em voz alta, grata pelo fato de Logan ter ido embora e meu apartamento estar vazio pela manhã.

"É mesmo?" perguntou Ema.

Limpei a garganta, dando outro gole no meu café para acalmar meus nervos. "Olha, eu não estou com ciúmes. De verdade. Talvez ele seja pego e o pai dele descubra, o que só me ajudaria."

Mas Ema não estava ouvindo. "Algo me diz que você quer que ele seja pego por mais de um motivo", insistiu. "Você quer que ele seja pego para que ele seja humilhado. E com razão."

"Com razão?" perguntei, falando mentalmente mais uma vez. "O que você quer dizer? Não estamos juntos."

As palavras de Ema me fizeram hesitar. Eu queria retrucar, mas ela estava certa; eu nem sequer tinha fechado meus olhos desde que ele saiu. Por mais que odiasse admitir, sua ausência na cama era como um vazio. Era mais perturbador do que eu jamais esperava, e me odiava por estar tão envolvida.

De repente, antes que eu pudesse responder, ouvi o som característico do carro de Logan se aproximando da rua. Me escondi nas sombras enquanto espiava pela janela, observando-o estacionar ao lado da calçada e sair do carro. Parecia olhar ao redor suspeitosamente antes de correr até a porta, dando passos longos e rápidos.

Meu coração estava na boca enquanto eu esperava. Alguns momentos depois, eu o ouvi correndo pelo corredor do apartamento e então ouvi; minhas chaves, que aparentemente ele roubou, tilintando na fechadura.

Então, a porta se abriu.

Estava escuro, então ele não me viu de imediato; e por um momento, eu quase considerei deixá-lo ir para o quarto antes de dizer qualquer coisa. Eu até considerei correr para o banheiro, fingindo estar ocupado e alheio até que ele voltasse para a cama.

Mas eu sabia que não podia fazer isso. Meu lobo não me deixaria. Eu nem mesmo me permitiria fazer isso.

Sem querer, minha mão se moveu em direção ao abajur na mesa de cabeceira ao lado do sofá. Eu hesitei por um momento, observando enquanto Logan silenciosamente tirava os sapatos perto da porta.

Então, como se meu corpo estivesse se movendo sozinho, acendi a luz. Logan congelou, seus olhos azuis encontrando os meus através do quarto silencioso. Ele parecia quase como um cervo em frente aos faróis, ou um ladrão que acabara de ser pego em flagrante, enquanto ele ficava ali, curvado com um sapato fora e seu casaco pendurado em seus ombros de maneira desajeitada.

Minha voz mal passava de um sussurro trêmulo quando eu falei, e foi então que a torrente de emoções inundou meu peito. Entre elas, havia uma emoção em particular, uma que eu vinha negando o tempo todo.

Ciúme.

"Logan, onde você esteve?"