A Chefe Genial da Favela romance Capítulo 79

A simples menção da Santa Sé tornava-se agora um gatilho para a alergia de Idalina.

Ao ouvi-la, seus pelos se eriçavam e um desconforto tomava conta dela, como se milhares de insetos a devorassem por dentro.

Ela olhou para Ailina: "Pare de fingir na minha frente, eu sei que você é Ailina, não uma 'Apimentada' qualquer. Vou desmascarar sua farsa mais tarde".

"É mesmo?"

Ailina lhe lançou um olhar frio: "Então estou ansiosa por isso".

"Cof, cof."

Leonardo se sentou ao lado de Ailina com uma expressão séria, tossiu duas vezes e disse, meio sorrindo, meio sério: "Ailina, você nem chama seu pai quando me vê?".

"Pai?" - Ailina olhou para ele, completamente confusa: "Quem é você?".

Que tipo de pai mandaria sua filha para uma favela?

O rosto de Leonardo endureceu e então ele disse: "Ailina, de qualquer forma, eu cuidei de você por dezoito anos. Não espero nada em troca por essa dedicação, só gostaria que você nos visitasse de vez em quando."

"Papai..."

Idalina estava frustrada, por que ele estava sendo tão gentil com Ailina?

Ailina sorriu e colocou a mão na perna, dizendo: "O Sr. Matos quer que eu vá à sua casa para que você me faça desaparecer desse mundo tranquilamente?"

"Você está pensando demais, eu só senti sua falta, e sua mãe também."

Leonardo falou suavemente.

Ele até tinha coragem de dizer isso.

"Sr. Matos, Deus vê o que fazemos, e aqueles que fazem o mal um dia receberão sua retribuição." - Ailina sorriu, mantendo o olhar fixo no palco.

"..."

Leonardo ficou ainda mais tenso ao ouvir isso.

Dois oficiais se aproximaram, sorrindo para eles: "Sr. Matos, Srta. Matos, a final começará em breve, vocês poderiam voltar aos seus lugares, por favor?"

Eles foram praticamente expulsos.

Idalina parecia chateada e, olhando para Ailina, disse: "Por que você não diga a ela para voltar ao seu lugar?".

Antes que ele pudesse terminar, algo lhe ocorreu; olhando para a silhueta de Ailina, ela notou que ela também estava usando um vestido longo preto, com um pouco de cinza.

Será que a companheira de Natano era Ailina?

Impossível!

Idalina rapidamente descartou essa ideia, pensando que Ailina, uma bastarda sem pais, usada apenas para carregar os sapatos da família Matos, não poderia ser a companheira de Natano.

Enquanto ela estava pensando, a final começou pontualmente.

As luzes se apagaram e a plateia foi mergulhada na escuridão.

Ao contrário de outras competições, o Prêmio Cristal de Obsidiana não apresentava nenhum grande duelo, apenas a exibição de pinturas a óleo.

Depois que o apresentador explicou as regras, a exibição das obras começou, com apenas cinco finalistas.

O pano de fundo do palco se abriu lentamente e, na escuridão, apenas a tela mostrava lentamente uma pintura a óleo, que aumentava de tamanho.

Obviamente, não era possível capturar todos os detalhes através da tela, então, logo em seguida, um funcionário trouxe a pintura original em um carrinho, exibindo-a em um trilho em frente ao palco para o público apreciar.