Quando sai do salão imaginei que não encontraria mais o Ancião Lee,devido ao tempo que ele havia ido embora.
Porém,enquanto eu caminhava pelo corredor sem muitas esperanças de encontrá-lo eu o vi parado em uma parede, recostado olhando para as próprias mãos, tão absorto que não notou minha presença até eu chama-lo.
— Ancião Lee... o que faz aqui?
Ele cruzou os braços empalidecendo e suspirou, então olhou através de mim, para o corredor, seu olhar estava apreensivo, eu o havia surpreendido.
— Estou aguardando meu servo, está arrumando os cavalos para que eu parta. — respondeu desconfortável.
Eu me aproximei mais dele, diminuindo a distância entre nós.
— Ia partir sem se despedir? Não acha isso muito rude?
Ele sorriu. Um sorriso forçado.
— Felizmente a senhora me livra desse embaraço estando aqui na minha frente, eu devo me despedir e minha senhora pode transmitir minhas mais sinceras desculpas por ir tão cedo. — Disse.
O servo chegou e o rosto de Lee se inundou de alívio, rapidamente ele passou por mim decidido a ir embora o mais rápido possível, mas eu não poderia me dar por vencida, eu precisava de respostas sobre as visões que nós dois tivemos, então quando o Ancião passou ao meu lado eu segurei em sua mão para protestar sua saída tão repentina, e novamente aconteceu.
Fomos transportados para outra realidade, tudo a nossa volta se desvaneceu e outra cena se formou diante dela, estávamos em um quarto amplo, com uma decoração bastante escura, sem janelas e com velas nas paredes, uma lareira acesa em um canto, eu segurava ainda a mão de Lee, nós dois paralisados na porta daquele quarto, então quase ao mesmo tempo vimos o corpo masculino deitado sobre a cama enorme.
O homem estava visivelmente agitado, ele se debatia sem parar e havia diversas correntes ao redor dos seus pulsos e tornozelos, eu puxei Lee para que nos aproximassemos da cena, ele caminhou comigo um pouco relutante, e quando ficamos a centímetros do homem na cama eu arfei.
As correntes o queimavam, sua pele onde as correntes tocavam estava em um estado crítico.
— Correntes de prata... a única coisa que pode conter um lobisomem. — sussurrou o Ancião Lee.
Então eu olhei para o rosto do homem.
Era John. Mas não o John de olhos negros e gentis que eu conhecia, esse John acorrentado tinha olhos completamente brancos e sua expressão estava marcada pela loucura, sua barba estava crescida e mal-cuidada, seus cabelos negros sempre tão macios e bonitos estavam longos e emaranhados, algumas mechas se enrolando umas nas outras...
Quando eu o reconheci imediatamente me aproximei,ele murmurava coisas difíceis de entender, então me inclinei para ouvir.
" Eu vou matar você"
"Eu vou matar você"
Ele balbuciava ininterruptamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Escolhida Do Alfa Ilha do Corvo
Gostei bastante do estilo da sua escrita, aguardando os próximos capítulos...
Maravilhosa série espero por mais capítulos...