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A esposa destinada do Lycan romance Capítulo 9

O tempo passou de forma amena, com o Alfa reconquistando o respeito do povo. Trabalhava igual aos demais na indústria de madeira, e nos dias livres ajudava no reparo das casas que necessitavam algumas reformas. Lucine não desistiu de aprender a preparar uma refeição decente, e com comida de verdade, que não era para cachorros, não foi tão difícil. Nos dias em que não ia para a madeireira, Aram ajudava bastante, com a casa e com as refeições.

Lucine começou a gravar o rosto das pessoas, pois os via quase diariamente quando ia levar o almoço para o marido na fábrica. Com o passar dos dias, começou a receber alguns acenos de cabeça e até um até logo ou outro. O fato de ela ir todos os dias, pelo visto, estava fazendo as pessoas acreditarem que ela cuidava bem do marido.

O fato do Alfa sempre a receber com um modesto, mas sincero sorriso, e demonstrar bastante cordialidade quando ela vinha, também estava influenciando a opinião de todos a respeito dela. Seis meses haviam se passado desde o fatídico dia em que ela havia sido agredida na assembleia, eles não falaram mais sobre o assunto, apenas seguiram vivendo um dia após o outro, se adaptando à convivência.

Lucine seguia com a cama no sofá, e o Alfa jamais fez qualquer menção de tornar o relacionamento mais íntimo. Ela dava graças a Deusa por isso, pois não suportava a ideia de estar com um macho, mas, ao mesmo tempo, precisava tentar conquistar a confiança dele para conseguir fugir. Por experiência própria, ela sabia que os homens tinham um objetivo claro na mente, dominar o máximo possível as fêmeas. Se ela tivesse que usar seu corpo para conseguir sua liberdade, ela usaria, não poderia ser pior que ser subjugada pelos gamas.

Apenas a ideia ja lhe causava repulsa, mas ela precisava manter o foco. Nos meses que se passaram, ela desenvolveu algumas habilidades de Alfa suprema, ja podia ver claramente a aura das pessoas e sua força havia aumentado de forma considerável. Também desenvolveu uma visão de longo alcance, e visão noturna, seus reflexos estavam muito rápidos, mesmo na forma humana, e se sentia bem mais ágil. O fato de estar se alimentando bem, também contribui para a sua evolução. Na casa do Alfa, ela podia comer o que quisesse e o quanto quisesse.

Se sentia livre e confortável ao ponto de desenvolver hobbies e passatempos, como o de assistir televisão e ler um romance e outro. A leitura nunca havia sido seu passatempo favorito, mas como naquela aldeia as opções de entretenimento eram limitadas, ela se deu por contente quando encontrou uma coleção de romances que pertenciam à esposa morta do Alfa, e ele, para a surpresa de Lucine, havia permitido que ela os lesse.

— São só livros velhos, eu planejava me livrar deles de qualquer forma, não é como se ela fosse precisar deles agora. Nunca entendi o que ela tanto amava nessas coisas, passava horas fixada em alguns desses livros.

Ele havia respondido dessa forma quando ela o questionou, tentava parecer distante e alheio, mas Lucine sabia que a morte da fêmea dele era um buraco aberto, que ainda sangrava em seu peito, como deveria ser para qualquer macho de valor. Mas agora ele havia falado sobre ela, pela primeira vez em meses, ela sabia que se aproximava o aniversário de um ano de sua morte.

Lucine teve que conter um sorriso, obviamente aquele não era o tipo de literatura que ele escolheria, romances agua com açucar que continham um forte conteúdo erótico. Eram legais para passar o tempo, mas no início lhe causaram bastante estranheza, ela não conseguia imaginar prazer em ter sexo, mas as heroínas dos livros sempre gostavam bastante. Também, com aqueles mocinhos e o que eles faziam e como tratavam suas amadas, era instigante até para quem estava apenas lendo. Uma semente de curiosidade começou a ser plantada na mente de Lucine, sera que na vida real a relação entre um macho e uma fêmea poderia ser assim? Por isso a esposa do alfa devia ser obcecada por eles. Talvez ela também não gostasse de sexo e buscasse aquelas experiencias empolgantes narradas nos livros. O Aram não era um homem rude, mas talvez não fosse um marido que agradasse a esposa na cama, ela pensou.

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