A filha do meu padrasto romance Capítulo 20

Nada estava saindo como eu havia planejado, eu não vim para Fortaleza pensando em conhecer alguém, pra namorar alguém ou me apaixonar por alguém.

Eu vim pensando no meu futuro e nas enormes oportunidades que eu teria aqui.

Quando eu vi o Rodrigo pela primeira vez, eu só olhei a cascata, e eu nunca imaginei que um dia eu pudesse querer conhecer o que ele tinha por dentro.

Tudo o que eu vivi até agora foi superficial.

A minha vida era superficial, as minhas amizades eram superficiais, todo tipo de pessoas que eu conheci eram superficiais, então quando eu entrei nessa aventura de mexer com os sentimentos do Rodrigo eu pude entender que o amor jamais pode ser superficial.

Pois tudo o que é superficial perde o sentido com o tempo, mas com o Rodrigo tudo só se intensificou.

Será que é tão errado assim querer salvar a si mesma?

Será que é tão errado assim lutar por um amor que pertence a outra pessoa?

Será que é tão errado assim querer viver uma história que eu nunca fui capaz de viver antes?

São muitas perguntas que eu me recuso a escutar a resposta.

Me recuso porque eu sei o quanto é errado, mas não sei afirmar isso para mim mesma.

Me recuso porque eu entrei nessa sabendo que ele era comprometido, e mesmo assim podendo fugir eu escolhi ficar.

Eu sei que eu sou bonita e poderia ter qualquer homem aos meus pés, mas hoje eu sei que a gente não escolhe por quem a gente vai se apaixonar.

Para algumas pessoas pode até ser uma escolha, mas não pra mim.

Talvez tenha sido a minha teimosia que me trouxe até aqui.

A minha teimosia em pensar que tudo estava no meu controle.

Eu pensava assim até agora, até perder o controle sobre as minhas próprias lágrimas.

Talvez com o Rodrigo fora daqui eu pudesse finalmente ter a minha vida de volta.

Uma vida em que homem nenhum pudesse manipular os meus sentimentos ou bagunçar a minha mente.

Depois de quase me beijar e me deixar plantada, eu não o vi mais.

A semana passou diante dos meus olhos e eu agi como um verdadeiro robô.

Eu estava no modo automático, programada só pra viver, e esperando o momento em que ele entrasse pela porta e me tirarasse desse buraco.

Mas os dias foram passando e isso não aconteceu.

Então eu procurei um subterfúgio para fugir da minha mente, e na tentativa de não escutá-la, passei a ouvir músicas.

Algumas vezes eu olhava para a porta do meu quarto e via uma sombra por debaixo dela, mas poderia ser somente coisa da minha mente na tentativa de me enganar.

Algumas vezes o meu pai foi no meu quarto pensando que eu estava doente, eu sempre dizia estar com dor de cabeça, o que ele não sabia era que a dor que eu estava sentindo era na alma.

Então depois de dias quando eu já estava me sentindo melhor, me levantei decidida a cuidar da minha vida.

Desci as escadas e encontrei o meu pai pronto para sair com a Laura.

- Vocês podem me dar uma carona até a faculdade? Eu tenho aqui o endereço.

A Laura pegou o endereço e olhou.

Laura: Bom, não fica no nosso caminho mas a gente tem tempo.

Antes de descer do carro meu pai me perguntou se eu ficaria bem sem ele.

- Não se preocupe pai, já fiz isso uma outra vez e o GPS me salvou.

Pai: cuidado Yanca, você ainda não conhece a cidade para ficar andando por aí sozinha.

Me despedi deles e entrei.

A faculdade era muito maior que a outra, fui muito bem recebida e uma moça muito simpática me levou para fazer um tour pela faculdade.

O valor do curso era bem salgado, mas isso não seria problema para o meu pai.

- É essa, falei assim que entrei na biblioteca.

Se existe uma coisa que eu adoro fazer é ler.

Me informei sobre o dia do vestibular e perguntei sobre todos os documentos que eu precisaria levar depois da aprovação.

Saí de lá tão animada que até esqueci do sofrimento que foi essa semana.

Passei o resto do dia estudando para a prova que seria feita na segunda-feira.

No fim do dia esperei o meu pai chegar para falar com ele a respeito da mensalidade, mas ele nem prestou atenção no preço, só queria saber se eu havia gostado mesmo dela.

Depois da conversa voltei para o meu quarto e tomei um banho, decidi colocar uma roupa bonita e esquecer dos meus problemas.

Eu só não esperava que na hora do jantar o motivo de todos os meus problemas fosse aparecer.

Depois de uma semana, olhá-lo foi como se tivesse entrado ar nos meus pulmões depois de muito tempo sem poder respirar.

Eu o encarei no momento exato em que ele estava olhando para os meus peitos.

Ele sentou para jantar depois da mãe dele insistir.

Meu pai foi logo perguntando dos planos de olharem as casas disponíveis, o que me deixou bastante irritada, eu não conseguia mais olhar para o Rodrigo sem o reprovar.

Achava absurdo o fato de ele querer sair de casa por minha causa.

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