A garota errada e a garota injustiçada romance Capítulo 570

A mulher de antes parecia completamente atônita.

Mulher B disse: “Bom, que outra explicação teria para ela ser tão protetora assim? Pobre Sr. Dawson... ainda nem sabemos se o que saiu sobre a morte dele há três anos é verdade.”

Mulher A acrescentou: “Agora que você falou, faz todo sentido. A família Dawson queria que Abraham se casasse com eles — a Melissa gostava dele desde o ensino médio. Mas no fim, a irmã adotiva chegou primeiro só porque morava na mesma casa.”

Mulher B: “Aposto que ela é a filha verdadeira. E se Abraham é que foi adotado? Você não viu o quanto a Sra. Lorette mimava aquela menina? Ela mesma buscava a garota na escola.”

Mulher A: “Então o pobre Sr. Dawson casou com uma peça rara. Quando ele ainda era vivo, lembro de ouvir boatos de que Evelyn estava envolvida com outro.”

Não havia muita gente naquela parte do salão.

Por isso, as duas falavam à vontade, cada vez mais ousadas, sussurrando fofocas maldosas sobre toda a família Dawson.

Stella semicerrava os olhos e, com calma, guardou o celular na bolsa. Depois se levantou, pegou o copo d’água que ainda não tinha tocado—

E foi direto até elas.

As duas continuavam mergulhadas na conversa, sem perceber que Stella se aproximava.

Enquanto isso, Marie voltava trazendo comida—

E viu Stella despejar toda a água do copo na cabeça de uma das mulheres.

Foi aí que ela percebeu... estava enganada. Sua doce Stella não era nenhuma flor de estufa.

A água ainda estava morna. A mulher gritou assim que sentiu o líquido no couro cabeludo. “Ahhh—quem você pensa que é?! Ficou louca?!”

As duas se viraram ao mesmo tempo.

A que ficou encharcada reconheceu Stella na hora. Seus lábios tremeram. “V-Você...”

A culpa a atingiu em cheio, e ela ficou sem palavras.

Todo mundo em Falvaria sabia que não se devia mexer com a família Dawson — muito menos com alguém como Stella.

A outra mulher não a reconheceu — provavelmente só ouvira o nome em fofocas.

Sem hesitar, empurrou a amiga molhada para trás e disparou: “Você é doida, é?!”

Stella ergueu os olhos devagar.

Encarou a mulher — o olhar calmo, mas gelado.

Então, sem dizer nada, levantou o copo vazio e o quebrou contra o rosto da mulher com um estalo.

Um baque surdo ecoou pelo lounge quando atingiu o osso da bochecha. A mulher gemeu de dor, levou a mão ao rosto e caiu no chão. “Sua maluca! Qual o seu problema? Eu vou acabar com você!”

Ainda atordoada, a mulher atrás dela não se mexeu. Mas a que acabara de apanhar avançou de repente contra Stella.

Assim que chegou perto, Stella ergueu o vestido e acertou um chute certeiro no estômago dela.

Pega de surpresa, a mulher se dobrou de dor.

A mulher que levou a água finalmente saiu do transe. As pupilas dilataram ao ver Marie.

“Senhorita Marie...”

Marie ergueu levemente o queixo e olhou de cima para baixo para o desastre à sua frente. Ficava claro quem tinha arrumado confusão com Stella.

Duas mulheres assim, juntas? Só podiam estar fofocando.

“E então?” A voz de Marie era baixa e cortante. “Sobre o que vocês estavam falando agora há pouco?”

A mulher no chão começava a se levantar — mas ao ouvir “Senhorita Marie”, congelou.

O rosto ficou branco como giz, e ela afundou de novo.

A que estava molhada sentiu o coração saltar à garganta sob o olhar gelado de Marie.

“Desculpa — a culpa foi toda nossa. Não conseguimos segurar a língua. Merecemos isso.” Enquanto falava, começou a dar tapas no próprio rosto.

Ela jamais repetiria o que tinham dito — não na frente de Marie.

Se fizesse isso, suas famílias estariam acabadas.

Stella saiu de trás de Marie com um sorriso de desprezo.

“Elas disseram que eu sou filha ilegítima da minha mãe... e que Abraham é que foi adotado.”