A garota errada e a garota injustiçada romance Capítulo 580

Quando Victor ouviu a pergunta, arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada. Apenas a encarou em silêncio.

Tessa se forçou a sustentar o olhar dele, mas o olhar dele era tão intenso—tão escuro que fez sua garganta secar.

Ela engoliu em seco. “Então... você só quer o meu corpo?”

No instante em que as palavras saíram de sua boca, o ambiente ficou completamente silencioso.

O olhar de Victor se aprofundou, seus olhos já indecifráveis se tornando ainda mais intensos.

Socorro...

Aquilo foi direto demais. Direto até demais.

Mas ela não tinha escolha. Realmente não tinha.

Ela vinha pensando há tempos em como perguntar e não conseguia encontrar um jeito—então simplesmente parou de rodeios.

“Ahm, eu—eu quis dizer...”

O que ela queria dizer? Tessa, de repente, não fazia ideia do que mais falar.

Ainda mais com Victor olhando para ela daquele jeito. Aquele olhar silencioso e indecifrável colocava tanta pressão sobre ela que mal conseguia respirar.

Ao mesmo tempo, ela queria muito ver sua mãe.

Os minutos foram passando. Cinco minutos inteiros.

Victor continuava sem dizer uma palavra.

Sob aquele olhar pesado, Tessa começou a suar nas costas.

Ela pigarreou. “É... quantas vezes?”

Victor estreitou os olhos. “O quê?”

Quantas vezes?

Estava claro que ele não tinha acompanhado a reviravolta mental dela. Mas, com o quanto ela era imprevisível, qualquer um teria dificuldade de acompanhar.

Tessa disse, “Quero dizer... quantas vezes você quer que conte como pagamento suficiente para me deixar ver minha mãe?”

“Meu corpo?”

Ela assentiu.

Ninguém sabia o quanto sua pele estava quente naquele momento. Ela não precisava de um espelho para saber que seu rosto inteiro estava em chamas.

Agora ela estava realmente colocando tudo na mesa.

Silêncio de novo.

Essa era a parte que mais a assustava—quando Victor não respondia, não dizia nada, apenas a encarava com aquele olhar sombrio.

Porque ela não fazia ideia do que ele estava pensando.

Mas ela realmente queria sair daquela situação. Ela realmente queria ver a mãe.

Além disso, ela já tinha arruinado a... pureza de Victor.

Então, em vez de chamar de pagamento, não era apenas assumir a responsabilidade?

Ela até tinha se oferecido para casar com ele.

Mas Victor não respondeu naquela ocasião.

O que significava, obviamente, que ele não queria se casar com ela. Ele só queria seu corpo—certo?

Ainda assim...

Ela tinha dito tudo aquilo, bem na cara dele. E ele ainda não falava nada. O que aquilo queria dizer?

Ele se virou para o mordomo. “Prepare um quarto de hóspedes para a senhorita Marie.”

Depois olhou de volta para ela. “Está tarde. Derrick não voltou com você?”

Marie respondeu, “Meu marido está ocupado.”

Ela lançou um olhar ao mordomo, que já ia saindo. “Esqueça o quarto de hóspedes. Só me dê uma resposta direta—quando vocês vão me entregar o que é meu?”

Ela o chamou de “pai” como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Mas as expressões deles estavam longe de agradáveis. Holt parecia prestes a ter um ataque cardíaco.

Quanto a Mona e Gary, seus rostos eram tempestades indecifráveis.

Mais cedo, Marie tinha contado que ela e Derrick já estavam casados—e não exatamente por vontade própria. Disse que tinha sido enganada, até ameaçada a assinar os papéis.

E agora, o que ela queria dizer com aquilo?

Estava claro que, embora o certificado de casamento estivesse assinado, ela ainda esperava todas as tradições pré-casamento.

Ela até trouxe provas—um livro de registros.

Um inventário completo de tudo que a mãe de Derrick trouxe para a família Tom antes de se casar com Holt. Uma lista completa do dote.

O objetivo? Ela queria a parte dela.

Ela podia até envolver tudo em discursos bonitos sobre tradição—

Mas sejamos sinceros: ela tinha acabado de pegar o certificado de casamento e agora estava na mansão Tom exigindo sua parte da herança.

Todos na sala entenderam exatamente o que ela estava fazendo.

E agora, aquela última pergunta—“Quando vocês vão me entregar o que é meu?”—veio com uma ameaça impossível de ignorar.