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A Luna Indesejada romance Capítulo 4

Quando acordo, estou no meu quarto e está escuro, agradeço à deusa por ter visão de lobo apesar de não ter um lobo.

Lembrando do que aconteceu, a primeira coisa que procuro é a minha barriga. Sentir o bebê se movendo me acalma um pouco, mas ainda não consigo superar o fato de que Xavier me machucou intencional e fisicamente.

Por mais que ele me odiasse e fosse frio comigo eu nunca imaginei que ele pudesse me machucar fisicamente. Mas então, eu nunca pensei que atacaria minha própria irmã.

A raiva e a traição que senti por ela surgiram do nada e me dominaram. Naquele momento eu não via que Bianca era minha irmã ou que eu estava grávida, eu só via vermelho.

O que foi ainda mais chocante foi o fato de que minhas garras e presas se revelaram. Eu nunca me transformei, nunca. A maioria dos lobisomens se transforma quando fazem dezesseis anos, mas não eu, mais uma coisa que me torna uma aberração nessa alcateia.

Claro que eu posso sentir o espírito do lobo dentro de mim, mas nada mais. Eu podia sentir as emoções dela, mas não nos comunicamos como os lobos normais.

É como se nossa ligação estivesse de alguma forma quebrada, então ter minhas garras e presas saindo é chocante.

O fato de que eu nunca me transformei até agora, torna a lógica da alcateia de que eu tinha matado meus pais absurda. Meus queridos pais foram esquartejados, então como seria possível que uma menina sem um lobo pudesse causar tanto estrago?

Como eu teria conseguido eliminar dois adultos totalmente formados que podem se transformar? Mas eu acho que como não havia outras evidências apontando para um vilão e eles precisavam de alguém para culpar, decidiram que eu seria a encarregada dessa carga e ficaria com a culpa.

Eu odiava que eles pussessem uma criança nessa situação, e não estou dizendo isso só porque era eu nessa posição, mas porque era errado.

Nenhuma criança deveria passar pelo inferno que eu passei só porque foram acusadas de um crime. O que eu sofri, não desejaria a ninguém, não importa o quanto eu os odiasse.

Eu me levanto da cama e sigo em direção ao banheiro. Eu não sabia quanto tempo tinha ficado inconsciente e eu nem tinha um celular para verificar as horas.

Eu sei que você está se perguntando por que não tenho um telefone nesta época, mas a verdade é que não tenho utilidade para ele. Eu não tenho ninguém para conversar, então por que me incomodar?

Além disso, desde que me tornei uma excluída, me acostumei com a minha própria companhia, a minha solidão, onde não tinha que me sentir sufocada pela frieza das outras pessoas em relação a mim.

Chegando ao banheiro, verifico meu reflexo antes de entrar no chuveiro. Eu pareço cansada e esgotada, e tem uma bandagem ao redor do meu pescoço. Estendo a mão para ela e, sem sentir dor, a tiro. Não há sinal físico de que fui ferida e agradeço por isso.

Continuo escaneando meu corpo, meus olhos param na minha marca de acasalamento que agora é um lembrete irônico de que nunca serei amada pelo meu companheiro. Uma vez que nossa união seja revertida e Xavier me rejeite, a marca desaparecerá e pensar nisso me deixa me sentindo mais sozinha do que nunca estive.

Empurro esses pensamentos para o fundo da minha mente e tomo um banho. Minhas lágrimas caem, mas a água as lava, apagando a evidência de que eu estava chorando.

Termino o banho, envolvo-me numa toalha e saio do banheiro para me vestir. Fico chocada na porta do banheiro porque Xavier está no meu quarto com as mãos nos quadris, seu rosto é uma máscara de frieza e parece que ele preferiria estar em outro lugar.

Seus olhos examinam meu corpo, fazendo-me segurar a toalha mais apertado.

Vou até minha cama, pego as roupas e corro para o banheiro para vesti-las. A última coisa de que preciso é que ele me acuse de tentar seduzi-lo novamente.

Capítulo 4 1

Capítulo 4 2

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