A Luna Indesejada romance Capítulo 5

Nas próximas semanas, é a mesma coisa repetidamente. Às vezes a dor vem durante o dia, mas é principalmente à noite.

Deixa lembranças na forma de hematomas negros, azuis e roxos, às vezes é uma combinação de todas as cores. Eu não preciso de um médico para me dizer o que são, pois já os conheço dos livros que temos em nossa biblioteca.

São conhecidos como marcas de traição e ocorrem a um lobisomem quando seu par trai o vínculo compartilhado ao se relacionar com outro depois que o macho marcou e acasalou com a fêmea.

Ninguém precisa adivinhar por que isso está acontecendo comigo, é tão óbvio. Xavier está e tem transado com minha irmã.

A dor me atinge todos os dias e às vezes tenho que ligar meu sistema de música em um volume alto apenas para abafar meus gritos. A dor é sempre intensa, cada uma sendo mais forte e severa do que a anterior.

Comecei a usar mangas longas para que as empregadas que me trazem comida não tenham algo sobre o que fofocar para o restante da alcateia.

A dor, além de estar trancada sem luz solar, tem me enlouquecido, literalmente. Cada dia que passo neste quarto, sinto minha sanidade se esvaindo aos poucos.

Não há maneira de se esconder da dor todos os dias, nada do que tentei ajudou e acredite em mim, tentei de tudo, bom, quase de tudo. A dor é como fogo líquido queimando em minhas veias, essa é a melhor maneira que consegui descrever e, droga, dói muito.

Sinto meu corpo enfraquecer à medida que os dias passam e me custa todas as minhas forças apenas para sair da cama e ir ao quarto.

Tem sido difícil para mim dormir, conseguindo dormir menos de três horas por dia. Agora, tenho olheiras embaixo dos meus olhos. Além disso, há os pesadelos que tenho sempre que fecho os olhos.

Destruição e morte são geralmente o tema principal do meu pesadelo. Sempre vejo tão claramente, sinto como se estivesse vivendo na vida real, a destruição desta alcateia e o fim do mundo. Tantas vidas perdidas, crianças, mulheres e homens. Partes do corpo espalhadas por todo o lado.

O chão geralmente está encharcado de sangue, mas o que mais odeio é ver Xavier morto, sua cabeça cortada e olhos cinzentos vazios olhando para mim.

Eu sempre acordo tremendo e encharcada de suor, incapaz de tirar as imagens do meu sonho da minha mente, e sempre quase imediatamente depois do sonho a dor me atinge.

E enquanto me encolho na minha cama sofrendo de dor, me pergunto por que eu estava mesmo preocupada que meus sonhos se tornassem realidade, sobre o fim do mundo, sobre a morte de Xavier, quando eu não recebi nada de bom deles.

Por que eu deveria me importar com eles, quando parece que ele e o mundo estão tentando me levar ao túmulo cedo.

A porta do meu quarto se abre, interrompendo meus pensamentos ao mesmo tempo em que revela Sophie, minha ex-melhor amiga. Não conversamos desde que ela fez dezoito anos e encontrou seu parceiro que acabou sendo o beta e que também é o melhor amigo de Xavier.

Quando ela descobriu que Jayden era seu companheiro destinado, ela me abandonou, com medo de que a alcateia se voltasse contra ela e a rejeitasse como a fêmea beta porque ela se associava comigo. O que era estúpido, dado que eles já sabiam que ela era a única amiga que eu tinha.

"Você está com uma aparência horrível"

Acredita que essas foram as primeiras palavras que ela disse? Sem nem mesmo perceber o que estou fazendo, eu pego a coisa mais próxima de mim, que acaba sendo uma lâmpada, e jogo nela. Graças aos seus reflexos de lobisomem, ela se esquiva e evita ser atingida diretamente no rosto, o que me deixa ainda mais irritada.

"Você veio se gabar, Sophie? Para olhar o estado patético em que me encontro para que possa ir e contar ao resto da alcateia? Tem algo para fofocar enquanto tomam chá juntas?" Eu pergunto a ela.

"Não, eu ..." Ela tenta dizer, mas eu a interrompo, não querendo ouvir nada que saia da boca dela.

Ela era minha amiga, a única que eu tinha nesta alcateia, e ela me prometeu que sempre estaria lá por mim, não importa o quê, mas me abandonou porque queria a aprovação do resto da alcateia.

Como eu deveria superar isso e falar com ela como se ela não me tivesse traído?

"A alcateia te mandou fazer isso? Eles queriam uma história interna de como eu estava sofrendo então eles enviaram você, certo? Para ter toda a história suculenta para que eles possam ter algo bom para rirem, então se deliciem"

"Não é isso, eu só ..."

"Sai! Agora mesmo!" Eu digo a ela, eu não quero gritar com ela, mas chega, estou tão cansada, cansada de tudo.

"Amelia, só me ouça"

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