Acordo com uma dor de cabeça infernal. Tomo um bom banho e vou atrás do meu pai novamente. Chego na torre e encontro minha mãe tomando café sozinha.
_Bom dia, mãe. Meu pai está por aí?_Pergunto já ansioso pra falar com ele.
_Ele saiu muito cedo. Nem tomou café comigo. Alguma coisa aconteceu? Eu posso ajudar você, filho?_Ela coloca a xícara na mesa e segura minha mão.
_Não, mãe. Quando ele chegar me avise._Dei um beijo em sua mão e fui embora.
Fiquei sentado no banco do jardim temendo qualquer coisa que pudesse acontecer à Thianna e ao meu filho.
De repente eu ouço um estrondo dentro da torre e um grito que me parece ser da Kalenna chamando pela Thianna.
Corro em direção a torre e entro rapidamente. Logo meus olhos viram a imagem mais dolorosa que eu podia imaginar. Thianna estava deitada sobre o sofá toda ensanguentada e Lyam estava fazendo-a beber seu sangue para curá-la.
Apareceu Cecilia e Biatrice na sala logo após mim.
_O que aconteceu com ela?_Brado com dor nos olhos.
_Encontramos ela caída no fim da escada já desacordada._Lyam dizia pingando gostas de sangue na boca dela.
_Maldito!_Sussurro baixinho, mas tenho certeza que tanto Kalenna quanto o Lyam ouviram pois estavam mais perto de mim._Ela está acordando...
Logo Thianna abre os olhos vagarosamente e olha diretamente pra mim.
_O que aconteceu?_Ela passava a mão na cabeça.
Todos a olhavam com bastante tristeza. Sabíamos o que tinha acontecido só pela queda, mas quem iria contá-la?
_Você caiu da escada, Thianna. Uma queda muito feia e..._Lyam começou, mas não conseguiu terminar.
Ajoelho perto dela e toco na sua barriga. Logo abaixo a cabeça encostando o ouvido na barriga dela, acabo sussurrando um "droga".
Ela perdeu a criança.
_Você não está mais grávida..._Foram as únicas palavras que consegui falar antes de sumir da sala.
Corri em direção ao meu quarto cheio de dor e ódio. Peguei as coisas que tinha em cima de uma mesinha e saí arremessando na parede. Cadeira, mesa, retratos... Tudo ia de encontro a parede.
_Como você pode fazer isso, seu maldito?_Gritei arremessando o restante das coisas que eu encontrei.
Nesse momento não consegui me manter forte e me coloquei a chorar. Ele já me tirou tanta coisa que eu gostava... Mesmo eu na época sendo uma criança, eu sentia dor por ter meus brinquedos retirados de mim sem nenhum ressentimento.
E agora ele não me tirou um brinquedo, ele tirou meu filho.
Logo a porta abre-se revelando Lyam.
_O que você veio fazer aqui?_Pergunto enxugando minhas lágrimas.
_Ela já está melhor, só está descansando e..._Ele chega perto de mim e toca no meu ombro._Sinto muito pelo seu filho, mas já sabíamos que isso iria acontecer. O Rei de Córya nunca iria deixar um de seus filhos lhe dar um neto bastardo.
_Mas ele não tinha o direito, Lyam..._As lágrimas insistem em voltar._Ele não podia me tirar isso. Meu filho, Lyam, meu.
Ele me puxa e me dá um abraço. Eu não sabia que iria doer tanto assim...
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