À mercê da realeza romance Capítulo 44

Abro os olhos lentamente vendo a professora e a Thianna me olhando assustadas.

_Graças a Deus você acordou, menina._A professora disse parecendo aliviada.

_Você desmaiou e estava demorando para retornar. Daí eu e a professora Lucélia tivemos que arrumar a escolinha sozinhas._Thianna segura no meu rosto._Você está bem?

_Estou sim. Apenas estava com uma dor de cabeça terrível e acabei apagando._Levanto-me da cadeira onde estava._Perdão por fazerem vocês trabalharem sozinhas.

_Foi moleza. A professora me ajudou e estamos quase concluindo. Tem condições de ajudar-nos?_Thianna fala estendendo a vassoura e o balde.

_Desculpa mesmo, mas eu preciso ir em um lugar agora._Falo me dirigindo a saída dos fundos._Prometo não demorar e recompenso depois arrumando tudo que sobrar sozinha.

Saio correndo mantendo cuidado pra não ser vista. Estou quase perto... Volto novamente a mercearia e observo o estabelecimento checando se aquele homem ainda estava lá. Por sorte ele entra. Vou lá e arranco o cartaz dobrando-o e enfiando-o no decote do vestido.

"Agora eu preciso ver uma pessoa".

Andei pelas ruas movimentadas de Córya em rumo a um lugar que eu estava morrendo de saudades. Desde que completei dezessete anos não vi mais esse lugar. Passo uns vinte minutos caminhando e paro em frente a uma casa bem simples, mas que tem aquele jeitinho acolhedor.

"A minha casa..."

Vejo que tem umas roupas penduradas do lado de fora e pela fumaça o fogão deve estar aceso. Entro vagarosamente e vejo meu pai mexendo em algo no fogão. Uma dor sufocou meu peito e eu só tive forças para correr e abraçá-lo de costas.

_Pai..._Falei entre lágrimas._O senhor está bem?

Ele me soltou e segurou em meu rosto enxugando as lágrimas que caíram durante o abraço.

_Estou bem, minha filha. Como você chegou aqui?_Dizia ele olhando em volta verificando se alguém estava me seguindo.

_Consegui fugir. Mas não é disso que quero falar._Digo afastando-me um pouco._Pai, eu apenas lhe peço que não minta pra mim. Ultimamente tenho sido enganada por pessoas que jamais imaginei, então se me amas..._Viro para olhá-lo._Não minta pra mim.

Ele assente um pouco confuso, mas eu precisava fazê-lo prometer que me diria a verdade. Tirei o papel do lugar onde o escondi e entrego em suas mãos. Ele me olha como se perguntasse o que era aquilo e eu apenas pedi para ele ler.

Depois dele ter lido, vi suas mãos tremerem. Ele dobrou o papel novamente e me entregou com as mãos trêmulas e lábios secos.

_O que significa isso, Kalenna?_Ele passava a mão por entre os seus cabelos, incomodado.

_Eu que pergunto, pai. O que significa isso?_Seguro em seu braço fazendo-o olhar pra mim.

Ele anda de um lado para o outro imensamente perturbado com o que leu. O seu silêncio está me incomodando e então ele vira-se para me olhar.

_Melhor você sentar que eu prometo ser rápido._Disse ele fazendo o mesmo que me pediu._Bom Kalenna, essa história é bastante dolorosa pra mim então prometa que depois de me ouvir você vai embora.

_Prometo._Falei com a voz falha.

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