"Narrado por Lyam"
Ao colocar os olhos naquela ruiva no baile, vi que ela me divertiria muito. Ao vê-la suja e suada dentro daquele quarto, não achei que escondesse uma beleza tão instigante. Parecia frágil, temerosa e inocente. Coisas que me atrai, e muito. Depois de anunciado que o baile iria começar, era hora da dança. Todas se puseram de pé e meu destino já era certo: a ruiva que tinha por identificação o número 8. Ela estava de cabeça baixa, logo a toquei e nos posicionamos para dançar. Ela não me viu e tenho quase certeza que não sabe quem sou.
_Vai ficar calada, número 8?_Digo perto do seu ouvido a fazendo arrepiar da cabeça aos pés._Ficaste arrepiada apenas por ouvir minha voz?_Sorrio._Qual teu nome?
_Kalenna, Alteza._Respondeu quase em um sussurro.
_Eu sou o príncipe Lyam. Mas não precisa desmaiar pois estou sentindo suas pernas bambas só por ouvir minha voz._Sorrio novamente e ela sorri junto._Olha pra mim.
Solto-a e ela me encara. Me perco no fundo dos olhos dela que mais parece uma floresta verdejante. Ela assim tão perto é extremamente mais linda. Baixinha dos cabelos ruivos, com os olhos da cor mais linda que já vi, o corpo delineado e uma inocência no olhar que chega a ser perturbadora. Sorrio vendo ela quase babar me admirando e ela ao perceber abaixa a cabeça de vergonha pois deve presumir que eu esteja rindo da sua cara.
_Você é realmente muito linda._Levanto seu rosto pelo queixo._Tenho que ir para a próxima. Até breve.
Me despeço e vou dançar com a numero 5 que até parece interessante, mas muito vulgar. Quando a olho um pouco de longe, vejo que meu irmão dança com ela. E pela sua expressão facial ela está com medo. Ele deve estar interessada por ela, mas como eu sou o primeiro a fazer a escolha, ela é minha. Apesar de que como somos irmãos, podemos emprestar um ao outro nossas damas. Já peguei muitas mulheres do meu irmão e vice-versa. Mas Ralf como sempre acaba matando ou mandando suas damas fazerem serviços pesados pela torre.
Eu e Ralf nunca fomos muito opostos. Somos frios e sem sentimentos, mas muito bem resolvidos e decididos. Tocamos os negócios da cidade de Córya com muito louvor.
Logo que olhei a ruivinha, vi que quem dançava com ela era meu pai. Ele sempre teve muitas damas, mas quando chegou a hora casou-se com a mamãe, que foi uma princesa vinda de longe, pois nós príncipes só podemos casar com outra pessoa que também tenha sangue azul. Não penso em casar tão cedo...
Ao acabar a dança, chegou a hora de conversar com as damas. Eu, assim como meu irmão, conversamos com todas, até que chegou a vez da ruivinha que estava chorando e nem me percebeu.
_Por que choras, Kalenna?_Pergunto fazendo-a erguer o olhar e me perceber.
_Por nada, Alteza._Começou a enxugar suas lágrimas que caíam molhando seu rosto.
_Lhe fiz uma pergunta, Kalenna. Apenas responda-me._Ordeno com a voz firme lhe causando um pouco de medo.
_Saudades da minha família, Alteza. Perdão por aborrecê-lo._Abaixa a cabeça.
_E cadê seus familiares?_Realmente estou interessado em saber se ela já sabe da prisão do seu pai e se tem mais familiares.
_Minha irmã trabalha na torre do rei e meu irmão serve ao seu exército. Mas eu não sei como está meu pai, Alteza..._Ela parece querer chorar, mas se contém
_Posso imaginar onde seu pai está agora, mas vamos logo ao assunto antes que acabe o tempo.
Terminei de fazer as perguntas de praxe e como ela era a última, esperei meu irmão conversar com ela para dizer nossas escolhas.
Cada um de nós temos direito a escolher até 3 e hoje ficaremos nesse limite. A vi com a cabeça baixa e pelo que senti ela estava com medo.
Toquei seu braço e ela logo se pôs a chorar. Escolhi as outras duas e voltei para meu lugar. Nos despedimos dos poucos convidados que tinha e após um tempo fomos liberados para levá-las.
_Biatrice, Lavínia e Kalenna, sigam-me._Ordeno e em fileira elas me seguem.
_Ele é a coisa mais linda que eu já vi_Ouço a tal Biatrice sussurrar para Lavínia que estava temerosa assim como Kalenna.
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