À mercê da realeza romance Capítulo 75

Começo a suar frio e minha cabeça dói desenfreadamente. Olho pra Ralf, que espantado nem se move, e depois olho pra Bacly. Ela estava sorrindo, mas ao ver meu estado seu sorriso se desfaz.

_Isso não é uma boa notícia, Lyam?_Ela fala juntando as sobrancelhas.

_Ele já não queria casar com Ana e agora sabendo que estará ligado a ela pra sempre é desesperador._Ralf fala por mim._Mas uma coisa eu não entendi. Você disse que ele longe do filho é que causa essas dores, não foi?

_Sim, sim._Ela apóia as costas na cadeira e balança.

_Mas eles casaram e até agora não se desgrudaram. Isso não está estranho?_Ralf chega um pouco perto de Bacly.

_Boa observação, Ralf._Toco no ombro dele._Possa ser que você errou no diagnóstico, minha querida Bacly.

Só em pensar que essa possibilidade pode ser descartada já me dá um alívio.

_Não, meu rapaz. A energia que emana de você é inconfundível. Mesmo pra mim que não tenho mais meu flanin._Ela fecha os olhos vagamente._Faça o teste com sua esposa. Se não for ela, outra está esperando um filho seu. Isso é certeza.

Outra?

Espera aí... A única mulher que eu tive contato antes de Ana foi...

Kalenna!

Minha cabeça dói fortemente e eu apenas me despeço de Bacly agradecendo por tudo e arrastando Ralf dali. Minha cabeça rodava muito. Por mais que a ideia de Ana estar grávida de um filho nosso seja desagradável, eu prefiria que fosse ela pois agora eu sou um homem casado e não posso ter mais escândalos na cidade.

E eu sei que se aquela teimosa estiver grávida é capaz dela esconder de todos.

_Você está pensando o mesmo que eu, não é?_Ralf me empurra tirando-me do meus pensamentos._Se não for Ana, será Kalenna. Você estará fodido dos dois lados, irmãozinho.

_E você acha que eu não sei?_Paro de andar e olho pra ele._Você vai ter que ficar calado pois eu tenho que descobrir sozinho quem está grávida de mim. Ana é esperta. Se ela souber que eu vou testá-la, é capaz dela me enganar de algum jeito.

_Se Bacly falou que ela tem um coração bom e sincero, não é Ana de jeito nenhum._Ele ri.

Continuamos o trajeto até que chegamos na frente da torre. Me despeço de Ralf e entro. Abro a porta vagarosamente e vejo Ana dormindo do mesmo jeito de quando saí. Retiro a roupa e tomo um banho. Sento-me na cama e ponho o rosto entre as mãos.

Sempre quis ser pai. Sim, sempre quis. Mas na situação que eu me encontro não é favorável um filho agora. Ou eu sou pai de um filho que está sendo gerado dentro da mulher que me traiu no passado ou eu sou pai de uma criança que está dentro da mulher que eu amo, mas que se vingou contra mim e todos que amo me fazendo fraco e diminuído perante a cidade onde futuramente serei rei.

Estou realmente fodido!

Eu não posso negar que me anima o fato de uma criança me ter como pai, me amar incondicionalmente e precisar de mim sempre. Mas sei que se Ana estiver grávida ela usará isso pra me prender de uma forma que seja pra sempre. E se for a Kalenna, ela não irá querer nem admitir que é meu. Muito menos que eu tenha contato com a criança.

Me deito ajeitando-me na cama e tento dormir, mas infelizmente meus pensamentos não deixam.

O dia já clareou e eu vejo Ana mexendo-se na cama. Logo seus olhos se abrem e seu sorriso também.