— É você — digo enquanto meus olhos se arregalam de surpresa. Vejo Carttal esboçar um sorriso de canto, claramente se divertindo com meu espanto.
— Isso mesmo, passarinha. Eu te disse que viria te buscar. Ou esperava por outra pessoa? — disse, dando ênfase à última parte.
— Não, de jeito nenhum. É só que me surpreende que você tenha se dado o trabalho de me resgatar. Sinceramente, não esperava que o fizesse — digo enquanto meus olhos brilhavam sob as luzes. Vejo quando ele fecha a porta atrás de si e se aproxima de mim com passos lentos. Ao chegar perto, ele levanta uma das mãos e começa a acariciar meu rosto.
— Eu te disse, passarinha, você é só minha. De agora em diante, não permitirei que se afaste de mim — dizia com um tom possessivo e autoritário, o que me fez engolir em seco e minhas bochechas se aquecerem.
Eu não sabia por que esse homem causava esse tipo de sentimento em mim. Sentia que só de ouvir sua voz grave, meu coração saltava de emoção. Esse sentimento que estava sentindo era novo para mim, algo que jamais havia experimentado.
Sinto seu rosto se aproximando lentamente do meu, e num leve movimento, roça meus lábios. Sem conseguir evitar, nos entregamos a um beijo selvagem. Depois de cinco minutos, nos afastamos, respirando com dificuldade.
— Lamento tanto não ter chegado antes, Aslin. Queria te levar comigo sem causar muito alarde, mas já passou. Agora, comigo, você estará protegida. Prometo que ninguém nunca mais ousará sequer tocar um fio do seu cabelo dourado — dizia ele enquanto beijava minha testa.
De repente, minhas lágrimas começaram a rolar ao perceber que talvez nunca mais teria que sofrer. Por algum motivo, eu acreditava nele, em Carttal, e nas promessas que me fazia. Não sabia por quê. Por que não conseguia me afastar dele se, no fundo, ele ainda era um estranho para mim? Eu não sabia nada sobre ele. Apenas que era um magnata poderoso, o suficiente para que Alexander — que não se curvava diante de ninguém — o venerasse com tanto fervor.
De repente, vejo seu rosto se contorcer de raiva ao notar os hematomas que os guardas deixaram em mim ao me tirarem da mansão. Ele segura meus braços e os examina rapidamente.
— Esses idiotas… eu disse pra terem cuidado ao te trazerem, mas, como sempre, não obedecem. Com certeza, vão pagar por isso — dizia ele enquanto saía do quarto, me deixando bastante confusa.
Carttal
Saio do meu quarto furioso ao ver como aqueles desgraçados machucaram minha passarinha, mesmo depois de eu ter avisado para que tivessem o maior cuidado possível. Odiava com todo meu ser ver sua pele branca, linda e macia, marcada por aqueles hematomas.
Desço as escadas rapidamente e meu assistente, Yatrez, ao me ver tão furioso, se aproxima de imediato.
— Senhor, aconteceu algo? — pergunta, com um leve tremor na voz.
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